O candidato a governador, Paulo Mourão, pelo
Partido dos Trabalhadores (PT), na eleição indireta, ocorrida na manhã deste
domingo, dia 4, na Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, fez um dos
discursos mais eloquentes dentre os oito candidatos ao pleito. Paulo Mourão
destacou que o estado que foi criado embasado no sonho de liberdade e das
conquistas, da livre iniciativa e da justiça social, passados 25 anos está
fadigado, enfraquecido, fragmentado na sua forma de fazer política. Reforçou
mais uma vez que a renúncia do governador e do vice-governador compromete o
estado democrático de direito de um povo. "A renúncia não teve nenhuma
explicação lógica", acentuou. Destacou a gravidade em que o estado se
encontra, tanto nas questões sociais quanto econômicas. "Faltam médicos,
medicamentos, equipamentos, itens básicos para pequenos exames da sociedade
trabalhadora, faltam políticas públicas para o jovem, o idoso, de proteção à
mulher, falta estímulo para a geração de emprego. E esse governo avaliado como
ruim e péssimo pela sociedade tocantinense em mais de 60%, através de
pesquisas, consegue apoio de mais de 80% dos deputados. É algo paradoxal,
difícil de entender", discursou.
Paulo Mourão alertou para o declínio do crescimento
do estado e de suas receitas. Ele mostrou um relatório da Controladoria Externa
que aponta números alarmantes. "Para se ter uma ideia, em 2013 o Tocantins
cresceu apenas 3,92%, diante de uma inflação de 5,91%. Mas mesmo assim, o Poder
Executivo aumentou 12,85% os gastos com despesas de pessoal, elevando de forma
desproporcional o endividamento do Estado em 436%, com operações de crédito a
curto prazo, dinheiro usado até para pagamento da folha salarial",
destacou.
Segundo Mourão em 2008, o estado tinha 36% de
comprometimento da receita líquida com pagamento de pessoal e fechou 2013 com 51,69%,
mesmo considerando as demissões de servidores e redução de salários de
secretários e do governador, mas nada adiantou, tendo continuidade a retração
econômica e a falta de investimentos. "O estado está pedindo
socorro", alertou. Paulo Mourão demonstrou preocupação com um estado
"que não cuida da saúde, não cuida da segurança pública, não incentiva o
processo produtivo agrícola, não incentiva o emprego, não tem políticas
públicas para nenhum dos segmentos sociais e abandona a juventude que é o
futuro desse estado". Ele citou dados da educação em que, segundo ele, nas
principais cidades do estado a grande maioria dos jovens entre 18 e 24 anos
está fora da escola. Em Porto Nacional 60% dos jovens nessa faixa etária não
frequentam a sala de aula; em Gurupi são 62%; em Miracema e Natividade o índice
é de 70%; já na região sudeste, em Almas chega a 83% e Aurora atinge 89%; no
Bico do Papagaio, precisamente em Araguatins 69% dos jovens entre 18 e 24 anos
não frequentam a escola. "Qual é o futuro deste estado se não tem mão de
obra qualificada? Como será o futuro dessa gente se não fizermos o
desenvolvimento acontecer? Como no mundo todo acontece que é através do saber,
através da qualificação" questionou.
Mourão ponderou que enquanto a juventude, que é o
futuro do Tocantins, é abandonada pelo estado que ainda não incentiva o emprego
e não melhora a renda, a corrupção se propaga. "O que vimos é uma
corrupção desenfreada. No Igeprev o rombo foi de mais de R$ 500 milhões. E
agora o que era presidente do Conselho Administrativo do Igeprev, senhor
Eduardo Siqueira Campos é o presidente do Conselho Administrativo da
Mineratins, com uma manobra para privatizar a Mineratins", disparou.
Segundo Mourão uma empresa de Brasília foi contratada e já está realizando um
estudo de edital para parceria público-privada a fim de privatizar a
Mineratins. "Querem privatizar as nossas riquezas naturais", avisou.
Já no encerramento do discurso, Paulo Mourão chamou
a atenção para o fato de que "estão acabando com a riqueza, com futuro e
com a esperança do povo tocantinense". Ele lembrou que o Tocantins foi
criado pelo sonho secular de tantos homens e mulheres. "A ditadura
siqueriana não pode destruir o sonho do nosso povo", discursou. "Não
espere mudanças aqui neste plenário" disse à sociedade tocantinense
referindo-se ao resultado claramente previsto das eleições indiretas. E
conclamou: "vamos às ruas, trepidem seus corações, balancem suas bandeiras
e creiam que é possível mudar. Acorde, minha gente e vamos à luta, meu
povo" finalizou.
Ao final das eleições que garantiram a eleição do
candidato governista, Paulo Mourão reforçou seu discurso de chamar a população
às ruas. "É preciso agora ir às ruas se manifestar, se mobilizar. O estado
está pedindo socorro. As finanças já não suportam mais as despesas de um
governo perdulário, de um governo sem compromisso com a sociedade. Mas os
deputados aqui não conseguem entender isso. Um governo que tem mais de 60% de
rejeição pelas pesquisas de opinião pública e aqui tem 80% de aprovação. É
preciso que a sociedade entenda que os que ela mandou para cá não estão sendo a
voz do seu povo", avaliou.
Fonte: ASCOM - PT
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