Fonte - Folha de S. Paulo
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Devido à falta de
equipamentos, funcionários de um hospital no Tocantins tiveram de usar um pote
de plástico adaptado como um capacete de oxigênio para atender a um
recém-nascido prematuro, no sábado (20), em Dianópolis (a 320 km de Palmas).
Nascido durante a madrugada
de sábado, em casa, no município de Ponte Alta do Bom Jesus (a 405 km da
capital tocantinense), o bebê foi levado de ambulância para Dianópolis e deu
entrada no hospital regional da cidade com problemas respiratórios.
Funcionários do hospital que
pediram para não ser identificados dizem que a instituição não tinha capacetes
acrílicos de oxigênio. Já a Secretaria da Saúde do Tocantins afirma que os
equipamentos estavam sendo usados em outras emergências.
Por isso, de acordo com a
pasta, a equipe teve de "realizar uma manobra" para manter a criança
viva até a chegada da UTI móvel para fazer sua transferência para outra unidade
de saúde.
A secretaria informou que
solicitou mais nove peças para o hospital, que devem ser entregues na próxima
semana. Os funcionários dizem, no entanto, que os equipamentos chegaram apenas
após o episódio.
O capacete improvisado foi
feito com um recipiente que armazena material humano para análises clínicas. Os
funcionários cortaram os fundos do pote e cobriram as bordas com esparadrapo.
Ainda no sábado, o bebê foi
levado para o Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, e passa bem,
segundo familiares de Taiara Gomes Cardoso, 24, mãe da criança.
O pai de Taiara, o motorista
Antônio Cardoso, disse que a filha não fez acompanhamento pré-natal em Ponte
Alta do Bom Jesus porque estava escondendo a gravidez da família. A cidade, de
4.652 habitantes, possui apenas três médicos em um posto de atendimento. Casos
complexos são transferidos para Dianópolis.
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