sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Padre Gleibson pede para as pessoas mostrarem "revolta nas urnas”: “Lá, temos oportunidade de nos perguntar se candidatos que o governo apóia merecem nosso voto”

 
 
Padre Gleibson pede para as pessoas mostrarem "revolta nas urnas”: “Lá, temos oportunidade de nos perguntar se candidatos que o governo apóia merecem nosso voto”
Thaís Ramalho
Da Redação

O pároco de Dianópolis, Gleibson Moreira de Almeida, convocou, nesta semana, uma coletiva com imprensa local para falar sobre o voto “livre e consciente” nas eleições deste ano e opinar sobre a administração do governo do Estado. O motivo da coletiva foi, segundo o pároco, a “preocupação de ver outra realidade” na política. O pároco teceu duras críticas ao governador Siqueira Campos (PSDB). As declarações são mostradas em um vídeo do site Sudeste Hoje, cedido ao CT. [Assista ao vídeo logo abaixo desta matéria].

O pároco ainda afirmou que “não vê problema” em levar sua declaração a Siqueira Campos. Ele salientou o desejo em se encontrar com o governador para falar sobre sua “indignação acerca da administração” do Estado. “Cresci neste estado vendo a admiração e carinho das pessoas a esse homem [Siqueira], que, por sinal, era tido na campanha passada como ‘siqueirido’. O mesmo Siqueira Campos, que lutou pela criação desse Estado, parece não ter condições, no momento, de fazer uma administração acerca daquilo que precisamos”, declarou.

Em Dianópolis, Siqueira Campos apoia o candidato a prefeito Reges Melo (PSC) e o secretário de Relações Institucionais, Eduardo Siqueira Campos (PSDB), apoia a candidatura de Hercy Filho (PMDB). Para padre Gleibson, há preocupação no chamado “jogo político-partidário”: “Fico pensando que o apoio do governador hoje mais atrapalha que ajuda. Se tiver, em Dianópolis, um candidato pensando em fazer um governo semelhante ao do Estado, eu só lamento”, desabafou.

Ainda neste mês, o pároco esteve em Taguatinga, também no sudeste do Estado, onde celebrou uma missa. “As estradas estão uma vergonha. Queria que ele [Siqueira Campos] andasse de carro, porque de avião não dá para ver o que estamos vivendo”, declarou.

Não tomou posse
O pároco ainda acrescentou: “Algumas pessoas me falaram que o governador [Siqueira Campos] ‘ainda não tomou posse’”. Padre Gleibson pediu para que as pessoas que estivessem assistindo ao vídeo “mostrassem sua revolta nas urnas”: “Lá, temos a oportunidade de nos perguntar se esses candidatos que o governo está apoiando merecem o nosso voto”.

Padre Gleibson deixou claro que “não está” em uma “guerra religiosa”: “No mundo democrático, não cabe à Igreja assumir papel político-partidário”. “Se defendo o voto livre e consciente, acho que não pode ser apenas da minha parte. Tem que se estender a outras religiões. O papel da Igreja é orientar o eleitor”. O pároco ainda avisou: “Nenhuma atitude em querer calar a minha boca vai dar certo”.

Ele ainda criticou os objetivos políticos dos grupos que disputam o poder: “Estou vendo uma política de interesses, onde não se respeita o eleitor, não se apresenta proposta e não se preocupa com a vida da nossa gente”, afirmou.

“Farra das diárias”
Segundo o pároco, uma pessoa colocou, na cesta de oferta, dentro de um envelope do dízimo, uma carta anônima pedindo para que ele não fosse à audiência do dia 20 de setembro, referente à “farra das diárias” na Câmara de Vereadores da cidade. Para ele, o problema “não foi” o pedido, mas o motivo para que ele “não julgasse” os envolvidos e que não sentasse na primeira fila do local da audiência, porque “iria influenciar na decisão do juiz”.

No final da carta, o pároco contou que havia também o pedido para que ele não se envolvesse com política e que, como padre, ele já cuidava muito bem da Igreja. “A Igreja não se limita a quatro paredes (...) A Igreja diz respeito ao povo. Quis estar lá para ver de perto e vi manobras na audiência. Vi advogados entrarem com requerimentos para cancelarem a audiência”, contou.
 
Fonte: Portal CT

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