Em conversa com jornalistas
do Valor Econômico, ex-presidente fala sobre a sucessão presidencial de 2014 e
de outras temas nacionais.
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva concedeu entrevista às repórteres Vera Brandimarte, Cristiane
Agostine e Maria Cristina Fernandes do jornal Valor Econômico. A entrevista
está publicada na edição desta quarta-feira (27).
Nela, o ex-presidente fala
sobre os êxitos do governo de Dilma Rousseff, as eleições presidenciais de
2014, a política de alianças e a sucessão nos estados, entre outros temas
importantes.
Leia a íntegra abaixo:
Valor: Como está sua saúde?
Luiz Inácio Lula da Silva:
Agora estou bem. Há um ano vou à fisioterapia todos os dias às 6h da manhã.
Minha perna agora está 100%. Estou com 84 quilos. É 12 a menos do que já pesei
mas é oito a mais do que cheguei a ter. Não tem mais câncer, mas a garganta
leva um bom tempo para sarar. A fonoaudióloga diz que é como se fosse a erupção
de um vulcão. Tem uma pele diferenciada na garganta que leva tempo para
cicatrizar. Quando falo dá muita canseira na voz. Já tenho 67 anos. Não é mais
a garganta de uma pessoa de 30 anos.
O senhor deixou de fumar e
beber?
Não dá mais porque irrita a
garganta.
Dois anos e três meses
depois do início do governo Dilma, qual foi seu maior acerto e principal erro?
Quando deixei a Presidência,
tinha vontade de dar minha contribuição para a Dilma não me metendo nas coisas
dela. E acho que consegui fazer isso quando viajei 36 vezes depois de deixar o
governo. Fiquei um ano imobilizado por causa do câncer. Estou voltando agora
por uma coisa mais partidária. Sinceramente acho que no meu governo eu deixei
muita coisa para fazer. Por isso foi importante eleger a Dilma, para ela dar
continuidade e fazer coisas novas. O Brasil nunca esteve em tão boas mãos como
agora. Nunca esse país teve uma pessoa que chegou na Presidência tão preparada
como a Dilma. Tudo estava na cabeça dela, diferentemente de quando eu cheguei,
de quando chegou Fernando Henrique Cardoso. Você conhece as coisas muito mais
teóricas do que práticas. E ela conhecia por dentro. Por isso que estou muito
otimista com o sucesso da Dilma e ela está sendo aquilo que eu esperava dela.
Foi um grande acerto. Tinha obsessão de fazer o sucessor. Eu achava que o
governante que não faz a sucessão é incompetente.
A presidente baixou os
juros, desonerou a economia, reduziu tarifas de energia e apreciou o câmbio.
Ainda assim não se nota entusiasmo empresarial por seu governo ou sua
reeleição. A que o senhor atribui a insatisfação? Teme-se que esse governo não
tenha uma política anti-inflacionária tão firme ou é pela avaliação de que o
governo Dilma seja intervencionista?
Não creio que haja má
vontade dos empresários com a presidente. Passamos por algumas dificuldades em
2011 e 2012 em função das políticas de contração para evitar a volta da
inflação. Foi preciso diminuir um pouco o crédito e aí complicou um pouco, mas
Dilma tem feito a coisa certa. Agora tem conversado mais com setores
empresariais. Acho que os empresários brasileiros, e eu vivi isso oito anos
assim como Fernando Henrique também viveu, precisam compreender que uma
economia vai ter sempre altos e baixos. Não é todo dia que a orquestra vai
estar sempre harmônica. O importante é não perder de vista o horizonte final. O
Brasil está recebendo US$ 65 bilhões de investimento direto. Então não dá para
se ter qualquer descrença no Brasil nesse momento. Nunca os empresários
brasileiros tiveram tanto acesso a crédito com um juro tão baixo. Vamos supor
que a Dilma não tivesse a mesma disposição para conversar que eu tinha. Por
razões dela, sei lá. O dado concreto é que, de uns tempos para cá, a Dilma tem
colocado na agenda reuniões com empresários e partidos políticos.
Os empresários acham que ela
é ideológica demais…
O que é importante é que ela
não perde suas convicções ideológicas, mas não perde o senso prático para
governar o país. Ela não vai governar o país com ideologia. Se alguém ainda
aposta no fracasso da Dilma, pode começar a quebrar a cara. Ela tem convicção
do que quer. Esses dias liguei para ela e disse para tomar cuidado para não
passar dos 100%. Porque há espaço para ela crescer. Vai acontecer muito mais coisa
nesse país ainda. Não adianta torcer para não ter sucesso. Não há hipótese de o
Brasil não dar certo.
A queixa é de que tudo que
eles [os empresários] precisam têm que falar com a presidente porque os
ministros não têm autonomia para decidir, ela não delega. É isso?
Se isso foi verdade, já
acabou. Sinto, nos últimos meses, que a Dilma tem feito muito mais reuniões.
Tem soldado muito mais o governo. A pesquisa mostra que o governo vem crescendo
e vai chegar perto dela nas pesquisas. E os ajustes vão acontecendo. É a
primeira vez que a gente tem uma mulher. O papel dela não é tão fácil quanto o
meu porque 99% das pessoas que recebia eram homens, e homem fala coisa que
mulher não pode falar, conta piada. Não há hábito do homem ainda perceber a
mulher num cargo mais importante. Mas os homens vão ter que se acostumar. Uma
mulher não pode se soltar numa reunião onde só tenha homem. Então acho que as
pessoas têm que aprender a gostar das outras pessoas como elas são. A Dilma é
assim e é assim que ela é boa para o Brasil. A mesma coisa é a Graça [Foster].
É uma mulher muito respeitada também. Não brinca nem é alegre, mas cada um tem
seu jeito de ser.
Seu governo viabilizou
projetos essenciais para o rumo que a economia pernambucana tomou, como o polo
petroquímico e a fábrica da Fiat. A pré-candidatura Eduardo Campos, que agrega
adversários fidagais de seu governo, como Jarbas Vasconcelos e Roberto Freire,
e anima até José Serra, é uma traição?
Não. Minha relação de
amizade com Eduardo Campos e com a família dele, que passa pela mãe, pelo avô e
pelos filhos, é inabalável, independentemente de qualquer problema eleitoral.
Eu não misturo minha relação de amizade com as divergências políticas. Segundo,
acho muito cedo pra falar da candidatura Eduardo. Ele é um jovem de 40 e poucos
anos. Termina seu mandato no governo de Pernambuco muito bem avaliado. Me
parece que não tem vontade de ser senador da República nem deputado. O que é
que ele vai ser? Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar
espaço na política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o
Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que me
parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se apresente e
viaje pelo Brasil e debata. Ainda pretendo conversar com ele. A Dilma já
conversou e mantém uma boa relação com ele.
O Fernando Henrique teve
como candidato um ministro e o senhor também. O senhor acha que ainda é
possível demover Eduardo Campos com a proposta de que ele se torne um ministro
importante no governo Dilma e depois seu candidato? É possível se comprometer
com quatro anos de antecedência?
Somente Dilma é quem pode
dizer isso. Não tenho procuração nem do Rui Falcão nem da Dilma para negociar
qualquer coisa. Vou manter minha relação de amizade com Eduardo Campos e minha
relação política com ele. Até agora não tem nada que me faça enxergá-lo de
maneira diferente da que enxergava um ano atrás. Se ele for candidato vamos ter
que saber como tratar essa candidatura. O Brasil comporta tantos candidatos. Já
tive o PSB fazendo campanha contra mim. O Garotinho foi candidato contra mim. O
Ciro também. E nem por isso tive qualquer problema de amizade com eles.
Candidaturas como a do Eduardo e da Marina só engrandecem o processo
democrático brasileiro. O que é importante é que não estou vendo ninguém de
direita na disputa.
Já que o senhor tem uma
relação tão forte de amizade com ele, vai pedir para Eduardo Campos não se
candidatar?
Não faz parte da minha
índole pedir para as pessoas não se candidatarem porque pediram muito para eu
não ser. Se eu não fosse candidato eu não teria ganho. Precisei perder três
eleições para virar presidente. Eu não pedirei para não ser candidato nem para
ele nem para ninguém. A Marina conviveu comigo 30 anos no PT, foi minha
ministra o tempo que ela quis, saiu porque quis e várias pessoas pediram para
eu falar com ela para não ser candidata e eu disse: “Não falo”. Acho bom para a
democracia. E precisamos de mais lideranças. O que acho grave é que os tucanos
estão sem liderança. Acho que Serra se desgastou. Poderia não ter sido
candidato em 2012. Eu avisei: não seja candidato a prefeito que não vai dar
certo. Poderia estar preservado para mais uma. Mas Serra quer ser candidato a
tudo, até síndico do prédio acho que ele está concorrendo agora. E o Aécio não
tem a performance que as pessoas esperavam dele.
Quem é o adversário mais
difícil da presidente: Aécio, Marina ou Eduardo?
Não tem adversário fácil. O
que acho é que Dilma vai chegar na eleição muito confortável. Se a gente
trabalhar com seriedade, humildade e respeitando nossos adversários e a
economia estiver bem, com a inflação controlada e o emprego crescendo, acho que
certamente a Dilma tem ampla chance de ganhar no primeiro turno.
Como vai ser sua atuação na
campanha de 2014? Vai atuar mais nos bastidores, na montagem das alianças, ou
vai subir em palanque em todos os Estados?
Eu quero palanque.
Vai subir em Pernambuco e
pedir votos para Dilma?
Vou. Vou lá, vou em
Garanhuns, vou no Rio, São Paulo, na Paraíba, em Roraima…
Seus médicos já liberaram?
Já. Se eu não puder eu levo
um cartaz dela na mão (risos). Não tem problema. Acho que ela vai montar uma
coordenação política no partido e eu não sou de trabalhar bastidores. Eu quero
viajar o país.
Nem às costuras de alianças
o senhor vai se dedicar?
Não precisa ser eu. O PT
costura.
Quais são as alianças mais
difíceis? Como resolver o problema do Rio?
No Rio tem uma coisa
engraçada porque nós temos o Pezão, que é uma figura por quem eu tenho um
carinho excepcional. Nesses oito anos aprendi a gostar muito do Pezão, um
parceiro excepcional. E tem o Lindbergh.
Ele disse que vai fazer o
que o senhor mandar…
Não é bem assim. Eu não
posso tirar dele o direito de ser candidato. Ele é um jovem talentoso, um
encantador de serpentes, como diriam alguns, com uma inteligência acima da
média, com uma vontade de trabalhar, como poucas vezes vi na vida. Ele quer
ser. Cabe ao partido sempre tratar com carinho, porque nós temos que ter sempre
como prioridade o projeto nacional. Ou seja: a primeira coisa é a eleição da
Dilma. Não podemos permitir que a eleição da Dilma corra qualquer risco. Não
podemos truncar nossa aliança com o PMDB. Acho que o PT trabalha muito com isso
e que Lindbergh pode ser candidato sem causar problema. Acho que o Rio vai ter
três ou quatro candidaturas e ele, certamente, vai ser uma candidatura forte.
Obviamente Pezão será um candidato forte, apoiado pelo governador e pela
prefeitura. Na minha cabeça o projeto principal é garantir a reeleição de
Dilma. É isso que vai mudar o Brasil.
Aqui em São Paulo o
candidato é o Padilha?
Olha, acho que a gente não
tem definição de candidato ainda. Você tem Aloizio Mercadante, que na última
eleição teve 35% dos votos, portanto ele tem performance razoável. Tem o
Padilha, que é uma liderança emergente no PT, que está em um ministério importante.
Tem a Marta que eu penso que não vai querer ser candidata desta vez. Tem outras
figuras novas como o Luiz Marinho, que diz que não quer ser candidato. Tem o
José Eduardo Cardozo, que vira e mexe alguém diz que vai ser candidato e você
pode construir aliança com outros partidos políticos. Para nós a manutenção da
aliança com o PMDB aqui em São Paulo é importante.
Isso passa até pelo PT
aceitar um candidato do PMDB?
Se tiver um candidato
palatável, sim. Nós nunca tivemos tanta chance de ganhar a eleição em São Paulo
como agora. A minha tese é a mesma da eleição de Fernando Haddad. Ou seja,
alguém que se apresente com capacidade de fazer uma aliança política além dos
limites do PT, além dos limites da esquerda. Como é cedo ainda, temos um ano
para ver isso. Eu fico olhando as pessoas, vendo o que cada um está fazendo. E
pretendo, se o partido quiser me ouvir, dar um palpite.
Em 2012, em São Paulo, o
senhor defendeu a renovação do partido, com um candidato novo. Essa fórmula
será mantida para o governo do Estado?
Hoje temos condições de ver
cientificamente qual é o candidato que o povo espera. Por exemplo, quando
Haddad foi candidato a prefeito, eu nunca tive qualquer preocupação. Todas as
pesquisas que a gente trabalhava, as qualitativas que a gente fazia, toda elas
mostravam que o povo queria um candidato como ele. Então era só encontrar um
jeito de desmontar o Russomanno, que em algum lugar da periferia se parecia com
o candidato do PT. Na época eu não podia nem fazer campanha direito. Estava com
a garganta inchada. Eu subia no caminhão para fazer discurso sem poder falar,
mas era necessário convencer as pessoas de que o candidato do PT era o Haddad,
não era o Russomanno. Quando isso engrenou, o resto foi mais tranquilo. Para o
governo do Estado é a mesma coisa. Não é quem sai melhor na pesquisa no começo.
É quem pode atender os anseios e a expectativa da sociedade.
E quem pode?
Não sei. Temos que ter muito
critério na escolha. A escolha não pode ser em função só da necessidade da
pessoa, de ela querer ser. Tem que ser em função daquilo que é importante para
construir um leque de aliança maior. Temos que costurar aliança, temos que
trazer o PTB, manter o Kassab na aliança e o PMDB. Precisamos quebrar esse
hegemonismo dos tucanos aqui em São Paulo, porque eles juntam todo mundo contra
o PT. Precisamos quebrar isso. Acho que temos todas as condições.
Desde que deixou a
Presidência, o senhor tem sido até mais alvejado que a presidente. Foi acusado
de tentar manter a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo.
Agora foi acusado de ter suas viagens financiadas por empreiteiras. Como o
senhor recebe essas críticas e como as responde?
Quando as coisas são feitas
de muito baixo nível, quando parecem mais um jogo rasteiro, eu não me dou nem
ao luxo de ler nem de responder. Porque tudo o que o Maquiavel quer é que ele
plante uma sacanagem e você morda a sacanagem. É que nem apelido: se eu coloco
um apelido na pessoa e a pessoa fica nervosa e começa a xingar, pegou o
apelido. Se ela não liga, não pegou o apelido. Tenho 67 anos de idade. Já fiz
tudo o que um ser humano poderia fazer nesse país. O que faz um presidente da
República? Como é que viaja um Clinton? A serviço de quem? Pago por quem?
Fernando Henrique Cardoso? Ou você acha que alguém viaja de graça para fazer
palestra para empresários lá fora? Algumas pessoas são mais bem remuneradas do
que outras. E eu falo sinceramente: nunca pensei que eu fosse tão bem
remunerado para fazer palestra. Sou um debatedor caro. E tem pouca gente com
autoridade de ganhar dinheiro como eu, em função do governo bem-sucedido que
fiz neste país. Contam-se nos dedos quantos presidentes podem falar das boas
experiências administrativas como eu. Quando era presidente, fazia questão de
viajar para qualquer país do mundo e levar empresários, porque achava que o
presidente pode fazer protocolos, assinar acordo de intenções, mas quem executa
a concretude daquilo são os empresários. Viajo para vender confiança. Adoro
fazer debate para mostrar que o Brasil vai dar certo. Compre no Brasil porque o
país pode fazer as coisas. Esse é o meu lema. Se alguém tiver um produto
brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho nenhuma
vergonha de continuar fazendo isso. Se for preciso vender carne, linguiça,
carvão, faço com maior prazer. Só não me peça para falar mal do Brasil que eu
não faço isso. Esse é o papel de um político que tem credibilidade. Foi assim
que ganhei a Olimpíada, a Copa do Mundo. Quando Bush veio para cá e fomos a
Guarulhos, disse a ele que era para tirarmos fotografia enchendo um carro de
etanol. Tinham dois carros, um da Ford e um da GM, e ele falou: “Eu não posso
fazer merchandising”. Eu disse: “Pois eu faço das duas”. Da Ford e da GM. E o
Bush tirou foto com chapéu da Petrobras. Sem querer ele fez merchandising da
Petrobras. Você sabe que eu fico com pena de ver uma figura de 82 anos como o
Fernando Henrique Cardoso viajar falando que o Brasil não vai dar certo. Fico
com pena.
O senhor acha que São Paulo
corre risco de perder a abertura da Copa porque o Banco do Brasil não vai
liberar dinheiro sem garantias?
Sinceramente não acredito
que as pessoas que fizeram o sacrifício para chegar onde chegaram vão se
permitir morrer na praia agora. A verdade é que o Corinthians precisa de um
estádio de futebol independentemente de Copa do Mundo. São Paulo não pode ficar
fora da Copa. Acho que seria um prejuízo enorme do ponto de vista político e
simbólico o Estado mais importante da Federação, com os times mais importantes
da Federação - com respeito ao Flamengo - esteja fora da Copa do Mundo. É
impensável. Eles que tratem de arranjar uma solução.
O senhor voltará à política
em 2018?
Não volto porque não saí.
Voltará a se candidatar?
Não. Estarei com 72 anos.
Está na hora de ficar quieto, contando experiência. Mas meu medo é falar isso e
ler na manchete. Não sei das circunstâncias políticas. Vai saber o que vai
acontecer nesse país, vai que de repente eles precisam de um velhinho para
fazer as coisas. Não é da minha vontade. Acho que já dei minha contribuição.
Mas em política a gente não descarta nada.
Que análise o senhor faz do
julgamento do mensalão?
Não vou falar por uma
questão de respeito ao Poder Judiciário. O partido fez uma nota que eu
concordo. Vou esperar os embargos infringentes. Quando tiver a decisão final
vou dar minha opinião como cidadão. Por enquanto vou aguardar o tribunal. Não é
correto, não é prudente que um ex-presidente fique dizendo “Ah, gostei de tal
votação”, “Tal juiz é bom”. Não vou fazer juízo de valor das pessoas. Quando
terminar a votação, quando não tiver mais recursos vou dizer para você o que é
que eu penso do mensalão.
Fonte: Valor Econômico