Povoado reúne fiéis de todo
o estado em mais de dez dias de devoção.
Do G1 TO
Os motivos que levam
milhares de pessoas ao povoado do Bonfim, para os Festejos do Senhor do Bonfim,
em Natividade, são muitos, no entanto, todos são movidos por um único
sentimento: a fé.
Antônio Braga, 73 anos, de
Patos de Minas-MG, vive há dez anos em Natividade. No município, ele segue a
tradição e devoção ao Senhor do Bonfim. E esse ano, os 22 km que separam
Natividade ao povoado foram feitos a cavalo. “Desde que cheguei participo
porque tenho fé.” Antônio foi acompanhado do lavrador Lindomar Fernandes, de 29
anos, e do sobrinho de Lindomar, Miguel Pereira da Silva Neto, de 13 anos, que
aprendeu em casa a devoção ao santo. “Minha avó sempre vem e essa é a minha
terceira vez.”
A autônoma Alcione Ferreira
da Silva, 31 anos, ficou três meses sem andar, por causa de um acidente. Fez
uma promessa e, este ano, saiu de caminhão do município de Santa Tereza do
Tocantins até Natividade e de lá, seguiu a pé até o povoado do Bonfim com a
amiga Eliane Pinto Fonseca. “Vale a pena, o que manda é a fé”, diz. E a amiga
complementa: “tenho muita fé no Senhor do Bonfim.”
As bolhas nos pés já
incomodavam, mas os advogados Renato Duarte, 32 anos, e Roger Ottaño, 32 anos,
continuaram a caminhada de 22 km ao povoado do Bonfim. Renato foi pedir pela
saúde do pai, já Roger foi agradecer pela gravidez da esposa. “É muito bom, um
momento de paz, mas é cansativo. Somos colegas no escritório e também na fé”,
disse Roger.
A cozinheira Madalena Alves,
41 anos, acompanhou, pela primeira vez, um grupo de mais de 40 pessoas que
saíram de Gurupi, a pé, em direção ao povoado. Para o festejo, toda uma
estrutura foi montada para garantir a segurança dos romeiros.
E ao chegar ao povoado,
romeiros dividiam espaços e pediam bênçãos ao Senhor do Bonfim. Objetos foram
bentos e ofertas em dinheiro foram feitas ao santo pelos romeiros. “É um
chamado de Deus pela fé, pela cura espiritual. Aqui percebemos que quem tem
Deus, tem tudo”, ressaltou o diarista Altino Ribeiro, de 45 anos, da cidade de
Dianópolis.
E tem romeiros que mantêm
casa no povoado só para receber as pessoas na época dos festejos, como é o caso
de Donatilia Ferreira Costa, de 70 anos, mais conhecida como Doninha, e Ivan
Costa, seu marido. "Sentado aqui da porta, a gente enxerga todo o povo",
diz Doninha que, só pede uma coisa: "saúde para estar aqui no ano que
vem."
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