Empreiteira ficará responsável pela assistência técnica no local e manter em funcionamento todo sistema de irrigação
A empresa Fahma Planejamento e Engenharia Agrícola, de Minas Gerais, assume, a partir desta segunda-feira, 3, a gestão e manutenção do projeto Manuel Alves, localizado em Dianópolis, no sudeste do Estado. O problema dos produtores foram mostrados pelo CT no início do mês passado.
Segundo o diretor-geral de Irrigação da Seagro, Diego Cavalcante, a Fahma ficará responsável pela assistência técnica aos produtores rurais instalados na área de abrangência do projeto, bem como em manter em funcionamento o sistema de irrigação.
A denúncia do suposto descaso no projeto partiu a partir da crítica do presidente da Associação dos Produtores Irrigantes do Manuel Alves, Miguel Vicente Rosa Júnior. À época ele teria afirmado que há aproximadamente três meses “nenhuma” empresa administra o projeto. Segundo ele, após término do contrato com CMT Engenharia, o Manuel Alves “ficou abandonado”.
O CT ainda teve acesso a um vídeo cedido pelo site Sudeste Hoje, do jornalista Carlos Furtado, que mostra a situação dos produtores. No final do mês passado, eles tiveram parte de sua produção consumida pelo fogo, ficaram sem luz, água e qualquer assistência do governo do Estado. “Teve gente que perdeu tudo”, contou Miguel.
A justificativa dada pela Seagro, através do secretário-executivo, Ruiter Pádua foi que os lotes que pegaram fogo “são de responsabilidade dos próprios proprietários”.
O assunto repercutiu em Brasília. Em entrevista exclusiva ao CT, o secretário nacional de Irrigação, do Ministério da Integração, Ramon Rodrigues, esclareceu que o governo federal é financiador e o governo estadual é executor do projeto Manuel Alves. “Temos o convênio. Tudo o que está dentro do projeto é de responsabilidade do governo estadual sim”, garantiu o secretário.
Ramon Rodrigues pediu aos produtores que, caso o Estado não esteja dando apoio dentro do projeto, “que façam uma denúncia formal para apuração do Ministério”. O secretário afirmou veementemente: “Podemos pressionar o governo a tomar providências. Apesar de ele [governo estadual] ser o responsável por operar o projeto, a gente tem a responsabilidade de acompanhar. Se passarem uma denúncia formal, vamos apurar.”
O produtor também tem o dever de cuidar do que foi entregue pelo governo estadual. Ao receber o lote todo estruturado, é responsabilidade tomar conta do seu equipamento, segundo Ramon. “Se isso não acontecer, ele tem que arrumar crédito para cuidar do seu lote. Se deixar acabar, roubar, não é responsabilidade do Estado”, esclareceu. “Não podemos estar mantendo áreas externas do projeto. Se você tem uma tubulação, que serve a mais de um produtor, caso dê algum problema, às vezes podemos até ajudar, mas não é uma responsabilidade do executor”, exemplificou o secretário.
Apesar do governo do Estado estar pagando as contas de água e energia do projeto, conforme o coordenador de Irrigação do Projeto Manuel Alves, vereador Ítalo Marcel (PR), disse ao CT, “também é por conta do produtor”, garantiu Ramon. “Quando o projeto é novo, alguns estados ajudam no pagamento até que os produtores se mantenham”, lembrou.
Ítalo chegou a declarar ao CT que, dos 31 lotes que foram montados em 2011, somente 11 estão produzindo. Ele disse que as áreas que não estão sendo ocupadas serão retomadas pela Procuradoria Geral e colocadas novamente em licitação.
Fonte: Portal CT
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