sábado, 11 de julho de 2009

CRM-TO emite nota em que descreve como "triste quadro" da saúde no Tocantins e cobra providências do Governo do Estado


Em nota publicada na imprensa nesta sexta-feira, 10, o Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO) classificou de "triste quadro" a situação da saúde pública do Estado e cobrou providências do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal e demais autoridades competentes. "Espera-se, portanto, que o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal, autoridades competentes, cobrem do Governo do Estado, com extrema urgência o provimento de um mínimo exigido para a resolução deste triste quadro", afirma a nota do CRM-TO.

A entidade realizou uma série de fiscalizações no Tocantins e já entregou um relatório à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), MPE e MPF. Entre as conclusões do relatório, conforme a nota publicada nesta sexta-feira, "o tratamento e a assistência médica preconizados pela literatura e pelo protocolo das entidades médicas nacionais não estão sendo cumpridos nos hospitais da nossa rede pública".

Ainda de acordo com a nota, "a carência de elementos necessários para realização dos procedimentos tem sido a realidade diária enfrentada pelos profissionais, sobretudo os médicos, em quase todos os hospitais públicos estaduais". "O que prejudica nosso trabalho, fragiliza a conduta ética e o respeito à relação médico-paciente", ressalta o CRM-TO.

Segundo a entidade, em todas as cidades visitadas pela equipe e diretoria do CRM-TO foram detectados "sérios problemas". Mais: no Hospital Geral de Palmas (HGP) não é diferente. "Sendo referência para os casos de alta complexidade não tem conseguido cumprir, a contento, o papel que lhe foi reservado", assegurou a entidade médica.

O CRM-TO afirma que foi cobrada das autoridades agilidade no encaminhamento de medidas eficazes. "No entanto, as dificuldades persistem e até se agravam, de tal forma, que não poderá ser debitado ao médico tocantinense, também vítima desta situação, qualquer sinistro decorrente da mesma", alerta o documento.

Confira a seguir a íntegra da nota do CRM-TO:

"CRM-TO alerta a comunidade sobre a situação da saúde no Tocantins

O Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO), procurando cumprir seu papel como entidade fiscalizadora, elaborou recentemente e apresentou à Secretaria Estadual de Saúde, Ministério Púlico Estadual e Ministério Público Federal, relatório sobre a situação da saúde no Tocantins.

O tratamento e a assistência médica preconizados pela literatura e pelo protocolo das entidades médicas nacionais não estão sendo cumpridos nos hospitais da nossa rede pública. Como a preocupação do CRM está vinculada à boa conduta da política de saúde do Estado, sente-se no dever de dar conhecimento ao povo da realidade que impera nos hospitais tocantinenses, objetivo maior desta nota.

A carência de elementos necessários para realização dos procedimentos tem sido a realidade diária enfrentada pelos profissionais, sobretudo os médicos, em quase todos os hospitais públicos estaduais, o que prejudica nosso trabalho, fragiliza a conduta ética e o respeito à relação médico-paciente.

A missão do CRM, entidade fiscalizadora, vai além dessa defesa de conduta ética do médico. Cabe-lhe, principalmente, preocupar-se com a sociedade e alertá-la sempre, visando prevenir e evitar incidentes desagradáveis e/ou que ameacem a vida.

Em todas as cidades visitadas pela equipe e diretoria do CRM-TO foram detectados sérios problemas. No Hospital Geral de Palmas (HGP) não é diferente. Sendo referência para os casos de alta complexidade não tem conseguido cumprir, a contento, o papel que lhe foi reservado.

A agilidade no encaminhamento de medidas eficazes foram cobradas, no entanto, as dificuldades persistem e até se agravam, de tal forma, que não poderá ser debitado ao médico tocantinense, também vítima desta situação, qualquer sinistro decorrente da mesma.

Espera-se, portanto, que o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal, autoridades competentes, cobrem do Governo do Estado, com extrema urgência o provimento de um mínimo exigido para a resolução deste triste quadro.

Conselho Regional de Medicina do Tocantins
Dr. Nemésio Tomasella de Oliveira
Presidente"

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