Da BBC Brasil em São Paulo
Campos era candidato à
Presidência pelo PSB e o terceiro nas pesquisas de intenção de voto para as
eleições de outubro.
Sua morte em um acidente
trágico causou grande comoção em todo o país e lançou uma série de dúvidas
sobre a corrida eleitoral.
Reações
A presidente Dilma Rousseff,
colega de ministério de Campos no primeiro governo Lula, decretou três dias de
luto oficial pela morte do candidato e anunciou ter suspendido seus
compromissos de campanha.
"Hoje o Brasil está de
luto e sentindo uma morte que tirou a vida de um jovem político
promissor", disse Dilma, em um pronunciamento.
"Sem dúvida esse é um
momento de pesar, um momento de tristeza. Somos afetados pela fragilidade da
vida, mas também pela força e exemplo das pessoas."
O candidato do PSDB à
Presidência, Aécio Neves, também lamentou a morte de Campos. Em discurso, disse
que "hoje é um dia de imensa tristeza para todos os brasileiros e para
todos aqueles que acreditam na boa política".
"Eduardo era um dos
maiores representantes da boa política. Convivi mais de 20 anos com o Eduardo e
tenho por ele uma admiração que não terminará com sua morte trágica. Ele fará
uma falta imensa na política nacional."
Campos, de 49 anos, era
casado com a economista Renata de Andrade Lima Campos, de 47 anos, e tinha
cinco filhos - um deles de apenas sete meses.
O acidente que matou o
candidato aconteceu na manhã de quarta-feira e suas causas estão sendo
investigadas.
A caixa-preta da aeronave
foi encontrada no fim da tarde e peritos foram enviados para o local do
acidente para analisar os corpos e destroços.
Segundo informações da
Aeronáutica, o jato que levava o ex-governador de Pernambuco ao litoral
paulista saiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao
aeroporto de Guarujá, em São Paulo.
A aeronave levava outras
seis pessoas - o fotógrafo da campanha, um cinegrafista, dois assessores e os
dois pilotos – e caiu em uma área residencial quando se preparava para pousar.
Novo candidato
Sem Campos, o PSB e os
partidos que fazem parte de sua coligação têm dez dias para escolher um novo
candidato, de acordo com as regras da lei eleitoral.
A mais cotada é Marina
Silva, vice-presidente na chapa, mas ainda não está claro se o nome será
aprovado pelas lideranças do PSB.
Marina foi para Santos para
acompanhar o resgate do corpo do candidato. "Essa é uma tragédia que nos
impõe luto e profunda tristeza", disse a colega de chapa, visivelmente
abatida.
"Durante esses dez
meses de convivência aprendi a respeitá-lo, admirá-lo e a confiar em suas
atitudes e ideais de vida."
Em nota, o PSB lembrou que
há exatos nove anos morria Miguel Arraes, líder histórico do partido e avô de
Campos.
"Perdemos Eduardo
Campos quando mais o Brasil precisava de seu patriotismo, seu desprendimento,
seu destemor e sua competência", diz a nota.
"Não é só Pernambuco e
sua gente que perdem seu líder, não é só o PSB que perde seu líder. É o Brasil
que perde um jovem e promissor estadista."
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