sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Hospital improvisa atendimento a recém-nascido com pote de plástico


Fonte - Folha de S. Paulo

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Devido à falta de equipamentos, funcionários de um hospital no Tocantins tiveram de usar um pote de plástico adaptado como um capacete de oxigênio para atender a um recém-nascido prematuro, no sábado (20), em Dianópolis (a 320 km de Palmas).

Nascido durante a madrugada de sábado, em casa, no município de Ponte Alta do Bom Jesus (a 405 km da capital tocantinense), o bebê foi levado de ambulância para Dianópolis e deu entrada no hospital regional da cidade com problemas respiratórios.

Funcionários do hospital que pediram para não ser identificados dizem que a instituição não tinha capacetes acrílicos de oxigênio. Já a Secretaria da Saúde do Tocantins afirma que os equipamentos estavam sendo usados em outras emergências.

Por isso, de acordo com a pasta, a equipe teve de "realizar uma manobra" para manter a criança viva até a chegada da UTI móvel para fazer sua transferência para outra unidade de saúde.

A secretaria informou que solicitou mais nove peças para o hospital, que devem ser entregues na próxima semana. Os funcionários dizem, no entanto, que os equipamentos chegaram apenas após o episódio.

O capacete improvisado foi feito com um recipiente que armazena material humano para análises clínicas. Os funcionários cortaram os fundos do pote e cobriram as bordas com esparadrapo.

Ainda no sábado, o bebê foi levado para o Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, e passa bem, segundo familiares de Taiara Gomes Cardoso, 24, mãe da criança.

O pai de Taiara, o motorista Antônio Cardoso, disse que a filha não fez acompanhamento pré-natal em Ponte Alta do Bom Jesus porque estava escondendo a gravidez da família. A cidade, de 4.652 habitantes, possui apenas três médicos em um posto de atendimento. Casos complexos são transferidos para Dianópolis.

Nenhum comentário: