"O país mudou e mudou
para melhor. Hoje somos a quarta economia que recebe investimento produtivo do
exterior; o nível de pobreza no país foi drasticamente reduzido"
Ao participar nesta
quarta-feira (30) da primeira reunião da Bancada do PT na Câmara , em 2013, o
presidente do PT nacional, Rui Falcão, alertou para a precipitação do processo
eleitoral "sem que haja candidato".
Para o dirigente, a
oposição, " talvez desesperada, primeiro pelo sucesso do nosso governo,
segundo por uma medida muito popular concretizada, que é a redução da conta de
luz para pessoas e empresas, lança mão de todos os seus ataques para tentar
minimizar o sucesso do nosso governo", disse.
Ele lembrou que os últimos
dez anos governados pelo PT e aliados foram de muitas mudanças e conquistas.
"O país mudou e mudou para melhor. Hoje somos a quarta economia que recebe
investimento produtivo do exterior; o nível de pobreza no país foi drasticamente
reduzido; e, as políticas públicas não são mais produzidas de cima prá baixo,
como ficou evidenciado no encontro nacional de prefeitos".
Rui Falcão citou a reforma
política como prioridade da agenda política do PT. "Se o Congresso
Nacional aprovar o relatório Fontana, vamos propagar isso nas regiões, mas nós
já temos o plano B, para caso o Congresso não aprove, vamos fazer coletas de
assinaturas com a lei de iniciativa popular do plebiscito, do referendo, para
que a reforma possa ser proposta também pela população". A reforma
política abrangeria pelo menos quatro pontos centrais: o financiamento público
exclusivo de campanha para o combate à corrupção, acabar com o peso do poder
econômico e baratear as eleições; a lista partidária; a ampliação da participação
das mulheres na vida política nacional e ampliação da participação popular nos
processos decisórios, aí entrando o plebiscito e o referendo.
Veja os principais pontos do
pronunciamento do presidente do PT na reunião da bancada:
Desespero da oposição
Estamos vivendo um momento
agora de precipitação do processo eleitoral e é curioso que o projeto eleitoral
se precipite sem que haja candidato, e a gente sabe que não há eleição sem
candidato. Mas a oposição, talvez desesperada, primeiro pelo sucesso do nosso
governo, segundo, por uma medida muito popular já anunciada anteriormente mas
agora concretizada, que é a redução da conta de luz para pessoas e empresas. A
oposição desarvorada lança mão de todos os seus ataques para tentar minimizar o
sucesso do nosso governo. Afinal, são dez anos que o país mudou e mudou para
melhor. Hoje somos a quarta economia que recebe investimento produtivo do
exterior, mudou porque reduziu substancialmente o nível de pobreza no país,
fazendo com que hoje sejamos quase considerados um país de classe média. Mudou
porque a desigualdade social se reduziu substancialmente. Mudou porque a
participação popular desde a realização das conferências e, agora,
recentemente, com este encontro de prefeitos em que a presidenta Dilma ouviu
prefeitos de cidades de 5, 10 mil habitantes até os prefeitos de capitais,
significa que as politicas públicas não são produzidas de cima prá baixo. Mudou
porque o país deixou de ser devedor internacional e com soberania empresta
dinheiro para o FMI. Mudou porque o Brasil é interlocutor dos acordos de paz e
das negociações que nós firmamos.
10 anos
Na nossa comemoração de 10
anos de governo democrático popular, vamos realizar viagens por todo o país,
seminários e não se trata de caravanas. O presidente Lula vai viajar nestes
seminários e não se trata de caravanas, primeiro porque as caravanas iam em
busca de um país perdido, abandonado, e esse Brasil não existe mais. Segundo,
porque as caravanas tinham um sentido também eleitoral e o presidente lula não
está em campanha, pois ele não é candidato. Por mais que setores tentem colocar
uma divergência inexistente entre a presidenta Dilma e o presidente Lula, ele
será um apoiador destacado da candidatura da companheira Dilma quando ela for
formalmente colocada. Porque hoje, sua tarefa principal é continuar governando
o Brasil com seriedade, competência como vem fazendo.
Ataques da mídia - Mais esta
conjuntura de precipitação do processo eleitoral mostra também uma mudança de
foco. Como os ataques em torno da ação penal 470 não produziram o resultado
esperado, pode ter produzido algum tipo de resultado, mas não na dimensão que a
oposição esperava, eles agora abriram a metralhadora giratória em torno dos
seguintes itens: o pibinho, o racionamento de energia que chuvas estão
desmentindo, má gestão da presidenta Dilma, os desentendimentos s entre ela e o
PT, que nunca existiram, e o desentendimento entre ela e o presidente Lula e a
restrição dos investimentos pelo clima de insegurança que se criou a partir do
excesso de intervenção estatal.
Agenda
Primeiro, nós não
precipitemos o jogo eleitoral porque isso significa encurtar o mandato da
presidenta que está na metade do seu mandato e metade de um mandato bem
sucedido. Afinal, quantos países hoje podem apresentar em meio a crise mundial
que arrastou tantos países, quanto podem apresentar uma taxa de desemprego por
volta de 5%? Então, não vamos entrar neste jogo. Vamos rebater os ataques e
vamos ter um ponto de pauta da direção nacional, na qual a bancada terá grande
participação e o líder já me informou que pretende fazer um seminário sobre os
10 anos do governo do PT. Vamos fazer grande abertura entre os dias 20 e 22 de
fevereiro em que vamos celebrar estes primeiros 10 anos. E, em seguida, faremos
uma sucessão de eventos nas regiões, também discutindo temáticas regionais.
Mobilização
Este será também um momento
de grande mobilização nos diretórios ; dos nossos prefeitos; vereadores; da
nossa militância; botando o partido em movimento para comemorar os 10 anos de
governo liderados pelo PT. Nas regiões vamos convidar também os nossos aliados
porque o governo teve a participação deles e o sucesso deve ser partilhado.
Reforma Política - Outro
ponto importante de intervenção na conjuntura nacional é a questão da reforma
política. Se o Congresso Nacional aprovar o relatório Fontana, vamos propagar
isso nas regiões, mas nós já temos o plano B, para que caso o Congresso não
venha a aprovar, vamos fazer coletas de assinaturas com a lei de iniciativa
popular que, inclusive, reivindicará a mudança dos incisos que tratam da lei de
iniciativa popular do plebiscito, do referendo, primeiro para que o plebiscito
e o referendo possam ser propostos também pela população. Segundo, para que a
lei de iniciativa popular não tenha tantos obstáculos, tantas dificuldades, como
acontece hoje.
E o plebiscito e o referendo
são práticas adotadas no mundo inteiro, Estados Unidos realizam plebiscitos,
simultaneamente às eleições.
Proposta de reforma - Nossa
proposta abrangeria, pelo menos, quatro pontos centrais: o financiamento
público exclusivo de campanha para combate à corrupção e acabar com o peso do
poder econômico e baratear as eleições; as listas partidárias para que haja
sintonia dos candidatos com os problemas partidários e reforço na ação dos
partidos; ampliação da participação das mulheres na vida política nacional e
favorecer a participação popular nos processos decisórios, aí entrando o
plebiscito e o referendo.
Democratização da
Comunicação
Vamos continuar também a
nossa campanha pela democratização ao acesso à comunicação. Está claro para
todo mundo que o PT, ao enfrentar a ditadura militar, combateu também a
censura. Todo tipo de censura nós combatemos e vamos continuar a combater, mas
é legitimo que os artigos 220 a 222 da Constituição possam ser regulamentados.
Queremos desconcentração do
mercado, promoção das culturas regionais e nacional, valorização da produção
independente, cotas nacionais em todas as plataforma, universalização da banda
larga, proteção a radiodifusão, e direito de resposta. Porque insistimos tanto
na democratização dos meios de comunicação, porque eles são vitais para o
desenvolvimento do país. E para que a liberdade de expressão se amplie é
preciso que não haja monopólio, que haja novos agentes produzindo informação.
Este é nosso intuito e aqui, sejamos francos, quem é oposição real no Brasil
hoje? Oposição parlamentar com os partidos que figuram na oposição
legitimamente, mas há uma oposição mais forte e que não mostra a cara, quando
poderia fazer. É o que eu chamo de oposição extra partidária e ela se
materializa numa declaração que a imprensa veiculou, não sei se é presidente da
associação nacional de editoras de revistas, doutora Judite Brito, que disse
com todas as letras: como a oposição não cumpre o seu papel, nós temos que fazê-lo
e vem fazendo com pertinácia. E esta oposição extrapartidária abarca setores da
mídia monopolizada, altos funcionários do Estado distribuídos em vários órgãos
do Estado e que se conluiam para fazer esta oposição que não se conforma em ter
um presidente da República operário e ter uma presidenta que foi guerrilheira e
não se conformam, sobretudo, com a perda dos privilégios em favor da população.
Isso se agrava quando persiste a política da queda de juros e os mesmos que
antes tramavam para o Brasil ter as mais altas taxas de juros do mundo, hoje
nos condenam por termos baixado a taxa de juros a patamares que descontada a
inflação se assemelha aos países desenvolvidos. Os mesmos que reclamavam que a
energia era um custo altíssimo para produção e que estava gravada de impostos
excessivos nos criticam hoje porque a presidenta Dilma baixou a taxa de luz
para as pessoas físicas e indústrias, tirando cerca de 1/3 do custo de produção
da indústria por conta da redução da energia elétrica.
Liberdade de expressão - Nós
também queremos a participação da bancada nesta luta porque entendemos que a
liberdade de expressão se tornou um direito social, direito coletivo, direito
imperativo. Então, o Congresso Nacional tem legitimidade para interferir nestas
questões também, para ampliar as liberdades de expressão no país, porque hoje
não vivemos mais sob a égide do neoliberalismo e sim temos hoje uma sociedade
global, os meios de comunicação estão interligados e precisamos atualizar a
legislação brasileira, o Código Nacional de Telecomunicações. Vamos para as
redes sociais, e também com os partidos que também sustentam estas bandeiras,
continuar lutando pela ampliação da liberdade de expressão no Brasil. São esses
que nominei aqui que fazem a interdição da política no Brasil, tentam
interditar a política no país, esta oposição extrapartidária. E fazem também,
ao mesmo tempo, desqualificando a política e quando a gente desqualifica a
atividade politica a gente abre campo para as aventuras golpistas, experiências
que no passado levaram ao nazismo, ao fascismo e que queremos definitivamente
afastar do nosso país. Combater este tipo de oposição sem cara, mas com voz é
um dos objetivos do PT nesta conjuntura.
PED
Vamos também neste ano ter
um grande evento que é o processo de eleição direta do PT. Vamos abrir o
processo em abril e as eleições serão em novembro. Queremos que o PED discuta
bastante a realidade do nosso partido, do país e queremos que a nossa disputa
interna, que é amplamente democrática, dialogue com a sociedade brasileira e
para isso vamos realizar, em paralelo, o 5º Congresso do PT, para uma
atualização programática. Fazer reconhecimento melhor da realidade brasileira,
da estrutura social, e discutir sobre estes 33 anos de experiência , de luta,
que também estaremos comemorando neste ano, numa exposição que será aberta aqui
dia 18 de fevereiro, com ato no dia 20, retratando a história do partido e,
depois, com estas fotos vamos fazer um livro também como uma história
iconográfica do PT que ficará à disposição dos diretórios.
Tivemos um encontro agora de
prefeitos e em março haverá um encontro geral para discutir política e para que
a gente apresente os programas da fundação Perseu Abramo, inclusive sobre
formação de gestores.
Fonte - PT na Câmara