quinta-feira, 31 de março de 2016

José Salomão propõe retenção de ISSQN de empreiteiras na fonte para evitar prejuízos aos municípios

Deputado José Salomão - PT


O deputado José Salomão apresentou projeto de lei na manhã desta terça-feira, dia 29, que propõe a obrigatoriedade do Estado do Tocantins de fazer a retenção na fonte do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN sobre os recursos transferidos às empresas por obras contratadas e realizadas nos municípios tocantinenses.

De acordo com José Salomão, os municípios têm dificuldade em receber o imposto das empreiteiras que executam obras custeadas pelo Município, Estado ou União ou em convênio com estes, o que tem acarretado um prejuízo imensurável aos municípios.

Ele explica que quando não abandonam as obras pelo caminho, as empresas ficam inadimplentes após receber os repasses do foi executado. “É um calote oficializado”, apontou. “Muitas vezes, o município tem que entrar na justiça para receber, o que gera um desgaste muito grande”, assinalou José Salomão que afirmou já ter passado por esta situação quando prefeito de Dianópolis.

Caso seja aprovada esta medida, o ISSQN será descontado das empreiteiras contratadas, e repassado ao município, antes de ser feito o repasse dos recursos às empresas.

O deputado justificou que conforme previsto nas constituições estadual e federal, a competência para legislar sobre o referido tributo é do município, e que esta disposição constitucional não está sendo violada na presente propositura, tendo em vista que, esta matéria trata apenas da retenção do tributo na fonte, antes do repasse dos recursos para as empresas contratadas.

Voto de Pesar

José Salomão também apresentou voto de pesar pelo falecimento da senhora Iracema Costa Aires Rodrigues, cidadã dianopolina, de família tradicional, em Dianópolis. “Mulher de fibra, trabalhadora, habilidosa, amorosa, olhos verdes e vibrantes e riso fácil. Gostava muito de festas, de cantar, dançar e ler. Cozinheira de mão cheia, muito detalhista e cuidadosa na escolha de ingredientes e preparo dos alimentos, seu trabalho sempre girou em torno da arte culinária”, referiu-se.

Assessoria de Comunicação

quarta-feira, 30 de março de 2016

José Salomão critica atuação do juiz Sérgio Moro na Lava Jato



A crise política enfrentada pelo País foi tema de pronunciamento do deputado estadual José Salomão, que usou  a Tribuna da Assembleia Legislativa para sair em defesa do governo petista e criticar a atuação do Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal, em especial o juiz Sérgio Moro. “A meu ver não honra a toga que enverga”, disparou.

José Salomão questionou as ações de Moro, como o fato de o magistrado ter determinado a suspensão do monitoramento telefônico, mas a operadora só ter suspenso o sinal horas depois. “No intervalo, o que foi gravado foi divulgado, nitidamente com a intenção de incendiar o cenário político”, avaliou. “Desconfio de juiz justiceiro, que se acha o Superman. Que acha que pode moldar as leis ao seu gosto, e aos seus interesses. É assim que Moro tem agido”, advertiu o petista.

Na opinião de José Salomão, Sérgio Moro já extrapolou antes e extrapolou agora. “Optou pelas ruas ao invés dos tribunais. Antecipou o julgamento político e popular, usando a grande mídia. Mas um juiz fazendo sua justiça particular com as próprias mãos é de assustar”, considerou.“Uma crise política alimentada pela mídia golpista e por uma oposição raivosa e intolerante, apoiada por membros do judiciário, com a colaboração do Ministério Público e da Polícia Federal”, acrescentou.

Justiça

O deputado observou que na opinião de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de professores de Direito e de juristas respeitados e com credibilidade no meio acadêmico, Moro tem passado dos limites. “Para o ministro Marco Aurélio Melo, do STF: ‘Ele não é o único juiz do país e deve atuar como todo juiz. Agora houve essa divulgação por terceiros de sigilo telefônico. Isso é crime, está na lei. Ele simplesmente deixou de lado a lei. Dizer que interessa ao público em geral conhecer o teor de gravações sigilosas não se sustenta’”, citou.

Outra opinião citada em seu discurso é a do professor Sérgio Salomão Schecaira, titular de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP): “Moro cometeu crime e deve ser preso por divulgar os grampos envolvendo o ex-Presidente Lula e a Presidente Dilma”. Salomão citou ainda a opinião de Cláudio Abramo, Vice-Presidente da ONG Transparência Brasil para quem “não há elementos para condenar Lula e adoração a juiz é coisa de fascista”.

Segundo apurou José Salomão, o STF e a 4ª região da Justiça Federal apontam ao menos 18 erros de Moro na Lava Jato. “O juiz Sérgio Fernando Moro manteve prisões com fundamentos genéricos, tenta aplicar uma espécie de juízo universal e violou a competência do STF, ao deixar de enviar à Corte investigação que citava autoridades com prerrogativa de foro. Pelo menos onze decisões de Moro foram derrubadas entre 2014 e início de 2016. Levantamento da revista Consultor Jurídico identificou outras sete determinações reformadas pelo TRF-4ª Região”, citou o parlamentar.

José Salomão continuou o discurso citando o conceito de Frederico de Almeida, Mestre e Doutor em Ciência Política pela USP e professor. do departamento de Ciência Política da Unicamp. “A quebra de sigilo de interceptações telefônicas de Lula praticada por Moro é ilegal e politicamente irresponsável. Ilegal porque contraria expressamente a Lei 9296/96, que dispõe que gravações inúteis à investigação devem ser destruídas, e não reveladas, e porque parte delas foi obtida quando não vigia mais ordem judicial. Politicamente irresponsável, porque serviu deliberadamente para inflamar os ânimos políticos em um momento de já alta e perigosa conflituosidade. A justificar tanto sua ilegalidade quanto sua irresponsabilidade, Moro apela demagogicamente para um suposto e difuso “interesse público” no conhecimento do conteúdo das gravações, mesmo que elas não fornecessem indícios de prática de crimes, como o próprio magistrado admite”, referiu-se à declarações de Frederico.

Comissão suprapartidária
José Salomão afirmou que a comissão suprapartidária de Senadores, liderada pelo Roberto Requião, irá ao Conselho Nacional de Justiça pedir punição contra crimes de Sérgio Moro. “A chamada grampolândia, ou seja, escuta ilegal e vazamento de gravação à Globo. Dentre as medidas adotadas pelo CNJ, o juiz Moro pode ser exonerado do cargo”, observou.

“Segundo os senadores, o juiz Moro tem permitido, sem qualquer constrangimento, sucessivos vazamentos seletivos de documentos que deveriam ser resguardados em segredo de justiça, tem deliberado sobre ações drásticas como conduções coercitivas sem que o investigado seja antes intimado, tem operado delações premiadas que nada têm de espontâneas, com o investigado preso; concede entrevistas e participa de palestras, falando de temas da operação, sem contar que participa do lançamento de candidaturas partidárias”, continuou José Salomão.

Para finalizar seu discurso, José Salomão citou declarações do ministro Teori Zavaski acerca de Moro. “Papel do juiz é o de resolver conflitos, e não criar”, alegou Teori. “O ministro Teori falou ainda que juiz não deve buscar holofotes e que o “poder judiciário tem que exercer seu papel com prudência, com serenidade, com racionalidade, sem protagonismo, porque é isso que a sociedade espera de um juiz”. José Salomão referiu-se ainda à decisão de Teori de determinar a devolução do processo relativo à investigação sobre Lula ao STF. O deputado petista encerrou o discurso reforçando que não compactua e nem é conivente com a corrupção, mas que Moro deve ser investigado e responder por suas extravagâncias e arbitrariedades.


FONTE - ASCOM DEPUTADO JOSÉ SALOMÃO

sexta-feira, 25 de março de 2016

quarta-feira, 23 de março de 2016

Fruticultores do Projeto Manuel Alves devem colher 60 toneladas da manga Palmer até junho

Projeto Manuel Alves platio de manga palmer fotos cedidas por Patrik Antunes foto3_300.jpg
Os produtores estão otimistas com ótima aceitação dos consumidores e mercados pela variedade Palmer
Eliane Tenório / Governo do Tocantins
A manga é uma fruta conhecida desde tempos antigos e atualmente é produzida em todo o mundo. Os produtores de manga do Projeto Hidroagrícola Manuel Alves, situado entre Dianópolis e Porto Alegre do Tocantins, na região Sudeste do Estado, iniciam nesta semana a colheita da fruta. A variedade plantada é a Palmer, que foi escolhida por ter boa aceitação nos mercados e ser a variedade que melhor se adaptou às condições climáticas da região.
O cultivo das mangas no projeto utiliza técnicas de irrigação e indução floral (com produtos que antecipam a produção dos frutos). A colheita da manga é feita manualmente, uma a uma, e são embaladas geralmente em caixa de plástico 25 kg ou papelão de 6 kg, dependendo do mercado consumidor. A previsão é que a colheita dessa primeira safra termine em julho.
Segundo o engenheiro agrônomo e coordenador de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do Perímetro Irrigado Manuel Alves, Patrik Diogo Antunes. A expectativa é para que colham cerca de 60 toneladas nessa a primeira safra. “O plantio das mangueiras teve inicio há cerca de quatro anos e atualmente, cerca de sete agricultores cultivam a lavoura, numa área de 65,40 hectares”.

Comercialização e Mercado

O produtor Delmácio Alves investiu no plantio de 1.500 mangueiras da variedade Palmer, em seis hectares na área de fruticultura do Manuel Alves, e está feliz com a chegada da colheita das primeiras frutas em maio.  “Tentei convencer outros produtores a cultivar, mas ninguém botava fé porque a mangueira demora cerca de três anos para começar a produzir. Hoje vendo que estão todas carregadas se animaram para plantar”, comenta. “No início é feito um investimento maior com o plantio das mangueiras, mas o produtor pode ter lucros durante 30 anos, tempo médio de produção dos mangueirais”, comemora.
Os produtores estão otimistas com a boa aceitação, da variedade Palmer, por parte de consumidores e mercados. Segundo Delmácio Alves, o quilo da manga Palmer está sendo comercializado, por cerca de R$ 2,40 e o custo de produção está em torno de R$ 1,00, o que deixa uma boa margem de lucro para o produtor.
“A ideia é vender na entressafra, quando a demanda é maior e os preços estão melhores. Estamos na entressafra e já temos uma boa procura pela fruta,” comemora o coordenador do projeto Patrik Antunes. O planejamento é para vender nos mercados de Palmas, Araguaína, Gurupi, Brasília e São Paulo.

Indução Floral

Sobre a técnica de indução floral, o engenheiro agrônomo da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) Anderson Pereira informa que, seja na cultura da manga ou em outras frutíferas, a indução floral é uma forma de programar a colheita dos frutos e dar possibilidades ao produtor de colher de acordo com a demanda de mercado, minimizando perdas, melhorando o planejamento e aumentando a segurança do produtor rural. “O produtor faz induções parceladas, com intervalos de tempo entre as aplicações para escalonar a produção e colher no tempo programado”, explica. 
   
Manuel Alves


O projeto de Irrigação Manuel Alves, implantado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), está localizado no município de Dianópolis, a 320 km de Palmas. É um dos maiores projetos de irrigação do Brasil, com uma área de cinco mil hectares e expansão para mais 15 mil hectares. Dividido em lotes variados que estão sendo explorados com fruticultura, por meio de métodos modernos de irrigação (gotejamento, microaspersão e aspersão convencional). São 199 lotes para pequenos produtores e 14 lotes empresariais. 

FONTE: SEAGRO - TO
http://seagro.to.gov.br/noticia/2016/3/21/fruticultores-do-projeto-manuel-alves-devem-colher-60-toneladas-da-manga-palmer-ate-junho

QUANDO UM BISPO PROVOCA ABALOS NA PRÉ-CANDIDATURA DE UM PADRE

 

O dia 19 de março trouxe para Dianópolis a renovação da Fé Católica através do Padroeiro São José, congregando os devotos em um grande evento de caráter religioso e social, configurando uma confraternização abençoada entre a Igreja e seus fiéis, como acontece anualmente na Terra das Dianas.

Os festejos de 2016 trouxeram uma surpresa que superou todas as expectativas de crédulos e incautos. O Bispo Dom Romualdo da Diocese de Porto Nacional, superior hierárquico dos padres que em Dianópolis atuam, condenou a intenção de tornar-se candidato a prefeito do Padre Gleibson Moreira, literalmente afirmando em sua " homilia " : PADRE NÃO TEM QUE SE FILIAR EM NENHUM PARTIDO POLÍTICO; PADRE NÃO TEM QUE SE CANDIDATAR; PADRE NÃO VAI SALVAR CIDADE ALGUMA; A IGREJA É CONTRA ESTA ATITUDE SATÃNICA DO PADRE; LUGAR DE PADRE É NA IGREJA E NÃO NA POLÍTICA; O PADRE NÃO PODE INDUZIR NINGUÉM A FILIAR-SE EM PARTIDO POLÍTICO; O POVO NÃO DEVE VOTAR NO PADRE, ENTENDERAM... ENTENDERAM !

Após a missa de São José, não se falou em outra coisa na cidade . A posição mais do que clara e direta do Bispo que fala em nome da Igreja, certamente arrefeceu o entusiasmo eleitoral de muitos que se encantaram pela possibilidade de tornar o sacerdote em questão, prefeito de Dianópolis. ENTENDERAM ...

Partidários e não partidários da controversa pré-candidatura, invadiram as redes sociais, deixando à mostra o estrago feito pelo Bispo nas pretensões do ex- pároco da Igreja de São José. Naturalmente os apoiadores também se manifestaram e UM CIDADÃO CONHECIDO POR SUA FALÁCEA E AUSÊNCIA DE SENSO CRÍTICO, chegou ao absurdo de chamar o Bispo de " FAMIGERADO " , termo usualmente utilizado para designar malfeitores e bandidos. ENTENDERAM ...

O facebook trouxe-nos mensagem do Padre Gleibson, afirmando que o " Sândalo perfuma o machado que o corta " e que as palavras do Bispo não foram interpretadas da forma devida, manifestando o seu respeito à autoridade eclesiástica. ENTENDERAM ...


FONTE: SITE ECOS DO TOCANTINS EM 21/03/2016

AUTOR: TRAJANO COELHO NETO II

COLUNA TIRO AO ALVO

quinta-feira, 17 de março de 2016

Dia 18 de março, trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil vão às ruas, contra o golpe e o retrocesso e a favor da Democracia


Dia 18 de março, trabalhadores e trabalhadoras, estudantes e movimentos sociais de todo País, vão às ruas contra o GOLPE e em favor da DEMOCRACIA! 64 NUNCA MAIS!

Através de vazamentos parciais, a grande mídia aliada a corruptos como Eduardo Cunha, o inimigo do povo brasileiro, enganam o povo sobre o real motivo do golpe: entregar nossos direitos e riquezas, como o projeto de privatização da Petrobrás. CHEGA!

As maiores conquistas do povo foram nas ruas. E, é nas ruas que o povo, não a elite, vai defender os avanços e conquistas da classe trabalhadora.

Precisamos fortalecer a democracia. Por isso, conclamamos a todos e todas que querem um Brasil mais justo e solidário, a saírem às ruas no dia 18 de março.

Em Palmas, faremos um grande ato com concentração a partir das 16h na Avenida JK (108 norte), ao lado do colégio São Francisco.

Em Araguaína, a concentração é em frente a Câmara de Vereadores com concentração a partir das 17h.

Vamos à luta contra as intenções golpistas daqueles que não respeitam a democracia e querem impor um atalho para chegar ao poder. Não passarão!

- Contra a privatização da Petrobrás e a entrega do Pré-sal;

- Por uma nova política econômica;

- #ForaCunha

- Contra a criminalização dos Movimentos Sociais;

- Não ao ajuste fiscal e a cortes no Social e na Educação;

- Em defesa do emprego e dos direitos dos trabalhadores/as;

- Em defesa dos avanços e programas sociais;

#NÃOVAITERGOLPE

#64NUNCAMAIS 

Deputado Salomão busca incentivo do Governo à Formação de Bancos de Sementes e Mudas

Deputado José Salomão - PT


O deputado José Salomão (PT) apresentou requerimento na sessão ordinária da manhã desta quarta-feira, dia 16, na Assembleia Legislativa, onde sugere ao governo do Estado, a apresentação de Projeto de Lei, de sua autoria, que Institui a Política Estadual de Incentivo à Formação de Bancos de Sementes e Mudas de Variedades e Cultivares Locais, Tradicionais ou Crioula.

De acordo com o deputado, nas regiões rurais ou periurbanas do país, os agricultores, assentados, quilombolas, indígenas e comunidades rurais mantêm tradições seculares, onde trabalham selecionando sementes e mudas e multiplicando-as ao longo dos anos, a partir da observação dos melhores exemplares de cada espécie.

“Esse importante trabalhoso de seleção, multiplicação e armazenagem, promovido no campo em várias comunidades rurais, possibilitam às futuras gerações, o acesso a materiais com carga genética diversificada e aprimorada ao longo dos anos” explicou o parlamentar, ressaltando que o “objetivo é de dar condições, incentivo e diretrizes básicas, aos agricultores e assentados que trabalham selecionando sementes e mudas, para que no futuro possam promover o desenvolvimento desta importante atividade que precisa ser ainda mais incentivada e propagada no campo”, disse.

“Nossa proposta é fazer com que haja um incentivo do governo do Estado a esse trabalho, com assistência técnica e pesquisa, no sentido de melhorar e ampliar o trabalho, bem como difundir as sementes e mudas das plantas que apresentam melhor desempenho, tirando proveito da grande variabilidade genética existente nas espécies vegetais”, ressaltou.

José Salomão ainda destaca a importância do projeto para a preservação da biodiversidade. “Esta atividade tem um caráter estratégico inclusive na preservação da nossa biodiversidade, qualificada pelo trabalho permanente promovido no campo ao longo de gerações. Além disso, a prestação de assistência técnica, o apoio do sistema nacional de pesquisa agropecuária e a concessão de créditos e incentivos, tenderão a contribuir para a efetividade do trabalho até aqui conduzido de forma intuitiva por nossos agricultores”, explicou.


Assessoria de Comunicação

quarta-feira, 16 de março de 2016

Ex-presidente Lula assume a Casa Civil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o novo ministro da Casa Civil. Com a mudança, o ministro da atual da pasta, Jaques Wagner, será chefe de gabinete da presidenta Dilma Rousseff. A posse de Lula acontecerá na próxima terça-feira (22).

Terça-feira é a posse do Lula, o ministro da Esperança!
— Rui Falcão (@rfalcao13) 16 de março de 2016

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), deu a notícia no seu perfil oficial no Twitter. 
Ministro Wagner no dia de seu aniversário mostra grandeza e desprendimento ao deixar a Casa Civil! Lula nova Ministro da pasta!
— Guimarães (@guimaraes13PT) 16 de março de 2016

  “A autoridade da presidenta é dada por mais de 50 milhões de votos. Ela é inquestionável. Ela é a presidenta da República. Por isso eu reitero que não tem o menor cabimento a oposição querer nomear ministro. Se a oposição quiser nomear, tem que ganhar eleição. A presidenta é a presidenta eleita e nas democracias se respeita a vontade popular”, afirmou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence.   A notícia também foi comemorada pelo líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PT-PA).
Publicado por Paulo Rocha em Quarta, 16 de março de 2016

A deputada petista Margarida Salomão (PT-MG) afirmou que “hoje o Brasil deu um passo significativo na retomada do crescimento. Lula possui todos as qualidades para ajudar o Brasil a recuperar seu protagonismo.‪#‎LulaVoltou”.
Hoje o Brasil deu um passo significativo na retomada do crescimento. Lula possui todos as qualidades para ajudar o Brasil a recuperar seu protagonismo. #LulaVoltou

Publicado por Margarida Salomão em Quarta, 16 de março de 2016

“O maior e mais popular Presidente da história do Brasil sempre esteve ao lado dos brasileiros e brasileiras nos momentos de maior necessidade. Lula volta para continuar a fazer história e para escrever novos capítulos de um Brasil mais justo. Seja bem-vindo, Lula”, afirmou o deputado Paulo Pimenta.
LULA MINISTRO

O ex-Presidente Lula aceitou o convite para ser ministro da Casa Civil do governo da Presidenta Dilma Rousseff. O maior e mais popular Presidente da história do Brasil sempre esteve ao lado dos brasileiros e brasileiras nos momentos de maior necessidade. Lula volta para continuar a fazer história e para escrever novos capítulos de um Brasil mais justo. Seja bem-vindo, Lula.#PauloPimenta #FazAcontecer #EPP #PT #Lula #Brasil

Publicado por Paulo Pimenta em Quarta, 16 de março de 2016

Para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a ida do ex-presidente ao primeiro escalão do governo “foi uma grande decisão de Dilma Rousseff e Lula”.
Foi uma grande decisão de Dilma Rousseff e Lula. De humildade e ousadia, de visão política e unidade, expressando sua…

Publicado por Jandira Feghali em Quarta, 16 de março de 2016

“Um vento forte de esperança por mudanças na política, por uma relação mais direta com o povo brasileiro e pela construção de uma agenda de crescimento e superação da crise”, comemorou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Liderança do governo na Câmara informa que Lula aceitou o convite pra ser ministro da Casa Civil. Jaques Wagner será o…

Publicado por Lindbergh Farias em Quarta, 16 de março de 2016

Leia a nota na íntegra:
“A presidenta da República, Dilma Rousseff, informa que o ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, deixará a pasta e assumirá a chefia do Gabinete Pessoal da Presidência da República.
Assumirá o cargo de ministro de Estado chefe da Casa Civil o ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Assumirá, ainda, o cargo de ministro de Estado chefe da Secretaria de Aviação Civil, o deputado federal Mauro Ribeiro Lopes.
A presidenta da República presta homenagem e agradecimento ao Dr. Guilherme Walder Mora Ramalho pela sua dedicação.
Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República”
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

Documentos revelam que doleiro abriu conta secreta da família de Aécio Neves em Liechtenstein

Senador Aécio Neves. (Foto: George Gianni)

ÉPOCA obteve acesso aos papéis, apreendidos em operação da PF. Conta foi citada por Delcídio do Amaral, na delação homologada no STF, e está sendo investigada pela PGR na Lava Jato - anos atrás, MP chegou a arquivar o caso.

Na manhã do dia oito de fevereiro de 2007, um comboio da Polícia Federalatravessou sem alarde a avenida Rui Barbosa, no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Estacionou próximo ao portão de abóboda dourada do edifício residencial Murça, no número 460. Desembarcaram dos carros agentes daDelegacia de Repressão a Crimes Financeiros, a unidade da PF encarregada de investigar esquemas de lavagem de dinheiro. Bateram à porta de um dos confortáveis apartamentos do décimo-terceiro andar. Um casal de senhores atendeu, atônito. Não havia engano: era atrás deles que a PF estava. O octogenário Norbert Muller e sua mulher, Christine Puschmann, eram suspeitos de comandar uma das mais secretas e rentáveis “centrais bancárias clandestinas” do país. Vendiam aos seus clientes um serviço que, por aqui, só eles podiam oferecer: a criação e manutenção, no mais absoluto sigilo, de contas bancárias no LGT Bank, sediado no principado de Liechtenstein, o mais fechado de todos os paraísos fiscais do mundo. Naquela manhã de fevereiro, tanto no apartamento do casal Muller quanto no escritório deles, os agentes e delegados da PF encontraram as provas de que precisavam.
Graças à organização minuciosa de Norbert Muller, havia pastas separadas para cada um dos clientes – apenas nos arquivos do apartamento, a PF localizou 75 nomes. Cada pasta apreendida continha extratos bancários de contas, procurações, cópias de passaporte do cliente, contratos, correspondências de Muller com o banco LGT, anotações de valores. ÉPOCA obteve cópia – na íntegra e com exclusividade – dos papéis apreendidos e da investigação da PF. Havia ali pastas com nomes de advogados, médicos, empresários, socialites, funcionários públicos, um ex-deputado e até um desembargador do Rio recém-aposentado. Havia ali, especialmente, uma pasta-arquivo amarela, identificada pela PF nos autos de busca e apreensão pelo número 41. Nela, o doleiro Muller escrevera, a lápis, a identificação “Bogart e Taylor”. Era o nome escolhido por Inês Maria Neves Faria, mãe e sócia do senador Aécio Neves, do PSDB de Minas, então presidente da Câmara dos Deputados, para batizar a fundação que, a partir de maio de 2001, administraria o dinheiro da conta secreta 0027.277 no LGT.
Na terça-feira (15), tantos anos depois, veio a público a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, do PT do Mato Grosso do Sul, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Nela, entre muitas outras denúncias, Delcídio cita a conta em Liechtenstein. Aos procuradores, o senador disse que fora informado "pelo ex-deputado federal José Janene, morto em 2010, que Aécio era beneficiário de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato; que essa fundação seria sediada em Liechtenstein". Delcídio diz que não sabe dizer ao certo, mas que "parece que a fundação estaria em nome da mãe ou do próprio Aécio Neves; que essa operação teria sido estruturada por um doleiro do Rio de Janeiro". Delcídio disse não saber se há relação entre essa fundação e as acusações que fez ao tucano – entre elas, de serbeneficiário de propinas em Furnas e de ter agido para interferir nas investigações da CPI dos Correios, da qual o petista foi presidente, em 2006. Janene era um dos líderes do esquema em Furnas, segundo as investigações.
Foi a primeira vez que uma testemunha da Lava Jato citou em público o que os investigadores da Procuradoria-Geral da República investigam sigilosa e discretamente. Os procuradores que trabalham ao lado de Rodrigo Janot apuram a participação de Aécio nos esquemas citados por delatores, em especial o de Furnas. Pediram colaboração internacional, junto às autoridades de paraísos fiscais, para averiguar se contas como a associada ao senador em Liechtenstein foram usadas para o recebimento de propinas. Já descobriram, informalmente, que vários políticos brasileiros foram pagos em contas secretas em paraísos fiscais europeus. Aguardam o compartilhamento oficial dessas evidências. Marcelo Miller, um dos procuradores que atuaram no caso do doleiro Norbert Muller, integra a força-tarefa da PGR.
Aécio acabara de assumir a Presidência da Câmara dos Deputados quando a conta em Liechtenstein foi aberta. De acordo com os documentos apreendidos pela PF, ela poderia ser movimentada por Inês Maria e por Andréa Neves, irmã de Aécio. Segundo os papéis, Aécio não estava autorizado a movimentar a conta da fundação no banco LGT. Era, no entanto, seu beneficiário, de acordo com um documento apreendido pela PF e conhecido como “By Law”. Trata-se de umdocumento sigiloso, cujas cópias estão disponíveis apenas para os signatários e seus advogados – e que nem sequer é registrado perante as autoridades de Liechtenstein. O beneficiário, ou membro, de uma fundação tem direito a receber bens e dinheiro dela. Uma cláusula do By Law da fundação Bogart & Taylor especificava que, no caso da morte de Inês Maria Neves, Aécio herdaria a fundação e, com isso, o direito de movimentar livremente a conta no LGT. Ele, a mãe e a irmã são sócios em diversos outros empreendimentos, entre eles uma rádio e duas empresas de participação, de acordo com documentos da Junta Comercial de Minas Gerais.
A investigação da PF confirmou que nem Inês Maria, nem Andréa, nem Aécio declararam a existência da conta e da fundação Bogart & Taylor à Receita Federal ou ao Banco Central, como determina a lei. Nenhum dos outros clientes de Muller havia declarado também. Em tese, cometeram os crimes de evasão de divisasocultação de patrimônio e sonegação fiscal. Procurados por ÉPOCA, nem Aécio nem Inês Maria quiseram dar entrevista. Por meio de seus advogados, a família Neves confirmou que os documentos apreendidos são verdadeiros e que Inês Maria pretendia criar a fundação Bogart & Taylor em Liechtenstein para destinar recursos à educação de seus netos. Mas afirmam que a conta secreta no LGT foi aberta “sem conhecimento” da família. E permaneceu aberta por seis anos “à revelia” – até a operação da PF naquela manhã de fevereiro de 2007. Numa das notas enviadas a ÉPOCA, os advogados da família Neves afirmam: “Em 2001, assessorada pelo seu marido, o banqueiro Gilberto Faria, a Sra. Ines Maria pensou em criar uma fundação no exterior para prover os estudos dos netos. Foram feitos contatos com o representante de uma instituição financeira, no Brasil, e a Sra. Ines Maria encaminhou ao representante as primeiras documentações. Em função da doença de seu marido (Gilberto Faria morreria em outubro de 2008), os procedimentos foram interrompidos, e a fundação não chegou a ser integralmente constituída. A Sra. Ines Maria nunca assinou qualquer documento autorizando a abertura de conta bancária e nunca realizou remessa financeira para a mesma”.
Após a revelação do depoimento de Delcídio, a assessoria de Aécio divulgou nota reafirmando, em essência, o que seus advogados haviam informado a ÉPOCA. Omitiram, porém, que a conta só foi declarada após a batida da PF na casa do doleiro. Acrescentaram que o MPF no Rio e, ano passado, a própria PGR arquivaram investigações sobre o caso. É verdade. Omitiram, no entanto, que não houve investigação em nenhuma das duas instâncias. Numa, os procuradores disseram ser inviável apurar a existência da conta, em razão da proteção assegurada por Liechtenstein; noutra, a mais recente, a PGR limitou-se a seguir burocraticamente o que os procuradores no Rio já haviam dito. Ao arquivar o pedido de investigação, a PGR, no entanto, ressaltou que ele poderia ser reaberto mediante o surgimento de mais provas - como a delação de Delcídio e o avanço na colaboração da Lava Jato com autoridades de paraísos fiscais.

O segundo beneficiário
Indepedentemente do desenrolar da investigação na Lava Jato, um exame atento dos documentos da pasta amarela permite levantar sérias dúvidas sobre as declarações apresentadas por Aécio e seus advogados.Os papéis contradizem a versão de que a conta foi aberta "sem conhecimento da família" de Aécio e que permaneceu aberta "à revelia" dela. A pasta amarela guardava toda a papelada usada para abrir a conta. Havia cópia do passaporte de Inês Maria, assinaturas dela nos contratos com o LGT e procurações a Muller. Havia também páginas de extrato da conta. Em 2007, havia US$ 32 mil de saldo. Como são poucos os extratos apreendidos, não há como saber quanto dinheiro foi movimentado – nem quem fez depósitos ou saques. Na pasta, havia ainda numerosos faxes trocados entre Muller e um grupo de advogados ligados ao LGT, sediados em Vaduz, capital de Liechtenstein, com quem Muller mantinha parceria para facilitar contatos com o banco. Havia, por fim, os documentos de criação da fundação Bogart & Taylor, titular da conta no LGT. A criação da fundação, um tipo de entidade jurídica destinada a administrar patrimônios, estabelece uma camada extra de anonimato ao cliente. Uma coisa (a conta) não existe sem a outra (a fundação). Trata-se de uma precaução comum em Liechtenstein, também seguida por outros clientes de Muller.

Os documentos revelam que as tratativas para abrir a conta secreta começam em abril de 2001. Não se sabe quem da família de Aécio procura Muller – nem por quê. Naquele momento, apesar das declarações dos advogados de Aécio, Muller já é um personagem conhecido no mundo dos negócios clandestinos cariocas. Não é um "representante de uma instituição financeira". É um doleiro, conhecido também da PF, que o havia processado por crimes contra o sistema financeiro e fraude cambial em casos dos anos 1990. No dia 26 de abril, surge o primeiro registro formal da abertura da conta (todos os documentos em alemão obtidos por ÉPOCA foram vertidos ao português por um tradutor juramentado). Muller envia um detalhado fax aos advogados de Liechtenstein que, em parceria com ele, cuidavam das contas secretas da clientela brasileira. O assunto: “Nova fundação Bogart and Taylor”. Em anexo ao fax, seguem os documentos de abertura da Bogart & Taylor e, também, da conta bancária dessa fundação. “Hoje eu recebi da proprietária US$ 21.834,00 a título de capital e peço que me informe por fax o endereço para o qual deve ser transferido o dinheiro”, escreve Muller. Ele é claro quanto à administração do dinheiro: “A fundação deve abrir uma conta no Banco LGT Bank em Liechtenstein AG, e ambas as pessoas inscritas no cartão de assinaturas deverão poder assinar”. Assinar, nesse caso, significa o poder de movimentar a conta. As pessoas autorizadas são Inês Maria e Andréa.
Três dias depois, em 29 de abril, Muller envia mais documentos da família Neves a Liechtenstein. Conta detalhes das tratativas com Inês Maria: “Gostaria de informar que a proprietária quer substituir ‘and’ por ‘&’. Por favor, faça esta alteração. Em anexo, encaminho o estatuto que acertei com ela na data de hoje. Peço a gentileza de informar se esta minuta pode ser aceita. Na quarta feira visitarei a proprietária novamente, para colher a assinatura”. No dia seguinte, a advogada Daniela Wieser, uma das parceiras de Muller em Liechtenstein, confirma o recebimento dos papéis: “A fundação está sendo criada na data de hoje, e espero todos os documentos de volta até a metade da semana que vem. Por favor, envie ainda o endereço e a data de nascimento da cliente (eventualmente por fax), e uma cópia autenticada do passaporte”. Daniela Wieser informa a conta (0400130AH) no LGT que deverá receber os recursos para a criação da Bogart & Taylor. Essa conta pertencia à Hornbeam Corporation, era administrada pelo grupo de Muller – e, noutras investigações da PF, já aparecera metida em transações ilegais com doleiros brasileiros. Não há comprovantes da origem dos dólares repassados pela família de Aécio ao doleiro Muller. Mas é certo que eles chegaram à conta secreta no LGT por meio de uma conta usada para lavar dinheiro.
Em 7 de maio de 2001, prossegue a troca de documentação entre Muller e seus contatos em Liechtenstein. A advogada Daniela pede, por fax, mais informações sobre Inês Maria: “Por favor, me informe por fax a profissão da cliente e de seu ex-marido, pois necessito destas informações para a Hornbeam (a empresa de Muller, cuja conta abasteceria a conta da família Neves em Liechtenstein)”. Muller responde no mesmo dia: “A cliente (Inês Maria) administra seu próprio patrimônio. O ex-marido (Gilberto Faria) é um industrialista com diversas empresas, além de acionista de um grande banco (Bandeirante)”. No mesmo dia, Muller envia os documentos necessários para a criação da Bogart & Taylor: cópia autenticada do passaporte de Inês Maria, procuração assinada por ela e os estatutos da fundação.
O estatuto, assinado por Inês Maria, prevê que ela teria a liberdade de distribuir o dinheiro em nome da Bogart & Taylor como quisesse.  Segundo o estatuto, cria-se a Bogart & Taylor com um patrimônio inicial de 30 mil francos suíços. Noutro documento, uma espécie de procuração, Inês Maria delega a Muller, por meio de uma das companhias dele, a Domar Fiduciary Management, com sede em Liechtenstein, o poder de administrar a Bogart & Taylor e o dinheiro dela. No mesmo documento, assinado pela mãe de Aécio, especifica-se que a Bogart & Taylor abrirá conta no LGT, que os recursos dessa conta serão geridos em dólares americanos – e que a conta poderá ser movimentada por Inês Maria e Andréa. Ou seja, nada indica que tenha sido uma operação "sem conhecimento da família". Muller aparece como contato da Bogart & Taylor, com a seguinte ressalva: “(Contactar) Apenas em casos de extrema necessidade”. Semanas depois, Muller viaja a Liechtenstein. Encontra-se em Vaduz com os advogados que cuidam das contas no LGT. Recolhe as assinaturas deles, os recibos do LGT e, logo depois, traz a papelada ao Brasil. Guarda-as na pasta amarela.
 
LGT, um banco de lavagem
Quatro anos após a abertura da conta, os advogados ligados a Muller pedem que Inês Maria assine mais papéis. Agora, a família Neves demonstra cuidado. Em 16 de março de 2005, Muller explica aos advogados, por fax, por que Inês Maria não quer assinar os documentos restantes: “A proprietária (Inês Maria), por ocasião de minha visita no dia de ontem, declarou que ela não quer assinar nenhum documento no Brasil. (…) Se a assinatura das declarações que me foram enviadas tiver que ser de imediato, ela prefere fechar a fundação (...) Em poucos meses, ela (Inês Maria) estará em Paris e me prometeu informar a data da viagem e o local de permanência em Paris, para que o senhor possa enviá-la os documentos para assinatura”.

Meses depois, em 17 de novembro do mesmo ano, nada mudara. Por fax, Muller reforça aos advogados que Inês Maria prometera resolver as pendências somente quando estivesse fora do Brasil. “Infelizmente, a senhora (Inês Maria) ainda não assinou o formulário ‘declaração’. Ela sempre diz que pretende resolver essa pendência tão logo esteja em Paris. Mas seu esposo está atualmente doente e se encontra em cadeira de rodas, de forma que ela não pode viajar”, escreve Muller. Diante da demora de Inês Maria em assinar os papéis, ele parece resignado: “Continuarei tentando colher a assinatura dela, mas não tenho muitas esperanças”.

No dia em que a PF apreendeu os papéis na casa de Muller, a conta de Inês Maria no LGT registrava saldo de US$ 32.316,12. Dois meses após a operação da PF, Inês Maria finalmente “cancelou os procedimentos de criação da fundação”, nas palavras de seus advogados. De onde saiu o dinheiro depositado por Muller na conta de Liechtenstein? Os advogados dizem que Inês Maria pagou, embora não identifiquem a origem dos recursos nem forneçam comprovantes: “Ao longo de seis anos, o Sr. Norbert cobrou duas vezes, em 2001 e em 2005, da Sra. Ines Maria, honorários e taxas para a criação da fundação. O valor total dos dois pagamentos, feitos em moeda nacional, no Brasil, correspondeu, na época, a cerca de US$ 30 mil, uma média anual de US$ 5 mil. Em 2007, após protelar por anos a assinatura dos documentos faltantes, tomou a iniciativa de encerrá-lo para evitar que se mantivesse indefinidamente em aberto”.

Abrir uma conta em Liechtenstein e declará-la ao governo seria tão inusitado que não há registro público disso. O BC não pôde informar a ÈPOCA o total de recursos enviados por brasileiros a Liechtenstein – uma informação que costuma ser pública. O montante, diz o BC, é tão pequeno que revelá-lo ameaçaria o sigilo bancário dos poucos remetentes. O LGT, que pertence à família real de Liechtenstein, é conhecido, no sistema financeiro internacional, como um porto tranquilo para dinheiro de origem duvidosa. Em fevereiro de 2009, dois anos após a operação da PF, Heinrich Kieber, um funcionário do LGT, fez cópia completa dos documentos de 1.400 contas hospedadas no banco. Vendeu-as aos serviços secretos da Alemanha e da Inglaterra – dois dos países com maior número de correntistas, que maior prejuízo haviam tido com a sonegação de impostos. Seguiram-se extensas investigações e a maior operação de combate à evasão fiscal nos dois países. Os dados foram compartilhados com outros países prejudicados, como França, Espanha, Itália, Grécia, Suécia, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Canadá e Estados Unidos. Houve investigações em todos e prisões na maioria. Até a Lava Jato, o Brasil não pedira acesso aos dados.

Num depoimento ao Senado americano, ainda em 2009, Kieber deu detalhes de como clientes são orientados pelo LGT a proceder, de maneira a enganar as autoridades. “O LGT orientava seus clientes a não contar a ninguém sobre a existência dessas entidades (fundações), incluindo advogados ou familiares que não fossem beneficiários do patrimônio mantido no bancos suíços”, afirmou Kieber. “As relações humanas podem não terminar bem, e o cliente se transformar em vítima de alguma chantagem.” Outra orientação, nas palavras de Kieber: “Não ligue para o LGT de casa, não ligue de casa nem do trabalho. Use apenas telefones públicos”. De acordo com o Kieber, o LGT só usava telefones celulares da Suíça e da Áustria, para dificultar o rastreamento das autoridades. Ele informou também que o LGT não se comunica com seus clientes por e-mail. “O fato de os clientes do LGT não precisarem do dinheiro escondido para despesas rotineiras ajuda a não ser detectado.”

 
A central bancária paralela
De posse do material recolhido e analisado pela PF, e ciente também das revelações do ex-funcionário do LGT, o Ministério Público Federal decidiu não aprofundar as investigações. Em 20 de abril de 2009, os procuradores Fábio Magrinelli e Marcelo Miller ofereceram denúncia apenas contra os três integrantes da família do patriarca Muller, que morrera recentemente: a viúva dele, Christine Puschmann (segundo os procuradores, ela assumira os negócios do marido) e duas de suas filhas, Christine Muller e Ingrid Muller. “A denunciada Christine Puschmann, agindo em conjunto com seu companheiro Norbert Muller, fez operar uma verdadeira instituição financeira informal, mas suficientemente estruturada, gerindo recursos de terceiros em larga escala. As atividades eram desenvolvidas com a captação, intermediação e aplicação de divisas pertencentes a seus clientes, pessoas físicas majoritariamente residentes no Brasil, em especial a partir da administração de contas mantidas no exterior, mais precisamente no LGT Bank, sediado em Liechtenstein, e no UBS Bank, sediado na Suíça, em notórios paraísos fiscais”, escreveram os procuradores. Eles afirmam que a família Muller atuava como uma espécie de “central bancária paralela”. Abriam e movimentavam contas em paraísos fiscais, sacavam dinheiro, depositavam dinheiro – e até distribuíam cartões de crédito, de modo a facilitar os gastos cotidianos dos clientes.
Segundo a denúncia, o material apreendido pela PF na casa de Muller, aliado aos diálogos telefônicos interceptados no decorrer da investigação, revela a existência de “mais de uma centena de contas vinculadas ao LGT Bank e ao UBS Bank que eram administradas pelo casal”. “Tem-se que a identificação das contas e de seus titulares a partir dos elementos carreados aos autos, todos harmônicos e complementares entre si, evidencia a dimensão do esquema ilícito posto em prática por Norbert Muller e Christine Puschmann, revelando a perenidade da sistemática, o longo lapso temporal em que executada, a expressividade dos valores envolvidos (…), tudo realizado à margem da fiscalização das autoridades brasileiras, sempre com o cuidado de se manter a clandestinidade dos negócios”, afirmam os procuradores.

E quanto aos clientes? Os procuradores acharam melhor transformar o caso de cada um num processo separado. A depender da cidade de residência do investigado, encaminharam fragmentos de provas a diferentes procuradores, que tiveram autonomia para decidir que providências tomar. Essa estratégia produziu resultados incoerentes com a denúncia do MP contra Christine Puschmann. Em Porto Alegre, os procuradores resolveram pedir a Liechtenstein acesso às contas dos investigados. No Rio de Janeiro, onde mora a maioria dos clientes, diferentes procuradores ofereceram diferentes entendimentos sobre como proceder, apesar de analisar iguais evidências. Houve casos de denúncia. E houve casos de pedido de arquivamento. Foi o que aconteceu com a família Neves.

Em 23 de fevereiro de 2010, o procurador Rodrigo Poerson – dez meses após seus colegas de andar na Procuradoria da República do Rio acusarem Muller de operar uma “central bancária paralela” – assinou despacho em que pede o fim das investigações sobre a conta da fundação Bogart & Taylor. (O MPF se recusou a fornecer cópia do parecer; ÉPOCA teve que obter o documento na Justiça.) Nele, em três páginas, Poerson acolheu integralmente os argumentos da defesa de Inês Maria. E disse ser inviável conseguir a colaboração de Liechtenstein. Ele desconsiderou os documentos assinados por Inês Maria, que previam a abertura da conta, e a própria natureza das fundações em Liechtenstein – para criar uma fundação, é necessário depositar 30 mil francos suíços numa conta aberta em nome dela. Diante do parecer de Poerson, em 26 de fevereiro de 2010 o juiz federal Rodolfo Hartmann, do Rio de Janeiro, não teve opção senão arquivar o processo. Ele fez a ressalva de que, se o Ministério Público tentasse conseguir mais provas, reabriria a pasta amarela.

terça-feira, 15 de março de 2016

Deputado Salomão solicita agilidade na reforma do ginásio esportivo de Dianópolis

Superintendente Milhomem e Deputado José Salomão


O deputado José Salomão (PT) esteve na tarde desta segunda-feira, dia 14, na Secretaria Estadual da Educação, Juventude e Esportes, reunido com o superintendente de Esportes, Salim Rodrigues Milhomem, para solicitar agilidade no processo de reforma do ginásio poliesportivo de Dianópolis, Solo Póvoa Filho, além de doação de material esportivo para o município.

Segundo o parlamentar, o objetivo é dar celeridade no processo de reforma do ginásio, que está fechado, bem como garantir às crianças, jovens e esportistas daquele município, um local apropriado e seguro para práticas esportivas. “Hoje o ginásio se encontra fechado, sem condições mínimas para as atividades de esportes. Os times de futebol estão sem local para fazer os seus treinos e campeonatos. Além de tudo, essa falta de um local apropriado para as atividades de esporte no município, contribui para que muitas crianças e jovens fiquem vulneráveis ao álcool e ás drogas” explicou.

Ainda segundo o deputado, Salim garantiu que até o início de julho deve iniciar as obras de reforma no ginásio. “O superintendente de Esportes disse que o recurso já está empenhado e nos garantiu que iniciará as obras no início de julho, para que o ginásio volte a funcionar normalmente e atender ao município e região”, destacou.

“Com a reforma do ginásio que é palco de grandes eventos esportivos locais, as atividades esportivas de Dianópolis serão fortalecidas contribuindo para inclusão de muitas crianças e adolescentes e atendendo aos times de futebol do município e região”, defendeu o parlamentar.

Assessoria de Comunicação

sexta-feira, 11 de março de 2016

Para juristas, pedido de prisão de Lula ataca liberdade de expressão

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Juristas como Pedro Estevam Serrano e Dalmo Dallari dizem que pedido feito pelo Ministério Público não tem nenhum fundamento jurídico e beira o absurdo

Advogados e juristas criticaram o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito na quinta-feira (10), pelo Ministério Público de São Paulo. A opinião geral no meio é de que o pedido não se sustenta e tem uma justificativa fraca.

“Não tem nada concreto. Esse pedido beira o absurdo. Falta-lhe justa causa”, afirmou o jurista Walter Maierovitch, em entrevista à rádio “CBN”. Para ele, a prisão preventiva só deve ser pedida quando o investigado oferece um risco real ao processo, o que não ocorre. Na entrevista, o jurista afirma que o pedido tem motivação política.
Já Dalmo Dallari, em entrevista à rede Brasil Atual, afirma que o pedido não tem fundamentação jurídica. Para ele, o Ministério Público também agiu com motivações políticas. O MP-SP, por meio dos promotores José Carlos Blat, Cássio Conserino e Fernando Henrique Araújo, pediu a prisão preventiva do ex-presidente pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em relação ao triplex localizado no Guarujá (SP).
Dallari afirma que Lula vive com sua família no Brasil em plena normalidade e que o ex-presidente não efetuou nenhuma ação que justificasse um pedido de prisão, como uma tentativa de fuga, por exemplo.
No pedido do MP, uma das justificativas para a prisão é de que Lula manifestou o seu incômodo com as ações da Lava-Jato na semana passada. Na última sexta-feira (4), Lula foi levado para depor na Polícia Federal em condução coercitiva, o que também foi criticado no meio jurídico. Para o advogado Pedro Estevam Serrano, a peça do Ministério Público agride à Constituição.
“Decisão judicial se cumpre, mas é passível de crítica, sim, como qualquer comando estatal no sistema democrático”, afirmou ele em entrevista ao site “Conjur”. Para Serrano, essa postura do MP agride à liberdade de expressão.
Vladmir Aras, procurador-regional da República, professor de processo penal e secretário de Cooperação Internacional da PGR, também fez críticas sobre o conteúdo do pedido de prisão. 


Trechos do pedido que vazaram na internet foram alvos de piada. Um dos pontos afirma que as condutas de Lula ‘certamente deixariam Marx e Hegel envergonhados.’ O problema é que o parceiro literário de Marx é Engels, e não Hegel, filósofo anterior à Marx, e de corrente filosófica oposta.