terça-feira, 13 de novembro de 2012

Prefeitos protestam contra redução de R$ 20 bi em verbas federais


Centenas de prefeitos devem participar de um protesto, nesta terça-feira (13), em Brasília, contra a redução nos repasses aos municípios e o “calote” do governo federal no pagamento de convênios. Segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), a dívida federal e a frustração de receita das prefeituras já ultrapassa os R$ 20 bilhões.

Do Tocantins o presidente da Associação Tocantinense de Municípios, prefeito de Tocantínia Manoel Silvino Gomes Neto (PR) acompanha a movimentação junto com outros filiados da entidade.

A dívida da União, informa a CNM, causaria "ingovernabilidade" a pelo menos 3.000 municípios. Por conta do problema, prefeitos de todo o país vão a Brasília para pressionar o governo federal a lançar um fundo de compensação , assim como foi feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008.

Segundo os prefeitos, caso essa compensação não seja feita, muitas prefeituras ameaçam entregar as contas no vermelho ao próximo gestor. Muitos municípios já fecharam as portas em protesto e demitiram servidores para conter gastos públicos.

No último dia 10 de outubro, os prefeitos já haviam ido a Brasília e entregado um ofício à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Às 9h desta terça-feira, os prefeitos terão encontro no Senado, onde vão cobrar “o que o governo fará para auxiliar os prefeitos no fechamento das contas antes da entrega do mandato.”

Prejuízos

Para chegar ao cálculo do prejuízo, a CNM preparou um estudo onde aponta queda de receita causada por conta redução de arrecadação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

“Essa política teve um custo de R$ 1,458 bilhão para os cofres municipais em diminuição de repasses do FPM [Fundo de Participação dos Municípios] e de R$ 155 milhões de redução do IPI-exportação distribuído aos municípios. O Executivo Federal também reduziu a CIDE-combustíveis, gerando uma perda de arrecadação para as prefeituras de R$ 595 milhões”, afirma a CNM.

Além das perdas de arrecadação, a CNM denuncia que os municípios enfrentam um “calote” em relação aos convênios firmados com a União.

“Acumulam-se hoje no Orçamento da União sem pagamento, nada menos que R$ 18,2 bilhões de restos a pagar devidos a Municípios. Como pesquisa da CNM apontou, em 45,2% dos casos são ações já iniciadas pelas prefeituras. Ou seja, são empenhos realizados pelos Prefeitos já em execução que não podem ser cancelados."

“A queda nos valores do FPM, observada nos últimos meses, é apenas um dos vários problemas que está colocando os municípios brasileiros em estado de ingovernabilidade”, afirmou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, que cita, além da desoneração do IPI, o impacto causado pelos aumentos do piso dos professores e do salário mínimo –todos acima da inflação-- são responsáveis pela crise dos municípios. (Com informações da CNM)

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