sexta-feira, 3 de abril de 2009

“Podres Poderes” se alojam onde menos se espera


Dizia há alguns anos o sábio Caetano Veloso: “Enquanto os homens exercem seus podres poderes, motos e fuscas avançam os sinais vermelhos e perdem os verdes, somos uns boçais”. Pois é, estes tais podres poderes se instalam onde menos se espera. O PMDB, partido que tem uma história inicial bonita, como único ninho da oposição ao regime totalitário dos militares pós golpe de 1964, está estranhamente atuando no Tocantins com uma atitude velada ditatorial.

Solidarizamos-nos ao Site Cleber Toledo, bem como os demais órgãos de comunicação que se posicionam contra a política discriminatória da secretaria da Comunicação do Governo do Estado.

Os antigos já diziam que trocar seis por meia dúzia não só prejudica como atrapalha. Os atuais ocupantes do Palácio Araguaia cuspiram no prato que comiam no período de Governo Siqueira Campos. Romperam com este, alegando ser ele um ditador.

Mas, aos olhos de quem bem observa, há vários métodos ditatoriais. Entre eles, manter a mídia calada e, quando amiga, muito bem paga. Assim, vemos nos dias atuais, a secretaria da Comunicação repetir os erros cometidos anteriormente.

O jornal “O Coletivo”, pequeno, mas valente informativo tocantinense, se soma às manifestações apresentadas em diferentes Sites como os do Jornalista Cleber Toledo; do Jornal Stylo e do Jornal O Girassol, questionando o comportamento no mínimo dúbio da Secretaria Estadual de Comunicação em relação aos meios de comunicação que atuam no Estado.

O Jornalista Cleber Toledo descreveu bem a situação da imprensa em relação ao tratamento recebido pela Secom. Também foram citados outros grandes equívocos do Governo do Estado em termos de comunicação. Sem contar os diversos outros cometidos contra servidores públicos estaduais e até mesmo pelo desserviço para com empresários que tanto desejam se instalar no Tocantins.

O próprio Jornal “O Coletivo”, é uma das vítimas da má administração da Secom. Está há mais de dois anos, sem receber pela veiculação de material publicitário do Governo do Estado, e excluído da veiculação de mídia publicitária do atual governo.

Enquanto isso, um jornal, considerado no meio jornalístico como “Chapa Branca”, O Estado, em duas edições recentes, uma de final de março e outra do início de abril, editou dois cadernos especiais, um deles promovendo a figura da primeira-dama Dulce Miranda, e o setor da Saúde, que segundo fontes que não quiseram se identificar, os valores comerciais, podem facilmente, chegarem próximos a R$ 200 mil reais.

Outros jornais, ou ficam excluídos das mídias governamentais ou têm que implorar por elas e ainda assim, quando autorizados, os valores são irrisórios. Isso não se parece com os métodos dignos de um ditador?

Pois bem, queremos uma política de distribuição de publicidade mais justa e transparente por parte da Secom, onde todos os veículos tenham tratamento igual, sem discriminação. A maioria dos considerados pequenos meios de comunicação já estão fora de circulação. Estes veículos, que sobreviviam através de verbas publicitárias do Governo do Estado, foram banidos do convívio público pela política adotada pela Secom.

“Não merecemos isso, disse o diretor do “O Coletivo”“. José Valdemir Miranda. Segundo ele, o jornal, mesmo sofrendo constantes negações da Secom em relação a Mídias do Governo, vem resistindo e existindo bravamente à política de Sebastião Vieira de Melo com o objetivo de acabar com os jornais considerados “pequenos”.

Resistindo como a mídia perseguida nos tempos da ditadura militar e como dizia Chico Buarque de Holanda: “Apesar de você”. E apesar da Secom se negar a veicular suas mídias, o jornal não só se manteve, como também lançou um site com o mesmo nome e que vem ganhando crescente e constantemente, a credibilidade pública.

Para o bem da comunidade tocantinense, é preciso que o Governo Marcelo Miranda se reveja e respeite a democracia e que a prática imoral que se instalou na Secretaria da Comunicação do Estado, seja finalmente abolida.

A subsecretária de Comunicação Suzana Barros já saiu da secretaria por divergências com estas práticas. Na terça-feira, 31, o Superintendente de Marketing, Diogo Muraro e o diretor Financeiro José Moreno foram exonerados dos cargos sem maiores esclarecimentos sobre suas exonerações, deixando mais dúvidas no ar. É preciso desonerar o povo do Tocantins de políticas espúrias travestidas de democráticas com roupas ditatoriais sob a falsa túnica da democracia.

Por José Valdemir Miranda/Chumbinho(www.ocoletivo.com.br)

Comentários by Kiko:

Um governo que tem o velho Brito Miranda como mandante, cujas práticas políticas são reconhecidamente ditatoriais, não poderia dar em outra coisa. Muito se fala do ex-governador Siqueira Campos e de seu modo pouco republicano de governar. Em contraposição os marcelistas falam que este governo é democrático, humano e moderno. Porém o que se constata é que este governo é sim perseguidor e a máscara está começando a cair. Persegue politicamente os prefeitos de oposição e faz o mesmo com os pequenos veículos de comunicação independentes.

O governo estadual, através do secretário Vieira de Melo, quer calar a imprensa inflando o caixa dos jonais governistas e deixando os outros sem nenhuma publicidade. Isso é ser democrático, humano e moderno?

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