"Essa vitória ocorreu
em meio a uma campanha terrível, muitas vezes de caráter fundamentalista,
preconceituosa e injusta contra o PT e a imagem de Lula"
O veredito das urnas nas
eleições municipais encheu de orgulho a todos os simpatizantes, militantes e
dirigentes do Partido dos Trabalhadores. Nosso desafio agora é continuar a
corresponder à confiança depositada no primeiro turno pelos 17,2 milhões de
eleitores, número recorde em nossa história. Governaremos 635 municípios, com
27,6 milhões de eleitores, abrangendo 20% do eleitorado nacional.
Se considerarmos os vices,
aliados a outros partidos, estaremos representados nos executivos de mais de
mil cidades. Mantivemos a força nos grandes centros e aumentamos a
capilaridade, com mais prefeitos nos pequenos e médios municípios.
Também ampliamos em 25% o
nosso número de vereadores, saltando de 4.164 em 2008 para 5.191 em 2012. Foi a
maior votação de legenda do país, com quase 1,5 milhão de votos no 13. Nossa
base aliada também cresceu. Na realidade, nós e os partidos que apoiam o
projeto dos governos Lula e Dilma vencemos em quase 80% dos municípios do país.
Em muitas cidades, vencemos
com nomes e ideias novas. Renovamos. Criamos novas lideranças que certamente
irão fazer história. Estarão ao lado de outros petistas, como Lula e Dilma, que
já têm os nomes gravados entre os maiores transformadores da história do país.
Pela manifestação dos
eleitores, avaliamos, com segurança, que está ocorrendo no Brasil uma
consolidação do nosso projeto nacional, iniciado com o governo Lula em 2003 e
com avanços do governo Dilma nos últimos dois anos. A aprovação do nosso
projeto que se refletiu nas urnas de 2012. Isso faz crescer ainda mais nossa
responsabilidade.
Essa vitória ocorreu em meio
a uma campanha terrível, muitas vezes de caráter fundamentalista,
preconceituosa e injusta contra o PT e a imagem de Lula. Tentaram criminalizar
nosso partido ao longo de todo o julgamento da ação penal 470.
A força de um partido que
vem transformando o Brasil, mesmo diante da crise mundial e de toda a campanha
contrária, será mostrada pela nossa serenidade e principalmente pelo
compromisso que temos com a democracia. Nos últimos dias, ressurgiram os
rumores de que PT pretende retaliar os ataques infundados que sofreu propondo
censura à mídia. Nada mais mentiroso.
Não. O PT apenas quer
debater na sociedade e no Congresso a necessária regulação da mídia, com o fito
de alargar a liberdade de expressão e fortalecer a democracia.
Igualmente importante é a
campanha pela reforma política -priorizando o financiamento público das
campanhas-, na mesma linha do relatório elaborado pelo deputado Henrique
Fontana (PT-RS), que está na Câmara esperando votação.
O PT continuará defendendo a
ética e a democracia, a despeito daqueles que discordam desses valores. Não
seremos vingativos com a oposição, mesmo quando chegar o seu tempo de ser
julgada por seus “mensalões”. Agiremos, sim, com o coração e a cabeça, cada dia
mais empenhados em responder à confiança popular, promovendo inclusão social,
distribuição de renda e o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Nosso partido fará agora uma
profunda avaliação sobre as injustiças de que tem sido alvo, em reunião do
nosso diretório nacional ainda neste ano. Mas já entrará em 2013 empenhado numa
reflexão, junto à sociedade, acerca da conformação das reformas estruturais que
o Brasil necessita e das nossas gestões.
Nosso empenho será de
corresponder à confiança desse recorde de eleitores e pela consolidação do
nosso projeto nacional. As próximas eleições hão de ser consequência.
Rui
Falcão é presidente nacional do PT e deputado estadual em São Paulo
(Artigo
publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo, edição do dia 02/11/2012)
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