A estreia da seleção brasileira na Copa de 2014, contra a Croácia, numa
Arena Corinthians com mais de 62 mil pessoas, provou que para ganhar o
hexacampeonato em casa o Brasil terá que apostar quase todas as suas fichas em
Neymar.
Em uma atuação típica de muito nervosismo de um jogo de abertura de
Copa, além de erros de marcação, passes e atuações ruins de alguns jogadores, o
Brasil contou com dois gols de seu astro para virar um jogo que começou
perdendo.
E terá quer ver o mundo discutindo a arbitragem do japonês Yuichi
Nishimura, que anulou um gol croata e marcou um pênalti duvidoso, que
sacramentou a vitória brasileira, por 3 a 1, que colocou o time na liderança do
Grupo A.
Antes da bola rolar, a mesma emoção da Copa das Confederações do ano
passado. A Fifa insiste em tocar uma versão reduzida do hino nacional. E a
Arena Corinthians lotada cantou à capela a parte restante. Quem anunciou o ínicio do torneio foram
pombas brancas soltas por três crianças.
E a estratégia também parecia a usada no torneio preparatório para a
Copa, que o Brasil ganhou com cinco vitórias em cinco jogos; pressionar logo no
princípio do jogo para abrir o placar logo e garantir uma partida tranquila.
Missão nada fácil contra uma equipe com um meio-campo habilidoso, com
destaques para Modric, do Real Madrid, e Rakitic, que vai jogar agora no
Barcelona.
Tanto que a primeira chance real de gol foi croata. Aos 7min, depois de
cruzamento da direita, Olic, que durante a semana disse que a defesa brasileira
dava espaços, subiu de cabeça quase livre. A bola passou perto da trave de
Júlio César.
Pior aconteceu quatro minutos depois, quando Olic avançou livre pelo
lado direito da defesa brasileira. Ele cruzou rasteiro, Jelavic furou, mas
Marcelo se atrapalhou e marcou, contra, o primeiro gol da Copa do Mundo.
O time de Felipão era nervosismo puro.
Fred pouco tocava na bola. Neymar tentava muito, mas não conseguir
construir. Restava então apelar para quem vinha de trás, como Paulinho, que aos
21min avançou até a área para chutar cruzado e exigir difícil defesa de
Pletikosa. O lance incendiou o estádio de Itaquera e o time. No minuto
seguinte, Neymar iniciou jogada que acabou em belo chute de fora da área de
Oscar, só que o goleiro salvou os croatas de novo.
Mas o empate demorava e o nervosismo aumentava. Aos 26min, Neymar soltou
o braço em Modric, e recebeu o primeiro cartão amarelo da Copa. Só que o craque
brasileiro colocou os nervos no lugar e resolveu jogar bola.
Aos 29min, ele dominou na intermediária, passou por um rival, foi até a
entrada da área e chutou rasteiro, de perna esquerda, no canto do goleiro
croata e empatou o jogo.
A impressão inicial era que o gol brasileiro iria desmontar os
visitantes. Mas a Croácia continuou tranquila, e segurou o empate até o fim do
primeiro tempo, que acabou com aplausos para Neymar e companhia.
A etapa terminou com 65% de posse de bola do Brasil, que desta vez não
abusou das faltas. Muito pelo contrário, só uma infração em 45 minutos de jogo,
contra oito da equipe europeia, segundo dados da Fifa.
Na volta para o segundo tempo, ainda no intervalo, o juiz japonês Yuichi
Nishimura passou mais de um minuto conversando com os croatas até ser chamado
por homens da Fifa. E Felipão não fez alterações.
O jogo recomeçou mais amarrado, e com os croatas reclamando de encontrão
de Daniel Alves em Olic, que não foi considerado falta pelo juiz japonês, o
mesmo que apitou a eliminação brasileira na Copa de 2010, contra a Holanda, na
África do Sul.
Aos 18min, Felião tirou o ex-corintiano Paulinho e promoveu a
entrada de Hernanes.
No Brasil, só Neymar tentava algo, como aos 20 min, quando foi derrubado
na entrada área e Corluka recebeu o primeiro amarelo dos croatas no jogo. Falta
batida, pelo alto, por Daniel Alves, outro que sofria na marcação e pouco
aparecia no ataque.
Restava então apelar para outra arma que deu certo na Copa das
Confederações: a entrada de Bernard para tentar incendiar o jogo. Ele entrou
aos 23min, na vaga de Hulk, outro com atuação bastante apagada.
Bastaram segundos para o Brasil virar o jogo. E em um lance para lá de
polêmico. Em bola alçada para a área, o croata Lovren só encostou em Fred, que
desabou. Pênalti segundo o juiz, que Neymar bateu aos 26min. O goleiro chegou
até tocar na bola, mas não a ponto de evitar o segundo gol do time brasileiro.
Os croatas ainda reclamaram de um gol anulado, com o juiz indicando
falta de Olic em Júlio César. E ainda pressionaram até o fim, mas foi a fez do
goleiro brasileiro aparecer. Antes do apito final, tempo para Neymer deixar o
campo para dar lugar a Ramires e ser ovacionado.
E, nos acréscimos, Oscar retribuiu a confiança de Felipão nele. Em
contraataque, ele chutou rasteiro para fechar o placar: 3 a 1.
A seleção viaja ainda nesta quinta-feira para Teresópolis, sua base de
treinamentos durante a Copa. No domingo, vai para Fortaleza, onde enfrenta o
México na terça-feira. Um dia depois, a Croácia pega Camarões, fechando a
segunda rodada do Grupo A.
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