terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sob suspeitas de “Caixa 2”, DEM pede ao TRE permissão para gastar mais na campanha

Um dia antes da Justiça Eleitoral no Tocantins bloquear os recursos de uma conta corrente mantida pelo DEM, por fortes indícios de terem sido fruto de “Caixa 2” e determinar a quebra do sigilo bancário do diretório estadual do partido, seu presidente, João Oliveira, requereu e obteve no Tribunal Regional Eleitoral permissão para aumentar o limite de gastos na campanha para deputados federais da coligação Tocantins Levado a Sério.

Segundo informações da decisão do desembargador Liberato Póvoa, o DEM deliberou, em convenção no dia 30 de junho, que o limite de gastos para cada candidato a deputado federal era de R$ 1,7 milhão. Agora, o partido pretende gastar para cada um dos deputados federais o total de R$ 2,5 milhões, um aumento de 32% nos recursos a serem gastos na última semana da campanha. O aumento de gastos pedido pelo DEM beneficia diretamente os candidatos a deputado federal Professora Dorinha e Irajá Abreu, filho da senadora Kátia Abreu.

Caixa 2

Embora concedido, o pedido do DEM para intensificar os gastos na última semana de campanha foi prejudicado por decisão do mesmo desembargador Liberato Póvoa, que retirou do ar o site “Agropecuária Forte”, que cadastrava agropecuaristas interessados em fazer doações para ajudar na campanha de candidatos que defendessem o segmento ruralista. Os interessados recebiam boleto bancário para pagamento mínimo de R$ 100,00.

Os indícios que estão sendo investigados pela Justiça são de que os boletos emitidos e encaminhados aos agropecuaristas tenham sido remetidos aos cadastrados num banco de dados da CNA – Confederação Nacional da Agricultura, utilizado indevidamente pela senadora Kátia Abreu, presidente da entidade. Todo o esforço da senadora é no sentido eleger os dois parlamentares de seu partido.

A maior suspeita que pesa sobre o partido e sobre a senadora é de que, ao emitir os boletos enviados pelo correio aos agropecuaristas, a direção do DEM pudesse - de posse dos dados - emitir segunda via dos mesmos boletos e com eles regularizar recursos de origem desconhecida, formando um “Caixa 2” para a campanha no Tocantins.

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