Acostumada a ditar regras ou
modismos e a conduzir a vida política e cultural do país a mídia tradicional depois
de "reinar" absoluta por décadas encontra hoje um contraponto
exemplar: a internet.
Longe de controles
econômicos ou paradigmas a internet chegou para tirar o bolor e a manipulação
constante do noticiário, notadamente, da chamada grande imprensa e seus
articulistas que se consideram os “donos da verdade”.
A aprovação do Marco Civil
da Internet coloca o Brasil na vanguarda e libera as redes das amarras do
mercado. A vitória da neutralidade da rede na Câmara impediu de a mesma se
transformar em uma mera TV a cabo que geraria o aumento dos custos para os
usuários e dificultaria o acesso das camadas populares aos benefícios da
internet.
O engajamento de diversos
setores da sociedade e o firme propósito da Presidenta Dilma em garantir o
Marco Civil resultaram em uma votação quase unanime na Câmara dos Deputados,
fato relevante para assunto de tamanha envergadura.
As esquerdas por terem tido
sua voz omitida nos grandes veículos e por terem sofrido uma longa e
sistemática perseguição pela ditadura do pensamento único devem estimular o uso
das redes sociais. Se já existissem as ferramentas de rede social a escandalosa
manipulação perpetrada pela Rede Globo de Televisão do debate entre Lula e
Collor em 89 teria sido desmascarada em tempo real. A farsa do ataque da
bolinha de papel engendrada pelo então candidato José Serra em 2010 com o
auxílio das redes sociais pode ser denunciado e desmascarado.
Competir com o poderio
econômico dos meios tradicionais de comunicação é dificílimo. Estabelecidos há
décadas e bafejados pelos poderes financeiros nacionais e internacionais, os
grandes meios de comunicação construíram no Brasil verdadeiros oligopólios
midiáticos de gestão familiar. Essa condição monopolística não encontra
paralelo em nenhuma grande democracia do mundo moderno. Como pode um único
grupo de comunicação possuir Tvs abertas e fechadas, rádios, jornais, revistas,
editoras e até gravadoras? Nos Estados Unidos, Meca do capitalismo mundial, as
leis vigentes não permitem tal situação.
Aqui, fortalecidos pela
subalternidade de variados setores políticos, eles podem isso e muito mais. Tem
sido difícil garantir o Direito de Resposta contra ataques desferidos pela
mídia, objetivando arruinar a reputação de pessoas físicas e jurídicas. Eles
acobertam-se com o manto da “liberdade de expressão” que só vale para um lado:
o lado deles!
O Partido dos Trabalhadores
já percebeu o dinamismo das novas ferramentas de comunicação. O PT, por ser um
partido de militantes e ativistas, muitos com o “couro curtido”, pela longa
disputa política, vem mostrando a face e agindo à luz do dia nas redes.
A contribuição da valorosa e
combativa militância do PT, divulgando as ações dos governos populares e, ao
mesmo tempo, combatendo as mentiras e calúnias que se apresentam no dia a dia
tem sido um diferencial.
Diferentemente dos partidos
políticos, cuja principal função é a disputa eleitoral, o PT mantém e amplia
seus vínculos com os movimentos sociais e com as pautas que visam o
aprofundamento da democracia no Brasil. O caminho a se percorrer para que sejam
ampliadas as conquistas da imensa maioria de brasileiras e brasileiros que vive
à mercê da pausterização do noticiário é longo.
Disputar a pauta de mudanças
é tarefa nossa. Quanto mais ativos e participantes formos, mais condições
teremos de alcançar os setores da sociedade brasileira que se encontram do lado
de fora das discussões políticas, seja por desconhecimento, pelo afastamento ou
por desencanto provocado pelo denuncismo, sem fim, dos meios de comunicação
tradicionais.
Submetidos ao bombardeio
reiterado da imprensa comercial e da pusilanimidade de certos intelectuais que
são meros porta-vozes do antiprogressismo, grande parcela da nossa população
não tem acesso a outro tipo de opinião.
Por tudo isso apoiar a mídia
alternativa também é uma obrigação das forças populares. O simples fato de
amplificar as vozes no panorama da comunicação já é de grande valia. Mesmo
quando um blogueiro ou outro não pense como nós.
Há espaço de sobra para uma
atuação firme que vise apresentar novidades. A mesmice é a razão da força do
status quo. Sejamos diferentes esse é o caminho do futuro.
Autor: Alberto Cantalice é Vice
Presidente do PT
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