quarta-feira, 19 de agosto de 2009

João Ribeiro afirma que Tocantins está estagnado e o que defende é a demissão de "cabos eleitorais"


João Ribeiro: "Existem famílias inteiras contratadas e que não trabalham. São apenas correligionários políticos para fazer proselitismo e campanha política. Não é possível pagar cabo eleitoral com dinheiro do povo"

Enquanto o Estado aguarda o julgamento dos recursos que definirão a substituição do governador Marcelo Miranda (PMDB), o senador João Ribeiro (PR) avaliou que o Tocantins vive um momento de instabilidade e de "profundas dificuldades administrativas". "É o que temos observado pelo Estado afora, nas conversas com prefeitos e lideranças. A situação é preocupante", disse Ribeiro.

O senador disse que espera que a Justiça julgue o mais rápido possível os recursos impetrados. "Lamento que no Brasil as coisas demorem tanto. Essa ação deveria ter sido julgada nos seis primeiros meses de governo", defendeu.

Para ele, o quadro de cassação do governador Marcelo Miranda e de seu vice, Paulo Sidnei (PPS), "é irreversível". "O que se fizer agora é protelatório, o que acaba prejudicando ainda mais o Estado", disse Ribeiro.

Folha de pagamento:

O senador explicou a defesa que tem feito de demissões no governo do Estado. "Sou daqueles que não fala apenas para agradar. Ele terá que demitir aqueles que são cabos eleitorais e não trabalham, o que o Supremo já determinou no ano passado e foi feito uma manobra e a decisão foi descumprida", defendeu Ribeiro.

Para ele, Marcelo "fez de conta que cumpriu e dois ou três dias depois voltou atrás, mandando recontratar todo mundo". "Ninguém quer que se demita quem trabalha. Agora, pagar cabo eleitoral com dinheiro do povo, isso não é possível. O Brasil tem 24 mil comissionados, o Tocantins tem 35 mil. Por que não fez concurso público?", questionou.

Ele defendeu que os serviços essenciais não podem parar. "Nem o Gaguim [presidente da Assembleia, PMDB], nem eu disse que vai ter que demitir "tantos mil". O que dissemos é que tem que demitir e eu disse que o Supremo decidiu que tem que demitir os 35 mil", afirmou o senador.

Ribeiro garantiu aos servidores que "não há motivo para pânico e nem para preocupação para quem está trabalhando, quem está em sua função". "Existem famílias inteiras contratadas e que não trabalham. São apenas correligionários políticos para fazer proselitismo e campanha política. Não é possível pagar cabo eleitoral com dinheiro do povo", disse ele.

O governo:

O senador também comentou a intensificação da agenda e o recrudescimento do discurso do governador Marcelo Miranda nos últimos dias. Marcelo alfinetado a oposição defendendo que o Estado não está parado, mas, sim, que tem afirmado isso. "Todo mundo sabe que isso não é verdadeiro. Os comerciantes, os empresários estão vendo que o Estado está parado há muito tempo, não é só nos últimos dias, não", afirmou João Ribeiro.

Segundo ele, "a situação é complicada". "O Tocantins vive momento de estagnação muito grande, não adianta tapar o sol com a peneira. Não adianta achar que engana as pessoas. Pode enganar alguém por um momento, mas não a vida inteira", disse Ribeiro. "Andaram tentando fazer alguma coisa, o que não fizeram em todo o mandato, seis ou sete anos, agora querem fazer em 15 dias."

Eleição:

Ribeiro defendeu que "ninguém em sã consciência é a favor de eleição indireta". "Agora uma coisa é você ser a favor e outra coisa é o que está definido pela Justiça Eleitoral. Se a Justiça definir que vai mudar, que vai ter eleição direta, vamos trabalhar eleição direta, mas agora o que está definido eleição indireta", disse ele.

O senador ressaltou que nunca se ouviu falar que ele é contra a eleição direta. "Pelo contrário, sou a favor da eleição direta, nunca fui eleito por eleição indireta. A melhor eleição é aquela que o povo escolhe", avaliou.

Ribeiro disse que, no entanto, é preciso respeitar a Assembleia. "Respeito a Assembleia Legislativa do nosso Estado, que tem grandes quadros, nós temos que respeitar. Não é por achar que eleição direta é melhor que a gente pode descaracterizar a Assembleia, que é muito boa, tem bons quadros, pessoas de muito respeito, honestas, que estão fazendo o trabalho para o qual foram eleitas pelo povo", afirmou.

O senador disse que, se a responsabilidade da escolha do sucessor de Marcelo recair sobre a Assembleia, a Casa terá que decidir. "E se ficar do jeito que está, a assembleia vai decidir e decidir bem", garantiu o parlamentar.

Siqueira:

João Ribeiro negou qualquer ruptura com o ex-governador Siqueira Campos (PSDB). Segundo ele, o ex-governador concentrou seu trabalho nos últimos 2,5 anos na questão do Recurso Contra Expedição de Diploma (RCED) contra Marcelo. "Algo que o ex-governador tem tratado pessoalmente, e tem tomado muito tempo dele", afirmou Ribeiro.

"Meu relacionamento com ele não tem problema nenhum. Cada um está fazendo o seu trabalho", garantiu o senador. "Tenho certeza que, no momento certo, a gente vai sentar e conversar aquilo que é melhor para o Estado e para o nosso grupo."

Ribeiro reafirmou seu apoio à pré-candidatura a governador do presidente da Assembleia, Carlos Henrique Gaguim. "Estou apoiando o presidente da Assembleia na eleição indireta porque acho que é a pessoa que conhece bem o quadro do Estado, está muito bem com os deputados, é cumpridor de seu dever e de suas obrigações, e isso nos dá uma certa tranquilidade, de que, sendo eleito, será uma pessoa bem equilibrada, vai ouvir a sociedade, os prefeitos, deputados, senadores e os líderes", defendeu o senador.

Fonte: Portal CT

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