Dados do
governos desmentem vídeos divulgados pelo comentariosta Jorge Kajuru na
internet
Em vídeos na internet, o comentarista esportivo
Jorge Kajuru tenta convencer que a Copa do Mundo no Brasil é um mau negócio
porque o dinheiro público investido não retornará. Ele alega que o País decidiu
isentar a Fifa de impostos, ao contrário da África do Sul, Alemanha, Japão e
outros países.
Tudo mentira. O fato é que cada bilhete vendido
recolhe impostos, pois o Centro de Ingressos, o Comitê Organizador Local e
prestadores de serviços da Fifa são tributados nos termos da legislação
nacional.
A receita fiscal no evento deve chegar a US$ 7,2
bilhões (R$ 16 bilhões), nas contas da Ernst & Young e da Fundação Getulio
Vargas – uma soma muito superior ao investimento público nos estádios.
O Kajuru também erra ao dizer que as obras custaram
três vezes mais do que o previsto. O Castelão, em Fortaleza, saiu 17% mais
barato. A Arena Corinthians já previa custo de R$ 820 milhões no primeiro
orçamento, em 2011. Outras cinco arenas tiveram ajustes baixos: Arena Pernambuco
(1%), Arena da Dunas (14%), Arena Fonte Nova (17%); Arena Pantanal e Arena da
Amazônia (24%).
Mineirão, Maracanã, Arena da Baixada e Mané
Garrincha tiveram seus orçamentos elevados entre 63% e 88%, por causa de
mudanças nos projetos de engenharia. O único orçamento que dobrou foi o do
Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), em razão de alterações profundas na planta
inicial.
Movimento na economia – Apenas na construção e
reforma dos 12 estádios da Copa do Mundo, calcula a Fundação de Pesquisas
Econômicas (Fipe), foram criados 50 mil novos empregos. Um bom negócio, ainda
mais em tempos de crise financeira internacional, quando os países competem para
manter os postos de trabalho e a atividade econômica. Entre 2010 e 2014, os
jogos vão movimentar cerca de R$ 142 bilhões a mais na economia brasileira com
a geração de 3,6 milhões de empregos, segundo a FGV e Ernst Young.
A Fipe calculou que apenas a Copa das Confederações
fez o PIB brasileiro aumentar em R$ 9,7 bilhões, com a manutenção de 303 mil
empregos. Para a Copa do Mundo, os economistas da USP estimam um aumento de R$
30 bilhões a mais no PIB.
Isenção - A Fifa ganhou isenção fiscal na importação
de bens, como uniformes, carros e ônibus. Tudo vai permanecer no Brasil, mas
não representa risco de mercado para alguma confecção de Joinville ou àquela
nova fábrica da Fiat que está sendo montada em Pernambuco – com direito a
centro de inovação tecnológica, a partir dos benefícios do programa federal
Inovar-Auto.
A indústria nacional continua segura neste ponto,
essas pequenas importações não representam exportação de empregos. Apenas
facilitam a contabilidade dos jogos, pois os patrocinadores dão bens e não
recursos.
As emissoras de TV também vão trazer muitas
toneladas de equipamentos para garantir que as imagens do torneio brasileiro
cheguem ao mundo todo e não vão pagar impostos por isso. O benefício de
divulgar o Brasil vale muito mais do que o custo em renúncia fiscal, porque têm
um impacto maior do que as campanhas que o governo federal poderia fazer com
essa possível arrecadação.
O Congresso Nacional aprovou a Lei 12.350/2010, que
concede isenção de tributos federais à Fifa, num processo normal e democrático.
Essas permissões, como facilidades nos vistos de entrada de estrangeiros
(turistas e trabalho), são compromissos razoáveis do país-sede para acolher o
evento internacional.
Tanto a Alemanha quanto a África do Sul conferiram
benefícios tributários à Fifa. País algum, porém, nem mesmo o Brasil, isentou a
Fifa ou qualquer outro parceiro comercial (consultores, etc) de pagar tributos
por negócios que não tenham vinculação direta com os jogos.
Bola no campo – Kajuru repete em seus vídeos que o governo
brasileiro foi bonzinho com a Fifa porque comprou o resultado final para ajudar
na eleição presidencial.
Neste caso, além de mentir reiteradamente por
ingenuidade ou total falta dela, Kajuru comete ilícitos de injúria calúnia e
difamação. Como dizia nosso grande craque Garrincha, seria preciso combinar com
os suíços (a sede da Fifa fica em Zurique) e também com outras nações pouco
poderosas e dispostas a vir com seus hinos nacionais, bandeiras e heróis
populares. Gente como os norte-americanos, franceses, japoneses, alemães,
enfim, o G 7 e o G 20.
Fonte: Agência PT de Notícias
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