Por Roberta Tum (Site
t1noticias)
Ainda choca quem acompanha o
noticiário, as imagens de mais um acidente na BR-153 ontem, quinta-feira, 24,
com vítimas fatais.
O motivo do acidente
apontado como determinante para que a tragédia não pudesse ser evitada, foi a
péssima condição daquele trecho da estrada, que começa a ser recuperado num
emergencial tapa-buracos, nesta sexta-feira, 25, quando as vítimas começam a ser
enterradas.
Nesta manhã, fui ao Palácio
acompanhar a reunião provocada pela Secretaria de Infra Estrutura com os
primeiros dez prefeitos de cidades que serão beneficiadas nesta etapa do PDRIS,
programa que destinará U$ 76 milhões de dólares americanos à recuperação de
estradas vicinais. São vias municipais bastante utilizadas em cidades que
dependem do escoamento de sua produção agrícola e pecuária.
As cidades onde as
audiências públicas foram realizadas, e que já tem os trechos a serem
recuperados, definidos dentro dos critérios do agente financiador do empréstimo
que o governo contraiu para fazer as obras, enviaram seus representantes.
Mas o ponto que me chamou
atenção, na fala do secretario Alexandre Ubaldo, ao se referir a outro ponto do
programa: a recuperação da malha pavimentada, é perturbador.
600 km que fazem diferença
Numa conta matemática
rápida, Ubaldo citou os piores trechos de asfalto estragado, ou “vencido”,
atualmente no Estado. De Dianópolis a Novo Alegre, no Sudeste, de Couto
Magalhães a Guaraí, na Lagoa, nas proximidades de Araguaína, para ficar só
nestes. E raciocinou, vaticinando: “São 600 km, menos de 10% de toda a malha do
Estado, que é de 7 mil quilômetros, mas por serem os mais críticos chamam mais
a atenção”.
É lógico que chamam. E nem
poderia ser diferente, pelo volume do fluxo que passa por estas cidades,
estratégicas em suas regiões.
No final do ano, justamente
naquele trecho de Dianópolis até a saída para a Bahia e Luiz Eduardo Magalhães,
uma família inteira foi vitimada, saindo de férias. O caso abalou a comunidade.
E não era para menos.
É sempre assim, salvo raras
exceções: primeiro vem a tragédia, e depois a equipe do tapa buracos, ou da
sinalização, fazer o reparo. Até quando?
Um volume estrondoso de
recursos já foi anunciado pelo governo do Estado como solução para o problema
das estradas tocantinenses que estão pedindo socorro. Falo das estaduais, para
onde se destinarão a impressionante cifra de U$ 160 milhões de dólares. Estes a
serem aplicados em 1.600 km de estradas a serem recuperadas no estilo do Crema,
aquele programa de recuperação do Dnit que tantas manchetes já rendeu no
Tocantins.O fato é que o investimento é bem vindo. O alarde agora, é para chamar a atenção para os recursos obtidos. Na prática, ninguém vai recuperar estrada em período chuvoso.
Até que a chuva passe, as
obras prossigam e a buraqueira chegue ao fim resta rezar e torcer. Rezar para
que as estradas semi destruídas não sigam matando cruelmente quem se arrisca a
passar por elas. E torcer para que esta dinheirama toda cumpra sua finalidade.
Sem desvios que acabam enriquecendo pessoas e financiando projetos, nem sempre
de interesse tão público assim.
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