terça-feira, 30 de outubro de 2012

Simed e CRM-TO emitem nota sobre procedimento instaurado conjuntamente pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual e pelas Defensorias Públicas da União e Estadual para averiguar “ineficiência da gestão de todos os hospitais”



Confira a íntegra da nota:

Sobre o procedimento administrativo instaurado conjuntamente pelo Ministério Público Federal e Estadual e pela Defensoria Pública da União e Estadual para averiguar “ineficiência da gestão de todos os hospitais”, o qual deu origem às recomendações de ns° 26/2012 e 27/2012, o Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED-TO) e o Conselho Regional de Medicina no Estado do Tocantins (CRM-TO) se manifestam nos seguintes termos:

- Chama a atenção das entidades médicas no Tocantins que mesmo após a manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU), nos autos da representação 028.900/2011-1, expedindo os acórdãos de nºs 2.414/2012, Ata 35, e 2.686/2012, Ata 39, apontando diversas irregularidades na malfadada terceirização da Saúde, inclusive determinando Tomada de Contas em separado para restituir valores na ordem de R$ 823.337,00 pagos pelo Governo Estadual indevidamente à Pró-Saúde, os respectivos órgãos que subscrevem as recomendações voltem sua atuação para os servidores da Saúde, em especial sobre os médicos;

- As entidades médicas entendem que filmar e controlar mecanicamente o cumprimento da carga horária de trabalho do profissional médico, como propõe os órgãos em tela e no contexto exposto pelas recomendações, parecem mais medidas de intimidação do profissional do que efetivamente da fiscalização da eficiência da gestão pública, principalmente quanto à boa aplicação dos recursos orçamentários da Secretaria Estadual da Saúde, cujo percentual cresceu em relação ao ano anterior, conforme já detectou o TCU, para sanar as atuais irregularidades já detectadas;

- É significativo que itens usados pelos respectivos órgãos na justificativa para instaurar a investigação, embora estejam entre as principais mazelas do sistema de saúde estadual, não mereçam a mesma atenção que agora recai sobre os médicos, como o desabastecimento, a falta de equipamento, a falta da manutenção de equipamentos, a falta de controle de medicamentos e insumos entre outras falhas tantas vezes escancaradas pelos meios de comunicação;

- As entidades médicas defendem e apoiam investigações sobre todo o sistema de saúde, mas repudiam esta tentativa de transferir para o profissional médico a culpa pela incapacidade do Estado de cumprir seu dever constitucional de garantir o direito fundamental de acesso universal e igualitário à saúde, por meio de políticas públicas legais e adequadas, o que inclui a boa e honesta aplicação dos recursos públicos obrigatoriamente destinados à Saúde.

Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED-TO)

Conselho Regional de Medicina no Tocantins (CRM-TO)

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