segunda-feira, 9 de junho de 2008

Grande número de pré-candidatos acirram os ânimos no município



Grande número de pré-candidatos acirram os ânimos no município; prefeito, vice e ex-primeira-dama trocam farpas

A cinco meses das eleições e início do período das convenções para homologação dos nomes que concorrem oficialmente ao pleito deste ano, o cenário político da região Sudeste do Tocantins ainda é incerto. Com múltiplas candidaturas, os diretórios partidários e suas respectivas lideranças têm intensificado as conversações com os demais partidos, políticos, governo e militantes visando a disputa em outubro.

No município de Dianópolis, a 320 km de Palmas, durante as últimas semanas, as direções de alguns partidos vêm realizando reuniões tanto internamente quanto discussões com dirigentes de outras legendas para avaliar a possibilidade de estabelecer alianças. Na cidade até agora pelo menos quatro nomes já se apresentaram como pré-candidatos à prefeitura: o atual gestor, José Salomão Jacobina (PT), o atual vice-prefeito Inácio José Cardoso (PPS), o vereador Osvaldo Baratins (PMDB), e a ex-primeira-dama do município Magda Lúcia (PDT).

Na opinião do prefeito, o grande número de pré-candidatos tem seus prós e contras, pois ao mesmo tempo em que amplia o debate político, dificulta a formação de alianças e coligações. “Com uma disputa com maior número de candidatos, o eleitor terá, consequentemente, um maior número de idéias e poderá decidir com mais tranqüilidade qual o melhor projeto e o candidato ideal para a cidade. Mas assim todos os partidos discutem entre si, o que cria um espaço frutífero para as especulações, que muitas vezes acabam por serem prejudiciais”, afirma José Salomão.

No momento, o principal entrave para a disputa de outubro acontece entre ele e a pré-candidata do PDT, Magda Lúcia. Desde o ano de 2002, Magda preside no município a Organização de Amparo a Vida no Cerrado. Através da entidade, a pré-candidata desenvolve projetos sociais do governo estadual como Pioneiros Mirins e Cheque Moradia.

“Ela realiza um governo paralelo na cidade, muitos desses programas deveriam estar sendo feitos pela prefeitura. E como nós não temos um bom diálogo com o governo estadual, meu governo atua como um coadjuvante”, afirma o prefeito.


José Salomão fala em procurar apoio junto à UT

Dentro do PT, em Dianópolis, o atual prefeito é o único pré-candidato. Em relação a possíveis alianças e coligações, Salomão esclarece que apesar de não ter o apoio do governo estadual, sua legenda já cogita costurar apoios com a coligação União do Tocantins (UT). “O partido vem realizando encontros desde março e fui o único que se apresentou como pré-candidato. O grupo vem tendo debates, conversas e avaliando o terreno. Acredito que não teremos o apoio da base governista, apesar de termos a simpatia do deputado federal Moises Avelino (PMDB), o Palácio (Araguaia) não se mostra favorável a minha pré-candidatura. Por isso, não vamos recusar o apoio de ninguém, nem mesmo dos utistas”, argumenta.

Fonte: Trecho de reportagem do "Jornal O Estado" deste domingo

Comentários by Kiko:

Está aí uma crítica que deve ser feita ao governo estadual: o uso de governos paralelos em alguns municípios. O caso de Dianópolis é um forte exemplo desta prática pouco democrática. Desde o ano de 2002, a pré-candidata do PDT preside no município a Organização de Amparo a Vida no Cerrado. Como bem disse o prefeito, “ela realiza um governo paralelo na cidade, muitos desses programas deveriam estar sendo feitos pela prefeitura. E como nós não temos um bom diálogo com o governo estadual, meu governo atua como um coadjuvante”. Esse governo paralelo é sem dúvida um meio pouco democrático de fazer política. Afinal, o respaldo popular para a implementação das políticas públicas municipais foi dado ao prefeito através das eleições passadas. Este sim, o pleito municipal, foi o fórum correto e legitimador em que o povo decidiu quem deveria guiar os destinos administrativos da cidade. Chega a ser imoral usar uma prática como essa somente para inflar uma candidatura governista. O objetivo principal é o retorno ao poder de pessoas que não administraram bem a cidade, tendo inclusive as contas rejeitadas no último ano de governo e a consequente inelegibilidade do ex-prefeito Joir, que vem a ser o marido da atual pré-candidata governista.

Um segundo ponto a ser destacado é quanto a questão das alianças. O prefeito Zé Salomão diz que não rejeitará o apoio de ninguém. Isto é certo visto que a futura coligação será pluripartidária, cujo objetivo principal é a continuidade do atual modelo de administar e do atual momento de desenvolvimento do município. A união deve ser em torno deste aspecto e por isso poderá abrigar partidos governistas e utistas. É o interesse municipal acima de qualquer outra vaidade. O governo terá sua candidatura, que provavelmente será a do PDT, e o PT além de negociar com a UT, mantém conversas com alguns partidos governistas. O apoio do partido do governador, o PMDB, também é possível, visto que o partido também tem nome e interesse em compor a chapa majoritária. Além disso existem conversas de uma possível composição com outros nomes da UT e do PSB, por exemplo.

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