O deputado Paulo Mourão (PT)
retomou suas atividades parlamentares na terça-feira, 26, após licença médica.
Na sessão ordinária de quarta-feira, 27, o parlamentar utilizou a tribuna para
falar do momento político do País com o iminente impeachment da presidente
Dilma Rousseff.
Ele discorreu sobre a
trajetória política brasileira desde a revolução de 30, até a fase da
redemocratização do País, que elegeu indiretamente Tancredo Neves, que veio a
falecer, e após isso, a eleição e impeachment de Fernando Collor. Ele completou
lembrando dos mandatos de Fernando Henrique, Lula e a presidente Dilma, que
agora está sendo novamente impedida.
Após relatar esses
acontecimentos, Paulo Mourão observou que a democracia tem prazo de validade no
Brasil. “Temos um arremedo de democracia, temos um teatro de democracia”,
enfatizou. “Não se pode cassar uma presidente, se não tem crime de
responsabilidade”, defendeu. “O impeachment é sim constitucional, sem sombra de
dúvida, mas ele para ser considerado legal, um presidente precisa cometer um
ato de improbidade administrativa”, avaliou. “Falta a prova”, destacou. “Como
se cassa uma presidente que nem as contas foram julgadas pelo Tribunal de
Contas”, interrogou.
“É momento de profundo pesar
porque estamos enterrando a democracia”, ponderou. “Quando se desrespeita o
voto popular é golpe”, afirmou. “Aqui no Brasil não se tem um regime
democrático fortalecido”, considerou. “A cada 16, 18, 20 anos há intervenções,
isso não é democracia”, avaliou. Segundo o parlamentar, essa situação de
insegurança jurídica e falta de democracia transmite uma imagem ao mundo que o
Brasil não é um País sério, onde não se respeita decisões judiciais.
Para Mourão, o fator que tem
pesado para a cassação da presidente Dilma é o político. “Há que se ter humildade
e reconhecer que a presidente Dilma não teve a habilidade de fazer a relação
congressual com o executivo, deixou essa situação na gravidade em que se
encontra o Brasil, mas o mais lamentável de tudo é vermos um país da capacidade
produtiva que é o Brasil, das riquezas naturais, das riquezas ambientais, de um
povo determinado ao trabalho não ter ainda uma democracia estruturada em bases
jurídicas institucionais e tudo isso depõe contra o Brasil lá fora porque o
capital que deveria investir no país não investe porque o país não tem
segurança jurídica”, lamentou.
O parlamentar reiterou que
“a verdade que também precisa ser reconhecida é que este modelo político
partidário do presidencialismo de coalizão chegou ao fim, faliu, não há como
continuar mais porque os partidos dão apoio para a governabilidade através de
apoio recíproco, a história do é dando que se recebe, isso está claro para a
sociedade”, considerou.
Paulo Mourão defendeu a
convocação de eleições gerais que coincidissem com as próximas eleições
municipais. Ele entende que neste momento, tanto a presidente Dilma como o
vice-presidente Michel Temer precisavam fazer um gesto de grandeza social com a
sociedade que está extremamente aborrecida com a classe política. “Ninguém mais
acredita na política e isso é grave porque nós não podemos dar passos a seguir
se não for através da democracia fortalecida”, opinou.
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