Como é do conhecimento da população tocantinense,
as principais autoridades do Poder Executivo do Tocantins, o vice-governador
João Oliveira e o governador Siqueira Campos, renunciaram. Embora, numa análise
conjuntural corre-se o risco de emitir opiniões que não condizem com a
realidade fática, omitir-se seria um ato mais grave. De fato há especulações
sobre os próximos passos, porém os passos dados até o momento são suficientes
para romper com o silêncio.
Os acontecimentos são tão espantosos que é difícil
acreditar que estamos vivendo esse cenário no Tocantins, em pleno século XXI.
Como pode o Poder Executivo, com apoio do Poder Legislativo, construir um
contexto de tamanha instabilidade jurídica? Em tal cenário, onde fica a teoria
dos Freios e Contrapesos, de Monstequieu, que assegura a divisão dos poderes e
a sua independência? São respostas que análise conjuntural por si só ainda não
é capaz de responder, entretanto, pode-se dizer com toda segurança que estão
subestimando a inteligência dos tocantinenses.
Há que ficar atento, pois o plano de marketing já
está em curso. Agora eles estão produzindo discursos para incutir na
consciência do povo tocantinense de que se trata de um gesto de
"amor" pelo Tocantins. Os "líderes" já foram escalados e
jogam um papel determinante na Assembléia Legislativa. Eles dizem que tanto
Siqueira quanto João Oliveira colocaram os interesses do Estado acima dos
pessoais. Nos próximos dias, ouviremos os melhores oradores subirem às tribunas
do poder, para explicar o inexplicável. Para tentar convencer que estão agindo
em defesa do bem comum.
Não nos iludamos, pois a estratégia política em
curso nada tem a ver com a defesa dos interesses do povo tocantinense.
Tratas-se de uma ação arquitetada por um grupo que há anos governa o nosso
estado e que quer a todo custo se manter no poder. Nosso Estado vive há décadas
sob o jugo destes "líderes", que a cada eleição contaminam o pleito
eleitoral com discursos vazios e com promessas que não saem do papel. Os planos
de governo apresentados são apenas boas peças de publicidade, com metas que até
seriam possíveis de alcançar, se houvesse compromisso público com os interesses
dos tocantinenses.
Como um jogador, Siqueira impõe as regras,
coloca-se acima da democracia, usurpa o direito do povo definir os rumos da
política e se prepara para eleger com os votos dos deputados de situação, na
Casa que deveria ser do povo, o próximo governador.
Estas e outras cenas dos próximos capítulos não são
resultados do acaso. Quem conduz o processo planejou cada passo. Não estamos
diante de amadores. Eles sabem aonde querem chegar. Quem conduz o plano tem a
exata noção do que deve ser feito e quais os discursos devem ser utilizados
para convencer os tocantinenses. Eles têm nome e sobrenome, eles têm endereço,
eles têm lado, e não duvidem, eles nunca estiveram e nunca estarão do lado do
povo. Sua motivação é o poder pelo poder.
Não nos deixemos ser enganados. Que os homens e
mulheres de bem deste Estado possam se levantar em defesa dos princípios da
democracia. É preciso mostrar a eles, à luz da nossa Constituição Federal, que
o "poder emana do povo", e que as autoridades devidamente
constituídas devem agir em defesa dos interesses da coletividade. Se assim não
os fazem, é nosso dever destituí-las, não por meio de um golpe, mas pela
vontade geral e soberana, expressa no voto.
Gleidy Braga - Secretaria Estadual de Formação Política do PT
Tocantins
Donizeti Nogueira - Ex-presidente Estadual do PT (Gestão 2010-2014)
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