sábado, 17 de agosto de 2013

Tradição e devoção no maior festejo religioso e cultural do Tocantins

Povoado reúne fiéis de todo o estado em mais de dez dias de devoção.

Do G1 TO

Os motivos que levam milhares de pessoas ao povoado do Bonfim, para os Festejos do Senhor do Bonfim, em Natividade, são muitos, no entanto, todos são movidos por um único sentimento: a fé.

Antônio Braga, 73 anos, de Patos de Minas-MG, vive há dez anos em Natividade. No município, ele segue a tradição e devoção ao Senhor do Bonfim. E esse ano, os 22 km que separam Natividade ao povoado foram feitos a cavalo. “Desde que cheguei participo porque tenho fé.” Antônio foi acompanhado do lavrador Lindomar Fernandes, de 29 anos, e do sobrinho de Lindomar, Miguel Pereira da Silva Neto, de 13 anos, que aprendeu em casa a devoção ao santo. “Minha avó sempre vem e essa é a minha terceira vez.”

A autônoma Alcione Ferreira da Silva, 31 anos, ficou três meses sem andar, por causa de um acidente. Fez uma promessa e, este ano, saiu de caminhão do município de Santa Tereza do Tocantins até Natividade e de lá, seguiu a pé até o povoado do Bonfim com a amiga Eliane Pinto Fonseca. “Vale a pena, o que manda é a fé”, diz. E a amiga complementa: “tenho muita fé no Senhor do Bonfim.”

As bolhas nos pés já incomodavam, mas os advogados Renato Duarte, 32 anos, e Roger Ottaño, 32 anos, continuaram a caminhada de 22 km ao povoado do Bonfim. Renato foi pedir pela saúde do pai, já Roger foi agradecer pela gravidez da esposa. “É muito bom, um momento de paz, mas é cansativo. Somos colegas no escritório e também na fé”, disse Roger.

A cozinheira Madalena Alves, 41 anos, acompanhou, pela primeira vez, um grupo de mais de 40 pessoas que saíram de Gurupi, a pé, em direção ao povoado. Para o festejo, toda uma estrutura foi montada para garantir a segurança dos romeiros.

E ao chegar ao povoado, romeiros dividiam espaços e pediam bênçãos ao Senhor do Bonfim. Objetos foram bentos e ofertas em dinheiro foram feitas ao santo pelos romeiros. “É um chamado de Deus pela fé, pela cura espiritual. Aqui percebemos que quem tem Deus, tem tudo”, ressaltou o diarista Altino Ribeiro, de 45 anos, da cidade de Dianópolis.


E tem romeiros que mantêm casa no povoado só para receber as pessoas na época dos festejos, como é o caso de Donatilia Ferreira Costa, de 70 anos, mais conhecida como Doninha, e Ivan Costa, seu marido. "Sentado aqui da porta, a gente enxerga todo o povo", diz Doninha que, só pede uma coisa: "saúde para estar aqui no ano que vem."

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