Resolução Conjuntura
Estadual Estratégia e a Tática Eleitoral
O Estado do Tocantins vive
atualmente uma ausência de comando institucional por parte do governo do PSDB,
que trava a gestão pública. Após mais de dois anos de administração, o que se
tem é um governo apático, sem rumo e incapaz de implementar, minimamente, as
propostas apresentadas durante a campanha eleitoral, acarretando-lhe um visível
desgaste perante a sociedade tocantinense.
Agora, tal como em 2009, os
governantes estão sobre a pressão do RECED (Recurso Contra Expedição de
Diploma), ocasionando instabilidade e insegurança a todos os setores da
sociedade. Ocorrendo acassação, poderá o poder econômico definir quem será o
governador tampão através da eleição via Assembléia Legislativa. Isso
certamente irá acrescentar mais um componente de instabilidade e insegurança,
além das provocadas pelo descrédito de alguns membros do Poder Judiciário, com
afastamento de 5 desembargadores por suspeita de venda de sentenças e com
Presidente do Tribunal de Contas do Estado, acusado de se beneficiar de recursos
públicos do governo do estado, quando devia fiscalizar e combater esta prática.
Se por um lado, não há ações
claras e objetivas do governo, por outro, também não existe uma oposição
organizada, ficando a sociedade tocantinense com o prejuízo. Com isso,
curiosamente vê-se um governo administrativamente muito fraco, porém,
politicamente forte, pelo menos, aparentemente. A exemplo, a saúde no estado
está um caos, a segurança deixa muito a desejar, as estradas estão muito
deterioradas, o Ruraltins, responsável por importantes ações de assistência á
agricultura familiar está totalmente desestruturado.
Como explicar tudo isso?
Certamente não é fácil analisar uma conjuntura, com tantas componentes e
tamanha contradição. O que temos hoje, é a falência de uma hegemonia que foi
muito forte, em que o detentor e os opositores lidavam muito bem com ela. Na
ausência desta hegemonia, ambos estão perdidos e sem iniciativas para superar
as dificuldades do momento. Por exemplo, parafraseando o mestre Zé Geraldo, a oposição
vê: "isso tudo acontecendo e fica dando milho aos pombos.
Na verdade, falta à oposição
um projeto de desenvolvimento que represente os interesses da população, pois
somente através dela é que será possível construir as políticas públicas que
precisa. Um Projeto de desenvolvimento capaz de articular ações de curto, médio
e longo prazos, capaz de promover políticas publicas de distribuição de renda e
de inclusão social, gerenciado por um método de gestão inovador que substitua o
centralismo personalista por planejamento integrado e participativo com
monitoramento rígido e permanente.
Ao contrário, no Brasil, o
governo capitaneado pelo PT e sob o comando da Presidenta Dilma, com apoio de
uma forte base aliada vem fazendo muita diferença na vida da classe
trabalhadora. Um governo que tem escolhido cuidar da classe trabalhadora em
todos os aspectos vitais.Um modelo de governo que colocou o aparelho de estado
da União como ferramenta de planejamentointegrado e sustentado, voltado a
fomentar a dinamização da economia com distribuição de renda e inclusão social.
Diante desta constatação, o
PT sendo o Partido que vem coordenando a transformação da qualidade de vida da
classe trabalhadora no Brasil para melhor, precisa tomar para si a
responsabilidade da iniciativa dedialogar com outros partidos e com as forças
ativas da sociedade dos diversos setores econômico, produtivo, social,
cultural, ambiental, dos direitos humanos e diversidade, visando a formulação
de uma estratégia capaz de capitanear a construção de uma nova hegemonia, sem
hegemonismo, fundada no diálogo sincero com o povo de forma que possam ser
construídos canais permanentes de participação popular. Uma forma de exercitar
o poder que não tema compartilhá-lo com o povo, que tenha a democracia e a participação
popular como princípio, que negue o personalismo impositivo, sem descambar para
democratismo.
A construção de uma nova
forma de poder tende muitas das vezes a ser negada com a justificativa de que é
muito difícil. Necessário é, que se compreenda que a inovação na forma de
exercitar o poder vai muito além dos chamados choques de gestão. Exige
conhecimento,criatividade na modernização das relações humanas/humanas e
relações humanas/novas tecnologias. O desenvolvimento científico e tecnológico
acumulado pela sociedade não pode ser apropriado apenas parageração de lucro.
Ele deve ser antes de qualquer coisa, o instrumento facilitador do alargamento
do exercício da cidadania, sendo responsabilidade dos governantes, através dele
e com ele, promover a ascensão econômica e social para todos.
Necessita-se compreender
também, como bem ensinou o ex-presidente Lula, que para a conquista da
possibilidade de coordenar a execução e implantação de uma projeto de poder
dessa magnitude é preciso além de encantar aliados compromissados na sua
construção e execução, tocar o coração do povo tocantinense,que em última
análise, é o detentor do poder. O atual momento do Tocantins demonstra, que a
sociedade, exige que não só se tenha a competência de apresentar um novo
projeto de desenvolvimento e uma nova visão de gestão do estado, mas também
exige a componente da novidade de novos personagens para expressar esse novo
projeto e essa nova visão.
Percebe-seque este é um
momento impar para os partidos apresentarem os seus projetos e nomes a
apreciação do povo e da sociedade se mobilizar em torno do conjunto de seus
interesses e ser também sujeito ativo neste processo. O momento é muito
singular para formação de um bloco de forças que tenham identidade com o
projeto nacional em curso no País.
Faz-se necessário, que todos
os atores dispostos a interferirem neste processo, onde se vive uma conjuntura
de falta de rumo e de organização do poder, compreendam tratar -se de um
momento importante para o PT, que se respeite os projetos, as pretensões e os
desejos dos possíveis aliados. Este processo será capitaneado por quem tiver a
capacidade de construir a aliança necessária, focada no projeto de
desenvolvimento sustentável e que tenha identificação com projeto nacional em
curso e não, nesta ou naquela liderança.É preciso quê se compreenda também, a
importância das lideranças para a condução do projeto, mas ele tem que ser o
fio condutor, ser o centro gerador das expectativas de superação das
dificuldades e das respostas às suas necessidades e não, os dirigentes. Os
dirigentes passam, mas um bom projeto pode ficar e ser comandado por novos
líderes.
As reuniões nas
macrorregionais do Bico do Papagaio, Região Central, Sul e Sudeste do Estado do
Tocantins mostraram que o PT do Tocantins é unânime no desejo de candidatura
própria a governador para as eleições de 2014.
Os dados sociais do Estado
do Tocantins mostram características próprias de uma sociedade pobre, carente
de mudanças, vejamos alguns dados:
- 50% dos empregos formais
no Tocantins vêm do setor público;
- mais de 30% das crianças,
nascem de mães que possuem entre 10 e 19 anos. Enquanto a média brasileira é de
19%;
- 11,88% dos tocantinenses
acima de 15 anos são analfabetos, quando no Brasil a taxa é de 8,6% (2011). O
índice do Tocantins é o pior da região norte;
- O melhor colégio do
Tocantins ficou 522º lugar no Enem 2012;
- O Tocantins possui 2.697
leitos hospitalares. O que representa um índice de 2,37 leitos por mil
habitantes. O índice satisfatório segundo a organização mundial da saúde, é de
5 leitos por mil habitantes;
- O número de médicos por
mil habitantes no Tocantins é 1,36. No Brasil o índice é 1,8 médico por mil
habitantes. O número ideal segundo a OMS é 2,5 médico por mil habitantes.
- Em torno de 50% dos
habitantes do Estado do Tocantins que estão com padrão de vida abaixo da linha
de pobreza, moram na zona rural.
Observação: Informações
contidas nos relatórios do IBGE – último senso; Ministério da Educação –
resultados do ENEM e Conselho Regional de Medicina de São Paulo – CRM/SP
COMO ESTRATÉGIA o PT deve
capitanear a construção de uma nova hegemonia, sem hegemonismo, fundada no
diálogo sincero com o povo de forma que possam ser construídos canais
permanentes de participação popular, uma nova forma de exercitar o poder que
tenha a democracia e a participação popular como princípios, que negue o
personalismo impositivo, sem descambar para democratismo.
Assim, o PT para atingir
esta estratégia dará os seguintes passos TÁTICOS:
1- Atualizará a partir do
debate com o partido, com os aliados e com a sociedade tocantinense o seu
projeto de desenvolvimento sustentável para o Tocantins, e tendo-o como
elemento aglutinador de forças políticas;
2- Apresentará candidatura
ao governo do Estado do Tocantins;
3- Trabalhará na construção
de um bloco político de oposição, com partidos comprometidos com o projeto
nacional, com a estratégia apresentada para o estado com vistas às eleições de
2014 no estado e com a reeleição da Presidenta Dilma;
4- Apresentará candidaturas
competitivas visando garantir a eleição de uma bancada federal composta por
senador e deputados;
5- Lançará uma chapa forte à
eleição de deputados estadual, visando o aumento da bancada e sustentação ao
governo do PT e que tenha representantes mulheres como protagonistas.
6- Buscará obter maior
coesão interna, necessária para o alcance dos objetivos do PT;
7- Intensificará a campanha
de filiação em curso no estado, com a prioridade para as mulheres.
Fonte: ASCOM - PT/TO