quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Raul diz que cobrará mais compromisso de auxiliares



"Um secretário para fazer parte do meu governo, seja ele em qual for a esfera ou nível, secretário, gerente, ele vai ter que ser nomeado por mim, olhando nos meus olhos e firmando um compromisso "
Segundo entrevistado do projeto Sabatinas do Jornal do Tocantins com os candidatos a prefeitura de Palmas, o prefeito licenciado Raul Filho (PT) disse que, num eventual segundo mandato, as alianças formadas para a sua campanha à reeleição não serão consideradas na montagem de sua equipe de governo.

Com isso quer evitar erros administrativos. “Tivemos pastas que descuidaram da questão humanitária, a questão do respeito ao próximo, da acessibilidade, infelizmente eu não consegui ter isso como um conjunto, como marca forte do nosso governo”, revelou, sem querer citar nomes da atual gestão. Raul apresentou suas propostas citou a criação de um cartão para controle do usuário de saúde, a implantação de uma universidade municipal e a ampliação do sistema de transporte coletivo (confirma detalhes das propostas na página 3B).

O petista disse que cobrará, num eventual segundo mandato, compromisso do auxiliar para uma gestão “eficiente” e de relação “perfeita” com a sociedade. “Um secretário para fazer parte do meu governo, seja ele em qual for a esfera ou nível, secretário, gerente, ele vai ter que ser nomeado por mim, olhando nos meus olhos e firmando um compromisso de que, qualquer deslize que ele cometer sobretudo em atendimento ao público ele é sumariamente demitido sem comunicação”.

Disputando a prefeitura pela quarta vez, não deu garantias de que cumprirá o mandato nem que sua reeleição seja um trampolim para uma candidatura em 2010. “Vai que em 2010 nosso nome esteja na ótica da população tocantinense como sendo capaz de fazer o enfrentamento para corrigirmos rumos desse Estado, que até hoje só tem realizado obras com recursos do governo federal”, cogitou para emendar: “Não tenho essas pretensões, mas não posso negar que se lá na frente nosso nome for essa opção, podemos pensar no projeto”.

Em relação às pesquisas em que aparecia em segundo passou para a primeira posição, Raul evitou falar em vitória, e lembrou eleições anteriores quando os números eram favoráveis até o dia das eleições mas o resultado foi negativo. E creditou a mudança nos números à própria campanha e, em menor grau, à presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros em seu programa de TV no horário eleitoral gratuito. “A reação se deu no momento em que tivemos a oportunidade de comunicar os nossos feitos”.

Diante da possibilidade de uma eventual derrota, o candidato disse que deixaria o Paço Municipal com condições fiscais regularizadas. “Qualquer um que venha nos suceder, ele estará sentando em uma cadeira e começando a trabalhar diferente do que aconteceu comigo”, disse, ao citar que as dívidas deixadas pela gestão anterior somariam R$ 99 milhões. Destes, segundo ele, R$ 84 milhões foram protocolados no Tribunal de Contas e mais R$ 15 milhões de dívidas do Previpalmas.

O petista afirmou que não foi notificado sobre focos de dengue em sua casa e disse que as imagens sobre as condições de sua piscina, em maio deste ano não dizem nada. “Não trabalho em cima de imagens, eu quero saber se houve essa constatação, a secretaria tem que ter um relatório disso”.“Se existir foco de dengue lá, eu me incluo entre eles”, numa referência ao que disse em entrevista à TV Anhanguera que 90% dos casos de dengue são culpa da população.

Sobre as investigações da Polícia Federal sobre supostos desvios de verbas do PAC, que atingiu a prefeitura de Palmas, avaliou que são empresas denunciando outras devido a problemas em licitações. “Está num processo de investigação e nos cabe esperar o inquérito final e o julgamento da Justiça”, acrescentou. Raul disse esperar “eficiência” da Polícia no caso e reclamou que em investigações desse porte o problema é a demora e exemplificou com a operação Diamante. “Houve uma devassa na casa do pai do governador, levaram computador, tudo quanto era documento, nas secretarias do Estado, passaram-se cinco anos, ninguém mais fala sobre o assunto”, comparou. Sobre o caso da esteira avaliada em R$ 9 mil que teria recebido para favorecer um consórcio em licitação, disse que caberia à polícia as informações. “É quem tem as gravações”.

E aproveitou para acusar sua adversária de também estar sendo investigada. “A pessoa que mais fala de honestidade tem quatro processos na prefeitura por improbidade administrativa, a senhora Nilmar, e eu nunca usei isso em nenhum lugar”. “Ela foi determinada a devolver R$ 1 milhão e 33 mil reais aos cofres públicos por desvio de recursos”.

Perfil:

Raul de Jesus Lustosa Filho é piauiense de Gilbués, onde nasceu no dia 6 de novembro de 1959, mas sua família migra para Araguaçu, Sul do Tocantins, quando estava com cinco meses. Aos 22 anos, elege-se prefeito da cidade. No ano de criação do Tocantins, 1988, elege-se deputado constituinte chegando a primeiro vice-presidente. Dois anos depois, é reeleito e em 1994 obtém novo mandado, dentro do qual disputa, sem sucesso, a prefeitura de Palmas em 1996 pelo PSDB. Nas eleições de 2000 se candidata novamente mas perde a eleição por uma diferença de 1,5% dos votos, já no PPS. Três anos depois, troca o partido pelo PT para disputar, pela terceira vez a Prefeitura obtendo vitória nas eleições de 2004 com 57.244 votos (64,46% dos votos válidos). É casado com a deputada estadual Solange Duailibe e pai de quatro filhos.


Fonte: Jornal do Tocantins de 24/09/2008

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