Contas de dois ex-diretores
foram criadas no mesmo período em que surgiram as suspeitas de negócios ilegais
do Metrô-SP com a Alstom
Dois engenheiros que
trabalharam para a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) abriram
contras no HSBC da Suíça. A denúncia, publicada pelo jornal “O Globo” nesta
quinta-feira (12), revela que as contas foram criadas no mesmo período em que surgiram
as suspeitas de negócios ilegais da estatal com a empresa francesa Alstom.
Ainda de acordo com a
reportagem, os ex-diretores do Metrô de São Paulo Paulo Celso Mano Moreira da
Silva, hoje com 70 anos, e Ademir Venâncio de Araújo, de 62 anos, são acusados
de improbidade administrativa atualmente pelo Ministério Público do Estão de
São Paulo.
Em 1997, os dois
funcionários do metrô assinaram contrato, sem licitação, para que a Alstom
fornecesse um sistema de sinalização e controle da linha Norte-Sul (Vermelha).
Para fechar o negócio, eles recorreram a um termo aditivo feito sobre um
contrato firmado oito anos antes.
Silva abriu, segundo a
denúncia, uma conta no banco suíço em outubro de 1994. Em 2004, ele tinha US$ 3
milhões. Já Araújo era dono de três contas e contava com US$ 6,9 milhões, em
2007.
Entenda o caso – No início
de fevereiro, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ),
divulgou o projeto SwissLeaks, por meio do qual foram expostos quase 60 mil
arquivos com detalhes sobre mais de 100 mil correntistas do HSBC e suas
movimentações bancárias, entre 1988 e 2007.
As contas bancárias
reveladas somam mais de US$ 100 bilhões depositados em filiais do banco por
correntistas ao redor do mundo.
À época, os dados sobre as
correntes foram vazados pelo ex-funcionário do banco Herve Falciani. As
informações foram entregues por ele a autoridades francesas, em 2008. Com o
projeto SwissLeaks, mais de 140 jornalistas em 45 países investigam os nomes
envolvidos no caso.
Até o momento, foram
descobertas contas secretas, no HSBC da Suíça, de 6,6 mil brasileiros.
Estima-se que os depósitos de correntistas brasileiros no paraíso fiscal possa
chegar a US$ 7 bilhões.
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