Em muitas
localidades, mesmo com a cisterna, não há como fazer a instalação
Conhecida pelas belezas naturais, as tradições culturais e pelos projetos produtivos em grande escala, a região Sudeste do Tocantins, formada por municípios importantes como Dianópolis, Natividade, Taguatinga e Arraias também sofre anualmente com o problema da estiagem. Mas são os pequenos municípios os mais atingidos, devido suas limitações em infraestrutura e pelas próprias configurações dos territórios de cidades como Conceição, Taipas, Paranã e parte de Arraias.
Conhecida pelas belezas naturais, as tradições culturais e pelos projetos produtivos em grande escala, a região Sudeste do Tocantins, formada por municípios importantes como Dianópolis, Natividade, Taguatinga e Arraias também sofre anualmente com o problema da estiagem. Mas são os pequenos municípios os mais atingidos, devido suas limitações em infraestrutura e pelas próprias configurações dos territórios de cidades como Conceição, Taipas, Paranã e parte de Arraias.
O período de estiagem inicia
por volta de junho e segue até outubro. “É extenso e intenso”, dizem os
agricultores da região.
O aposentado Balduíno
Soares, proprietário da Fazenda Malhadinha, onde vive com a esposa, na Região
Rural do São Domingos, distante mais de 60 km da área urbana, é uma das dessas
pessoas. Neste período do ano, ele precisa se deslocar cerca de 6 km para ter
acesso à água e manter seus animais. Por vezes vê os animais morrerem de
fraqueza, às margens dos córregos quase secos.
O Município de Paranã é o
segundo do Estado em extensão rural, o que prejudica o acesso de pessoas como
Balduíno Soares a ações de infraestrutura e logística, como o projeto Luz para
Todos do Governo Federal, por exemplo. Com energia elétrica seria mais viável o
acesso à água por meio de poços artesianos, utilizando bombas d’água. Embora a
questão financeira também prejudique, já que para escavar 18 metros para um
poço artesiano o custo chega a R$ 2 mil, que ainda serão somados a mais
detalhes estruturais, como a instalação de manilhas.
Cisternas
O Governo chegou a anunciar
a implantação de mais de 11 mil cisternas em 27 municípios da região Sudeste do
Tocantins, assinando a ordem de serviço do Programa Tocantins sem Sede.
Quatro empresas venceram o
processo licitatório para a construção das casas-abrigo e instalação dos
reservatórios de água e iniciarão a distribuição dos equipamentos. A ideia é
que a ação beneficiasse diretamente 57 mil pessoas que moram no sudeste
tocantinense. O programa conta com o recurso de R$ 90 milhões, oriundo do
Ministério da Integração Nacional.
Apesar da ordem de serviço e
da contratação de empresas, parte das cisternas não chegaram a ser instaladas a
tempo da captação de águas das chuvas, por volta do mês de fevereiro.
De acordo com a Agência
Tocantinense de Saneamento (ATS), naquelas cisternas que já estão instaladas
será feito o abastecimento ainda este mês de agosto.
A ATS também está planejando
uma ação emergencial, de acordo com a Assessoria de Comunicação do órgão. Aa
proposta da “ação emergencial Mais Água Sudeste é reduzir os impactos da seca,
garantindo água potável para as famílias castigadas com o longo período de
estiagem”. Segundo o órgão, em 2013 a ação distribuiu água potável,
principalmente, para os moradores da zona rural dos 27 municípios do sudeste.
A ATS explica que, em 2014,
a segunda edição do programa será realizada paralela ao programa Tocantins Sem
Sede, versão do programa Água para todos do Governo Federal para atender os
sertanejos que ainda não receberam suas cisternas e abastecer as cisternas do programa Tocantins sem Sede que
estão sendo instaladas. “No sudeste estão sendo entregues pelo governo 11.350
cisternas e 135 barragens”.
No ano passado, durante o
mês de agosto, o Estado investiu cerca de R$ 1,5 milhão, recurso do tesouro
estadual, para a contratação de 40 caminhões-pipa e distribuição de 1.000
reservatórios de 200 litros de água.
Licitação
Segundo a ATS, o Governo
prepara novas ações “com despesas estimadas em R$ 3 milhões”. O processo
licitatório estaria sendo finalizado pela Secretaria de Planejamento, e logo
após a publicação do mesmo será feito, por meio de edital de credenciamento, a
chamada às empresas interessadas para que sejam feitas avaliações técnicas com
o intuito de analisar se as mesmas atendem as exigências estabelecidas pelo
governo para atuarem no programa.
Além da Agência Tocantinense
de Saneamento, que coordenará os trabalhos, as ações envolverão outros órgãos
como Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Fundação Nacional de Saúde
(Funasa), Foz/Saneatins, além da Defesa Civil, que atuarão em parcerias com as
prefeituras dos municípios.
Ministério
Em junho deste ano, o
ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, recebeu em audiência o
governador Sandoval Cardoso(SD), quando recomendou agilidade na instalação das
cisternas. Segundo informações do Ministério, até aquele momento haviam sido
instalados pouco menos de 10% do total de 11.350 cisternas previstas para o
Estado.
O Governo atribuiu o atraso
a problemas técnicos na instalação das cisternas, que não teria seguido o
modelo padronizado no programa em todo o País, devido a características
diferenciadas das moradias do interior do Tocantins. O teto de palha em muitas
delas impede a coleta de água em calhas, obrigando a construção de uma
estrutura de coleta própria sobre a cisterna. (Lorena Karlla - Portal Stylo)
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