É fato. Ponto. Será destino?
Continuamos sendo “o corredor da miséria” em representação política.
Antes era a miséria mesmo. O
abandono político, geográfico, econômico, social.
É certo que, quando Goiás e
éramos Norte, tivemos figuras ilustres que nos representaram bem, apesar da
distância, do isolamento, das dificuldades.
E agora na era Tocantins?
Sim, tivemos representantes..., poucos! Passado. Passou.
Pensando hoje, em nossa região,
quantas eleições já aconteceram e nós continuamos e/ou estamos órfãos de
representação estadual?
É notório que os ditos
representantes do Tocantins na Assembleia Legislativa representam, na verdade,
(com raríssimas exceções!), disso somos conhecedores e testemunhas, a sua
região, a sua cidade de origem no que se refere a dar atenção, em repassar
verbas, em ações favoráveis ao desenvolvimento coletivo, ainda mais se o chefe
do Executivo Municipal não for da mesma “linha” ou “não comungar” da mesma ideologia
ou cor política partidária! (Com quem o povo, a cidade ou a região têm culpa
disso, não é mesmo?)
Acrescente-se a esse
argumento, outro ainda mais nefasto, mais funesto: a “ligação fraterna” ou
laços políticos atados e/ou financiados na época de campanhas eleitorais em que
os ditos cabos eleitorais ou mesmo “ditas lideranças” são desfaçadamente
“pagas” por candidatos “paraquedistas”, para em troca de votos, serem
beneficiadas com favores a “familiares e/ou pessoais, principalmente na capital
através de “empregos”, ( muitos “fantasmas”), pagamento de mensalidades ou
concessão fácil de bolsas em faculdades para parentes em detrimento de
benefícios para as cidades, para as comunidades e principalmente para o povo
mais necessitado!
Seria o correto e era o que
poderíamos esperar de cada um dos senhores deputados e senhoras deputadas o
quê? Atenção, ajuda, colaboração, pois afinal, por volta de cem ou mais
candidatos obtiveram votos na região Sudeste. Desses, quantos foram eleitos ou
reeleitos? Presume-se que são Deputados do Tocantins. E o Sudeste não é
Tocantins!?
A nós, eleitores, caberá a
tarefa da reflexão: será se não teríamos orgulho em termos representantes
daqui?
É, pois bem, vou contar um
“causo” real para exemplificar e ilustrar bem como é triste e humilhante essa
“orfandade”.
Estávamos na Câmara
Municipal e Dianópolis vivia sendo “perseguida” com boatos de que levariam para
outra cidade as sedes da Delegacia de Ensino e da Receita Federal. Nós,
vereadores de então resolvemos agendar uma audiência com o Governador da época
a fim de tentarmos resolver essa pendência. Fomos a Palmas. Ao chegarmos à
recepção do Palácio Araguaia a pergunta inesperada, inevitável e cruel: - Qual
é o Deputado dos Senhores? Para entrar e conversar com o Governador é necessário
ter um representante! - Hãn? O quê? E nós não somos representantes do povo?
Minha filha, nós não temos representante... É triste, é real. Meu Deus,
passamos por esse vexame. Não entramos, não falamos com o chefe do Executivo
Estadual.
Penso que no presente, fato
como esse não aconteça mais, mas corremos o risco, pois vem à mente a fatídica
pergunta: - Hoje, qual o Deputado de vocês, meu, nosso? Eu, não tenho resposta
e não tenho nome, infelizmente.
E agora? Êta Tocantins! Êta
Sudeste! É... saímos da condição de corredor de uma miséria e agora
permanecemos no da política, ah! Desse corredor, “parece” que vamos continuar
nele, ô “sina”...
Anisiana Jacobina Aires
Sepúlveda da Silva (Profª Nisinha).
É Professora de Português e
Membro da Academia Dianopolina de Letras.
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