quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Artigo - Pesquisa natalina

O governador Siqueira Campos encomendou a duas empresas conceituadas de pesquisa, uma avaliação do seu primeiro ano de Governo. Quando chegou o resultado da primeira,empresa tocantinense, se mostrou surpreso, mas fez pouco caso. Três dias depois, dia 19, chegou o resultado da outra pesquisa,de empresa nacional, idêntico ao da primeira: ficou inconformado, pois os números estão na casa dos 40% de aprovação, entre regular, bom e ótimo.

Siqueira nem quiz tentar entender o resultado. Mandou suspender a distribuição das cestas básicas, tamanha a sua contrariedade com a avaliação popular de seu Governo. Foi aconselhado pelo presidente do PSDB, Hernani Siqueira, de não interromper a programação de fim de ano. Mas só se convenceu mesmo, quando recebeu informações da Setas, de que não tinha local para guardar as 100 mil cestas adquiridas pelo Governo.

Para os poucos próximos do trono, Siqueira, indignado, questinou a nota beirando a zero, da avaliação feita ao sistema de saúde. E ainda por cima, no calor das pesquisas, surgiu a declaração do presidente na Associação Brasileira, chamando o HGP de IML de mortos-vivos. Daí para as agressões e ataques aos médicos, foi um pulo rápido.

Das 20 maiores cidades, a única que deu a Siqueira aprovação de 52% foi Araguaína. Mas isto,incluindo Regular, Bom e Ótimo. Como a classificação de Regular está na casa dos 30%, a avaliação geral é pouco animadora.

Em outubro, o Governo recebeu pesquisa também com resultados baixos. Por isso, encomendou outras e preparou ações de fim de ano, renovou promessas políticas, fez a viagem ao Japão e esperava um resultado melhor. Tanto que preparou ações e aconchegos políticos para as comemorações natalinas.

Tida como de improviso, a reunião com a bancada estadual, estava tão programada que os "envelopinhos" dos 13 estavam prontos e nominados. E o café da manhã foi criteriosamente marcado para depois da aprovação do Orçamento e antes da votação das contas dos ex-governadores do PMDB, Marcelo Miranda e Carlos Gaguim.

Diga-se de passagem, já havia um acordo entre as bancadas, para as aprovações do Orçamento e das contas. Acordo este que foi trincado pelo deputado-relator, Osires Damaso(DEM), mandando de volta para o Tribunal de Contas fazer o que recusara meses antes: desmembrar as contas de Marcelo Miranda com Carlos Gaguim. O desmembramento, tecnicamente, não faz diferença nenhuma,pois matemática, é ciência exata. Politicamente, sim, pois a matéria fica para ser votada no próximo ano.

Com isso, o Governo ganha tempo, para tentar mudar o clíma na Assembleia e rejeitar as contas de Marcelo e Gaguim, cuja aprovação já estava acertada. Os "envelopinhos" serviram para prorrogar a aprovação. O Governo quer barrar as contas deles e ainda segurar o rompimento do senador João Ribeiro(PR), com quem Siqueira Campos gritou na festa de confraternização da ATM, na presença de muita gente.

Para agradar a João Ribeiro, o Governo liberou todas as Emendas da deputada Luana Ribeiro(PR),filha do senador. Agrada o pai e congela o pique de campanha de Luana em Palmas, onde já ocupa a segunda colocação, embora distante do líder das pesquisas, o deputado Marcelo Lélis, candidato agraciado com o maior número de cestas básicas pelo Palácio Araguaia.

Este é o cenário que o Governo está fazendo o seu fechamento de ano. Em baixa nas pesquisas, mas astucioso para as eleições municipais. Se achando que estava bom, o Governo já estava montando artilharia, imagine o que será capaz de fazer, agora que sabe da realidade dura? Aos menos avisados, lá vai um lembrete: em se tratando de eleições, com o Siqueira, não se brinca.

É, pois é. É isso aí.

FONTE: O JORNAL - COLUNA DOIS DEDOS DE PROSA(POR SALOMAO WENCESLAU)

Nenhum comentário: