segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Prefeito de Dianópolis quebra o princípio constitucional da isonomia sacrificando servidores comissionados da gestão anterior.

Salário Trancado

Trajano Coelho Neto II - Ecos do Tocantins

" O princípio da isonomia prevê a igualdade de aptidões e de possibilidades virtuais dos cidadãos de gozar de tratamento igualitário pela Lei . Por meio de tal instrumento são vedadas as diferenciações arbitrárias e absurdas, não justificáveis pelos valores da Constituição Federal, e tem por finalidade limitar a atuação do legislador e da autoridade pública, entre outras. "

Por tratar-se de um vigário Católico, o prefeito de Dianópolis - TO, Gleibson Moreira Almeida, criou ao redor de si uma aura de confiabilidade que o levou a uma marcante vitória nas urnas, sendo eleito por uma representativa votação.

As expectativas de transformações pregadas insistentemente no transcorrer da campanha eleitoral, já foram em parte quebradas por alguns atos de governo, entre os quais está o não pagamento do salário de dezembro de 2016 dos funcionários comissionados da gestão anterior, literalmente sacrificados em suas necessidades básicas de alimentação, saúde e compromissos anteriormente assumidos com o comércio.

É inquestionável o direito ao salário, e a alegação do chefe do Poder Executivo de que não há recursos imediatos para saldar a dívida com os comissionados, esbarra na quantia deixada como saldo de caixa pela administração anterior (1.277.975,22), que somados a uma pequena parte da receita de janeiro / 2017, seriam mais que suficientes .

A deplorável intenção de pagar em múltiplas parcelas ou ainda prorrogar a quitação dos proventos por tempo indeterminado, representa pois uma " diferenciação arbitrária e absurda " , ferindo então o princípio constitucional da Isonomia, fato que incorpora maior gravidade se o prefeito pagar os efetivos e comissionados de sua própria gestão, sem que antes a Folha de Pagamento de Dezembro de 2016 seja paga por completo, ou que os valores disponíveis sejam direcionados para outras finalidades.

Uma comissão formada por ex servidores, mobilizam a atenção de vereadores como Gena, Guilherme Quidute, Júnior Trindade e outros que se mostram indignados como o gesto excludente do prefeito, para que haja representação política em defesa do grupo notoriamente prejudicado, por algo que pode-se chamar de perseguição.

Outro fato que configura a desconfiança de todos é a realização do " Dianofolia 2017 " , cujo os custos deverão alcançar a casa de meio milhão de Reais, sendo somente disponibilizados algo em torno de 170 mil originários de verba do Ministério do Turismo. Informação da área de cultura do município, fala em mais 300 mil Reais à serem repassados pelo Governo do Estado, fato ao extremo duvidoso e de difícil concretização nas atuais circunstâncias. Ao realizar o carnaval a Prefeitura de Dianópolis tem por obrigação apresentar a quitação dos débitos anteriores em um prazo de 20 dias, segundo especialistas consultados. O não cumprimento de tal exigência legal, torna o prefeito de Dianópolis alvo de processo por improbidade administrativa.

Sabemos as consequências de atrasar ou não pagar salários devidos a funcionários públicos. Em passado recente um jovem e promissor prefeito não honrou compromissos com o funcionalismo e em troca do gesto irresponsável, recebeu do povo o desprezo e seu sepultamento político. Será este o destino reservado ao sacerdote convertido em  gestor público ?


Na próxima terça feira, 31 de janeiro, no Programa Ecos do Tocantins Notícias, que em edição especial vai ao ar as 13:00 horas na Rádio Princesa FM, o assunto será discutido por vereadores, advogados e membros da Comissão formada pelos Comissionados.

Fonte - Site Ecos do Tocantins

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

MPC e MPE recomendam que municípios com dívidas não realizem despesas com carnaval

MPC e MPE recomendam que municípios com dívidas não realizem despesas com carnaval

Prefeitos que optarem pela festa terão que comprovar o pagamento de despesas em atraso

Em tempos de crise econômica e financeira, recomendação do Ministério Público de Contas (MPC) e do Ministério Público Estadual (MPE), publicada no Boletim Oficial do Tribunal de Contas do Tocantins (TCE/TO), nesta segunda-feira, 23, orienta prefeitos a não realizar despesas relativas ao carnaval, em 2017.

O documento considera vários fatores, como a situação de municípios tocantinenses que declararam situação de calamidade pública. “A conduta de realizar despesas com atividades carnavalescas e pré-carnavalescas mostra-se como contrária ao princípio da razoabilidade”, ressalta a recomendação.

Outro ponto que motivou o MPC e o MPE, trata da notória crise que se instala na grande maioria dos entes federativos. O despacho frisa “a existência de sistemas de saúde pública ineficientes e defasados, o pouco investimento em educação, os recorrentes atrasos nos pagamentos de salários de servidores, fornecedores e da educação e da previdência social”.

A recomendação informa, ainda, que caso o gestor opte pela realização de festividades carnavalescas, será necessário que encaminhe ao Ministério Público de Contas a documentação comprobatória da quitação das despesas atrasadas ou não pagas, como salários de servidores e débitos com a previdência social ou fornecedores, no prazo de 20 dias.

Além do MPC Tocantins, o Ministério Público de Contas de Santa Catarina e do Amazonas também alertaram os gestores sobre a realização de atividades carnavalescas.


Acesse a íntegra da Recomendação, assinada pelo procurador-geral de Contas, Zailon Miranda Labre Rodrigues, além dos procuradores José Roberto Torres Gomes, Márcio Ferreira Brito, Marcos Antônio da Silva Modes, Oziel Pereira dos Santos e Raquel Medeiros Sales de Almeida e do promotor de Justiça, Edson Azambuja, este último com atribuição exclusiva na cidade de Palmas.

Fonte - Site do TCE/TO

sábado, 21 de janeiro de 2017

OAB de Dianópolis pede explicações sobre Decreto de Emergência Financeira



A subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Dianópolis, com apoio da OAB-TO, pediu, em ofício encaminhado na terça-feira, 10 de janeiro, explicações ao prefeito de Dianópolis Gleibson Moreira Almeida sobre o Decreto n.º 027, de 4 de janeiro deste ano. O documento decreta situação de Emergência Financeira no município pelo prazo de 90 dias, o que permite ao novo gestor municipal dispensar licitações para contratação de serviços, aquisições de bens e realização de obras.

Para o presidente da OAB de Dianópolis, Hamurab Ribeiro Diniz, o decreto, a princípio, prejudica o interesse público, pois atropela o devido processo legal já no começo da gestão municipal. No ofício, a OAB de Dianópolis, que deu prazo de cinco dias para o prefeito responder os questionamentos, faz sete perguntas ao gestor, três delas relacionadas a situação das contas publicadas herdadas da administração passadas e quatro delas sobre as intenções futuras do decreto.


Segundo a OAB de Dianópolis, a justificativa do decreto é muito frágil para declarar medidas urgentes. “Se a situação é tão urgente, não justifica o mesmo prefeito já ter anunciado a programação carnavalesca custeada pelo município”, ressaltou Hamurab, ao destacar que embora reconheça a importância do Carnaval para a cidade, a festa não justifica possíveis gastos ao arrepio da lei.

Fonte: Site OAB/TO 
https://www.oabto.org.br/noticia-2444-oab-de-dian-polis-pede-explica-es-sobre-decreto-de-emerg-ncia-financeira

Ex-prefeito de Dianópolis rebate atual gestão: "Eu deixei dinheiro na conta"


O ex-prefeito de Dianópolis Régis Melo reagiu às informações divulgadas pela Prefeitura de Dianópolis de que haveria um “rombo” nas contas do município que chegariam a R$ 1.233.023,63 e sucateamento dos veículos. Em entrevista ao CT, Melo afirmou que, pelo contrário, teria deixado mais de R$ 1,2 milhões na conta do município. “Essa palavra rombo é muito pesada. Acho que ele foi um pouco infeliz com essa fala dele. Eu deixei um pouco de dinheiro e ele teve o repasse do dia 1º, teve do dia 10 e agora já vai ter do dia 20 e até hoje não pagou os servidores”, rebateu Melo.

Conforme alega o ex-prefeito, não foi possível realizar o pagamento dos servidores antes do encerramento do seu mandato porque o sistema bancário não teria permitido. Contudo, ele afirma que o valor deixado seria suficiente para pagar alguns fornecedores e parte da folha de pessoal.

“Quando foi no final do dia, mais ou menos umas dez horas, o banco travou e não tive condições de fazer nenhum pagamento. Aí eu emiti uns cheques, paguei alguns fornecedores. Mas abatendo os cheques ainda ficou um saldo. Eu falei para ele [atual prefeito], deixei bem claro, que ia faltar um pouco de dinheiro para pagar a folha de dezembro e que ele ia ter que completar”, explicou.

A falta de saldo para fechar a folha de pagamento dos servidores se deve, segundo o político, além da crise; às despesas de contrapartidas para entrega de obras. “Esse final de ano foi muito complicado porque eu encerrei o ano entregando muitas obras. Inclusive eu encerrei no dia 30 entregando a Rodoviária de mais de R$ 2 milhões, o prédio da UPA, asfalto e lançando algumas obras. Então, teve muitas contrapartidas que acabou apertando”, justificou.

Benefícios

O ex-prefeito ainda ressaltou que quando assumiu a prefeitura o Fundo de Previdência do Servidor (Funprev) estava com R$ 5 milhões. Atualmente, segundo Régis, o saldo do fundo na conta do município está em R$ 15,8 milhões. Régis considera que, apesar da crise financeira, sua administração levou benefícios para Dianópolis.

Régis Melo também comentou sobre o sucateamento da frota da Secretaria Municipal de Obras e da saúde apontado pela atual gestão da Prefeitura de Dianópolis. “Nessas prefeituras tem veículos antigos e o prefeito vai ter que ir recuperando e trabalhando, arruma um dia e quebra outra”, afirma. Entretanto, o ex-prefeito ressaltou que em sua gestão conseguiu veículos novos para as duas pastas. “Ele disse que a frota da Saúde está sucateada, a não ser que quebrou nesses últimos dias porque eu comprei tudo novo”, reforçou.

Por fim, o político disse que não tem mais responsabilidade como gestor, mas está na torcida para melhoria do munícipio. "Na verdade, o que eu quero é o bem da minha cidade. Eu quero é que a cidade cresça e melhore e também desejo um bom mandato para ele. Nós temos que torcer pelo melhor. Mas agora ele tem que pensar na cidade, esquecer essa questão de ficar falando dos outros porque isso não vai resolver nada", finalizou.

Entenda

Na semana passada, a Prefeitura de Dianópolis divulgou por meio de sua assessoria que o “rombo” nas contas do município chegaram a R$ 1.233.023,63, valor referente ao pagamento de dezembro do ano passado dos efetivos e comissionados. Segundo informações da Secretaria de Finanças de Dianópolis, o saldo contábil oriundo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) era de R$ 554.904,47 em dezembro de 2016. Entretanto, a pasta alega que na nesta mesma data, após o encerramento do horário de funcionamento das agências bancárias, a gestão anterior emitiu 11 cheques para pagamentos de fornecedores, que totalizou R$ 528.254,38, deixando um saldo de R$ 25.791,99 em conta.

O Paço informou que as contas públicas ainda estão sendo analisadas pelas equipes Contábil, Controle Interno, Financeira e Jurídica. Diante de toda situação encontrada, a gestão atual adotou medidas que visam garantir a estabilidade fiscal do município. O objetivo é assegurar para os próximos 90 dias serviços essenciais para a população. Dentro do pacote de atos emergenciais houve: corte de gratificações, horas extras, contratos, além de mudança no horário de atendimento da prefeitura e unificação da maioria das secretarias, reduzindo de 12 para 8.

Sobre a dívida com os servidores, a atual gestão afirmou que está aguardando a inscrição da folha de pagamento no quadro de contas a pagar e tão logo o procedimento legal seja realizado os débitos serão quitados.

Fonte : Portal CT