terça-feira, 17 de março de 2009

PT Tocantins terá candidato a governador em 2010 e decide ser oposição ao governo Marcelo Miranda


De acordo com o presidente do PT estadual, Donizeti Nogueira, o partido tem história no Tocantins e ao longo desses anos, vem demonstrando o seu compromisso em promover um desenvolvimento sustentável, social e econômico em seu modo de governar. “O PT terá candidatura própria em 2010, por isso, precisamos apresentar a sociedade tocantinense, um novo modelo de gestão, onde o ser humano de fato possa estar em primeiro lugar”, afirmou, Donizeti.

A afirmação foi feita no encontro dos petistas, que aconteceu na capital, nos dias 13 e 14 de março, sexta-feira e sábado, na câmara municipal de palmas. Foram dois dias de intenso debate, que contou com a presença de dirigentes de todo o Estado, entre eles, vereadores (as), prefeitos, vice-prefeitos, deputados (a) e membros do Diretório Regional. Também esteve com os petistas tocantinenses, a ex-vereadora de Goiânia, Marina Santana e o membro do Diretório Nacional, Vilmar Lacerda.

Os petistas aprovaram oposição ao governo Marcelo Miranda (PMDB), pela ausência no Estado de um projeto de desenvolvimento estratégico, que combine desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e social. Entretanto, a oposição não significa um rompimento da relação com o PMDB, partido com qual o PT sempre manteve uma boa relação e que, segundo os petistas, é histórica, “nossa oposição se dará no campo programático, ao modelo de gestão executado por aqueles que se dizem peemdebistas, mais que preferem se aliar, com o que há de mais atrasado na política brasileira. Quanto ao PMDB, queremos continuar a aliança histórica que sempre mantivemos”, afirma Nogueira, acrescentando, que o partido deve manter também o diálogo preferencialmente com o PDT, PCdoB, PSB, PPS, PR, PP e PRB.

Para orientar a base partidária, os membros do Diretório delegaram a executiva estadual a elaboração e a publicação de um documento público a todos os seus filiados. A executiva também apresentará nos próximos dias uma metodologia e uma agenda de trabalho, que dará início a elaboração de um projeto de desenvolvimento para o Estado, “O Tocantins 2030.“ Entre os princípios que norteará a construção do projeto está a participação popular, a cidadania, o desenvolvimento social e econômico e a qualidade de Vida.

Esta decisão decorre da leitura de conjuntura estadual, apresentada pelo membro do Diretório Regional, José Cardoso, que analisou os 20 anos de criação do Estado do Tocantins. Para ele, houve com passar do tempo, um crescimento econômico, principalmente após a eleição do presidente Lula, mais esse desenvolvimento não melhorou os indicativos sociais.

Segundo Donizeti, ao passo que se percebe, que houve um crescimento econômico com investimentos na pavimentação asfáltica, com aumento na produção agrícola, bovina e de energia, percebe-se também, que a população é carente de políticas sociais. “O Tocantins possui um número elevado de analfabetos, um alto de índice de mortalidade infantil; Os serviços de esgoto sanitário, de saúde e assistência social são deficientes; Apresentamos um número elevado de gravidez na adolescência, além, de ter um ensino educacional mau avaliado”, afirmou Nogueira, acrescentando que isso acontece porque os grandes investimentos feitos foram e são feitos com recursos federais ou empréstimos estrangeiros e sempre visando infra-estrutura o que provocou um crescimento econômico, mais não trouxe distribuição de renda.

A análise da conjuntura nacional foi feita pelo membro do Diretório Nacional, Wilmar Larceda, com destaques para a crise econômica internacional; as condições criadas pelo governo Lula para enfrentar seus efeitos no Brasil e de como essa nova realidade influenciará o debate em torno da sucessão presidencial em 2010.

1º Encontro de Vereadores e Vereadoras do PT

Na sexta-feira, 13 de março, aconteceu o 1º Encontro de Vereadores e Vereadoras do PT, que teve como pauta o modo petista de legislar. Marina Santana, ex-vereadora em Goiânia, ressaltou o caráter popular do mandato do vereador petista. Para ela o vereador do PT precisa cumprir com suas funções constitucionais e exercitar a democracia participativa.

Fonte: Assessoria de Imprensa PT

Segue logo abaixo mais notícias veiculadas na imprensa sobre o novo posicionamento político do PT/TO:

1 - PT do Tocantins decide: a partir de agora é oposição ao governo Marcelo Miranda

O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu no início da tarde do último sábado, 14, que passa a adotar, a partir de agora, uma postura de oposição ao governo Marcelo Miranda (PMDB). O membro do diretório estadual e assessor parlamentar da Prefeitura de Palmas Rilton Faria explicou que o principal motivo é a diferença de projeto de desenvolvimento para o Estado executado pelo governo do Tocantins e aquele defendido pelo PT. "O PT defende um projeto de desenvolvimento do Estado que foque a saúde e a educação como prioriedade e não somente a infraestrutura, como o governo do Tocantins faz", afirmou Rilton. Até agora o PT vinha tendo uma postura de independência em relação ao Executivo estadual, mas de alinhamento total na Assembleia Legislativa por iniciativa de seus representantes na Casa.

Segundo ele, a decisão do PT estadual será transformada agora numa resolução do partido, que vai ser encaminhada para os diretórios municipais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, deputados estaduais e demais lideranças da sigla. "Todo filiado do PT agora terá que cumprir essa resolução", disse o também ex-vereador de Palmas Rilton Faria.

Um ponto problemático para o cumprimento dessa resolução estará justamente na representação do PT no Poder responsável pela fiscalização do governo, isto é, na Assembleia Legislativa. Os dois parlamentares petistas - Manoel Queiroz e Solange Duailibe - vem acompanhando o governo nas votações e, por várias vezes, se autodenominaram "marcelistas" da tribuna da Casa.

Desde que o governador Marcelo Miranda decidiu apoiar a deputada federal Nilmar Ruiz (DEM) para prefeita de Palmas em 2008, Solange deixou de ser enfática em seu posicionamento pró-governo. Segundo Rilton, na reunião do diretório deste sábado, a deputada estadual, primeira-dama de Palmas e presidente metropolitana do PT defendeu que o partido deveria se colocar na oposição ao governo do Tocantins.

Seu marido, o prefeito da Capital, Raul Filho, também de acordo com Rilton, foi mais cauteloso. Ele defendeu que o PT não precisaria chegar ao ponto de partir para a oposição, mas, sim, adotar um tom mais crítico em relação ao Executivo do Estado. De toda forma, Raul afirmou, de acordo com Rilton, que acataria qualquer que fosse a decisão da legenda.

Já o deputado estadual Manoel Queiroz discursou em favor do governo do Estado. Ele tem apoiado fortemente o governador Marcelo Miranda. Queiroz é o mais neopetista dos neopetistas - grupo que inclui o prefeito Raul Filho, Solange, os vereadores Alberto Gordo, Ivory de Lira, entre outros. O deputado ingressou no PT, deixando o PPS, somente em setembro de 2005. Os demais citados ingressaram em 2003.

Sem alinhamento à UT:

Rilton explicou, porém, que o PT vai para a oposição ao governador Marcelo Miranda, mas não se alinhará à União do Tocantins. "Não há um alinhamento à UT, o que definimos hoje [sábado] foi tomar uma posição em relação ao governo do Estado, e decidimos ser oposição ao governo, não discutimos nada em relação à UT, não existe alinhamento nenhum", assegurou o membro do diretório.
O ex-vereador afirmou que o PT ficou esses últimos anos, desde o início do segundo mandato de Marcelo, em janeiro de 2007, aguardando ser chamado pelo governo para conversar. "E nunca fomos chamados, ao contrário, vimos discriminação contra as nossas prefeituras, com o governo do Estado montando governos paralelos contra nossos prefeitos", disse Rilton.

Ele também lembrou que nas eleições de 2008 o governo Marcelo Miranda foi o maior adversário do PT nos principais municípios do Estado, como Palmas, Araguaína, Colinas, Guaraí e Dianópolis.

2 - Donizeti diz que governo Marcelo Miranda não conseguiu romper com o autoritarismo

O presidente regional do Partido dos Trabalhadores (PT), Donizeti Nogueira, afirmou que o documento que oficializa a postura de oposição da legenda ao governo do Tocantins deve estar pronto até quinta-feira, 19, quando a executiva estadual se reúne. Aprovada a redação, o documento será distribuído à imprensa e à toda base do PT. Sobre a decisão deste sábado, 14, de ser oposição ao governo Marcelo Miranda (PMDB), Donizeti não usou de meias palavras: "Esse governo tem origem em outro governo conservador e autoritário e não conseguiu romper com isso", disse o presidente petista, numa referência também ao governo Siqueira Campos (PSDB).

Ele explicou que o Tocantins está completando 20 anos de sua criação e houve "um grande ganho" para o antigo norte goiano. "Mas nenhum dirigente, nenhum governante que passou pelo Estado promoveu o desenvolvimento econômico, com inclusão social, sustentabilidade ambiental, distribuição de renda e democratização das riquezas", avaliou Donizeti.

Segundo ele, o crescimento que o Estado experimentou nesses 20 anos "não promoveu a valorização do ser humano num grau elevado". "É só vermos os índices sociais, como mortalidade infantil, gravidez na adolescência e os indicadores da educação", exemplificou.

Práticas ruins:

Donizeti também afirmou que a atual administração estadual "tem práticas ruins". "Como os governos paralelos. Esse governo não aplica no Tocantins a prática republicana do presidente Lula, além disso, em 2008, optou pelas forças conservadoras e não acreditou nas forças progressistas do Estado", afirmou, numa referência, sem citar, ao fato de governador Marcelo Miranda ter apoiado o DEM na maioria das cidades do Estado em 2008, em grande parte delas, inclusive, contra o PT.

O presidente do partido disse que o PT vai fazer uma oposição sistemática ao modelo de governo imposto pelo Palácio Araguaia, isto é, segundo ele, "sem projeto". "Não é uma oposição por oposição", assegurou. "Um governo que tem cabides de emprego, com CADs e DASs em números inaceitáveis, que não tem política para um setor fundamental da economia, a agricultura familiar", criticou Donizeti, na melhor performance de já um integrande de oposição.

3 - PT quer ter candidato próprio a governador e apresentar o projeto "Tocantins 2030":

O PT pretende elaborar um projeto de desenvolvimento para os próximos 20 do Tocantins e também ter candidato próprio a governador do Estado em 2010. Essas foram outras duas decisões da reunião do diretório regional, que acontece desde essa sexta-feira, 13, em Palmas.

O presidente regional do partido, Donizeti Nogueira, disse que o projeto, que levará o nome de "Tocantins 2030", será elaborado a partir de uma série de seminários que a legenda pretende realizar por todo o Estado. Haverá um primeiro seminário em Palmas, com personalidades nacionais, para discussão da conjuntura do País. Depois, serão realizados 13 seminários macrorregionais.

"Queremos discutir os 20 anos que já se passaram, refletindo sobre o que fizemos, o que deixamos de fazer, o que deveria ter sido feito. Depois vamos refletir sobre os próximos 20 anos", explicou o Donizeti.

Sobre 2010:

O PT pretende ter candidato próprio em 2010. Nomes não estão sendo discutidos, disse o presidente do partido. De toda forma, a sigla pretende abrir diálogo com o PR e os partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também com o PMDB do governador Marcelo Miranda. "Declaramos oposição ao governo, mas o PMDB é nosso aliado histórico", explicou Donizeti.

Antes de falar em nomes, o presidente petista disse que o partido vai "construir ferramentas". Parte estratégica disso, explicou ele, será o projeto de desenvolvimento "Tocantins 2030".

Segundo Donizeti, na leitura da conjuntura, durante a reunião do diretório deste sábado, 14, a avaliação dos petistas foi de que o Tocantins, mais fortemente desde as eleições de 2008, experimenta um momento em que o poder no Estado está bastante equilibrado. "Não existe um poder hegemônico como no passado", afirmou o presidente do partido. Para ele, o momento é rico para o PT apresentar o projeto de desenvolvimento, cuja ausência nas administrações, disse ele, os petistas sempre denunciaram. "Por isso, o PT está pronto para ter candidato próprio a governador e tem autoridade para apresentar um projeto de desenvolvimento para os próximos 20 anos do Tocantins", garantiu.

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