Entrevista do ex-prefeito de
Dianópolis, José Salomão, ao Jornal Opção (Edição 1904 de 30 de dezembro de
2011 a 7 de janeiro de 2012)
Gestor de Dianópolis
denuncia o empobrecimento das prefeituras brasileiras em função de um modelo
perverso de distribuição de recursos e defende a extinção de emendas
parlamentares, as quais ele classifica com o “excrescência”
Por Ruy Bucar
O prefeito de Dianópolis,
José Salomão Jacobina, do PT, considera que o grande entrave das gestões
municipais não se refere propriamente à incompetência dos prefeitos em resolver
os problemas básicos de suas comunidades, mas à disparidade entre a receita dos
municípios e as suas obrigações institucionais, que obriga os gestores a tomar
medidas paliativas duramente criticadas pela sociedade. Distorção que, segundo
ele, decorre da distribuição injusta do bolo da União, que privilegia o governo
federal em detrimento dos Estados e municípios.
Salomão diz que esta
distorção tem origem num passado recente, quando o Brasil tinha uma dívida
externa astronômica e que a centralização garantia o pagamento dos serviços da
dívida. “Tínhamos uma dívida externa absurda naquela época e o governo central
procurou segurar o máximo de recurso para bancar a dívida, mas hoje não se
justifica mais isso. Por que esse tanto de recurso em poder da União?”, questiona
Jacobina, que defende uma inversão de valores do modelo atual, cuja
distribuição é a seguinte: 54% para a União, 26% para os Estados e apenas 20%
para os municípios.
Nesta entrevista exclusiva
ao Jornal Opção, o prefeito de Dianópolis fala ainda sobre as boas relações
entre o PT e o governo Siqueira, avalia as chances do seu partido nestas
eleições e admite ser um constrangimento para os prefeitos ver manchetes na
imprensa sobre irregularidades nas prefeituras. “Isso é preocupante porque
infelizmente nós percebemos que alguns companheiros prefeitos estão
extrapolando e “dura lex, sed lex”, qualquer um de nós, infelizmente, está
sujeito a responder a uma investigação, a uma auditoria’’, observa. Jacobina
ainda aconselha os colegas a aumentar o rigor com os procedimentos
administrativos em 2012 em função das eleições e por ser o último ano do
mandato.
Qual a sua expectativa em
relação a 2012?
Tenho uma expectativa muito positiva para
2012, porque todos nós entendemos as dificuldades nem tanto do governo federal,
por que a transição foi mais fácil de PT para PT, mas no governo do Estado a
gente sabe que a mudança de governo dificulta um pouco a implementação dos
projetos, tem a questão orçamentária e tudo mais, então isso é plenamente
justificável, mas para 2012 nós temos uma expectativa muito positiva. A gente
tem um relacionamento institucional muito respeitoso com o governador Siqueira
Campos e temos sido muito bem tratado pela equipe do governo e, inclusive, pelo
próprio governador. Na medida do possível, nós temos tido um entendimento
razoável.
2011 foi um ano em que as
prefeituras estiveram muito em evidência e também alguns prefeitos, sobretudo
pelas gestões questionadas pelos órgãos de controle como o Ministério Público e
o Tribunal de Contas. Os prefeitos precisam ser mais vigilantes em 2012 por ser
um ano de eleição e de fim de mandato?
Acho que 2012, especificamente no meu caso,
que estou no último ano do segundo mandato, mais complicado e que inspira mais
cuidados porque nós temos algumas preocupações e a Lei de Responsabilidade
Fiscal nos impõe alguns procedimentos que tem que ser respeitados. Acho que
isso é muito válido e muito pertinente, a LRF, apesar de engessar bastante as
administrações, é muito positiva, tem um aspecto positivo de cobrança, de
fiscalização e de imposição de alguns cuidados que são perfeitamente
justificáveis. Por ser também um ano eleitoral, nós temos que nos preocupar com
o calendário para que possamos cumprir à risca as determinações da legislação
em vigor.
Fica mais difícil trabalhar
num ano eleitoral, e ainda mais sendo o último ano de mandato?
Não tenho dúvida que fica
porque, a partir de certo momento, já é proibido isso, aquilo, então tem
muitas restrições. O que a gente tem que fazer é agilizar os procedimentos para
não sermos atropelados pelo calendário.
O que justifica quase metade
dos prefeitos estarem respondendo a processo por improbidade administrativa?
As manchetes da imprensa e
esses acontecimentos expondo os prefeitos dessa maneira causam certo
constrangimento para nós, que procuramos agir corretamente, embora saibamos que
todos nós somos humanos e passíveis de equívocos e de erros, porque dependemos
da nossa assessoria também e não somos enciclopédicos. Isso é preocupante
porque, infelizmente, percebemos que alguns companheiros prefeitos estão
extrapolando e “dura lex, sed lex”, qualquer um de nós, infelizmente, está
sujeito a responder a uma investigação, a uma auditoria. No meu caso estou
muito à vontade, porque se eu errei em alguma fase da minha administração não
foi por má fé, e estou com a consciência tranquila de que procurei fazer o
melhor e honestamente com austeridade e com transparência. Mas infelizmente não
podemos tapar o sol com a peneira e existem casos escabrosos que, logicamente,
os responsáveis têm que responder perante os tribunais, tem aí a LRF, o TCE,
TCU, CGU, nós temos uma verdadeira espada de Dâmocles em cima de nossa cabeça,
“cuidado!”. É praticamente um terrorismo permanente em cima dos prefeitos, como
de todos os gestores, porque há fiscalização do Ministério Público, do
Judiciário, dos conselhos, dos vereadores no nosso caso, e dos tribunais. Mas
nós temos que entender que o dinheiro público é sagrado. Então nós temos que
cuidar do dinheiro público tão ou melhor que do nosso próprio recurso.
Que avaliação o sr. faz da
sua gestão, qual a marca que vai deixar?
Nesses sete anos eu acredito
que o saldo é positivo. Sou suspeito para falar de mim mesmo, mas eu tenho
dados, números, que comprovam isso. E a gente tem algumas frustrações
justamente pelas limitações que temos hoje nos municípios pobres. Por isso que
eu defendo uma rediscussão do pacto federativo para que o bolo seja melhor
distribuído, porque o cidadão vive é no município, e às vezes nós não temos
como atender as necessidades mínimas do cidadão por falta de recurso,
dependemos muito do apoio de Brasília, do apoio de Palmas, mas nós conseguimos
realizar muita coisa na área da educação principalmente. Levamos pra Dianópolis
uma faculdade, que hoje está privatizada por decisão do MEC e do Supremo
Tribunal Federal. Nós temos hoje 17 escolas municipais que oferecem ensino de
qualidade, isso falando em educação, construímos várias escolas, reformamos
tantas outras. Na área da saúde temos seis PSF [Programa Saúde da Família], nós
temos o CEO [Centro de Especialidades Odontológicas], iniciado também no nosso
governo; temos o CAPS [Centro de Atenção Psicossocial]. Na área da ação social
nós temos um trabalho excepcional também com o Cras, o Cres e, enfim, são
inúmeras as realizações. Fora as obras físicas também, nós construímos quase 70
mil metros quadrados de asfalto nesse período. Mas, como eu disse, infelizmente
não se pode fazer mais enquanto não houver uma melhor distribuição da riqueza.
Sobre isso, agora estamos frustrados com a omissão do Congresso não ter votado
o veto dos royalties [do pré-sal], que ia melhorar bastante a situação dos
municípios, porque é uma riqueza nacional usufruída por dois ou três Estados,
isso é o cúmulo do absurdo. Então eu acho que o Congresso Nacional tem que ter
atitude e derrubar esse veto para que os municípios sejam melhor aquinhoados
com a riqueza nacional.
A proposta de um novo pacto
federativo ocupa lugar de destaque na agenda política brasileira, mas
inexplicavelmente esse debate nunca avança, por quê?
Não avança porque não há
interesse político. Ninguém quer abrir mão de nada. O que significava essa
centralização dos recursos na União? É porque tínhamos uma dívida externa
absurda naquela época e o governo central procurou segurar o máximo de recurso
para bancar a dívida externa, pagar o serviço da dívida. Hoje não se justifica
mais isso. Porque esse tanto de recurso em poder da União? O bolo é repartido
assim: 54% da União, 26% com os Estados e 20% para mais de 5 mil municípios. É
uma disparidade uma coisa dessas, não pode. E nesse aspecto ainda vemos
municípios como Campos (RJ), Paulínia (SP) e outros tantos do Espírito Santo,
sem saber o que fazer com o dinheiro; Parauapebas, no Pará, por causa da Vale,
também tem muito dinheiro; Camaçari, na Bahia. Mas os outros municípios, quase
todos, vivem de pires na mão, mendigando recursos de emendas parlamentares, o
que é uma excrescência, na minha avaliação. Tinha que acabar com esse negócio
de emenda parlamentar, porque não fazer a distribuição da riqueza nos moldes
dos critérios estabelecidos para o FPM? Outra coisa é a divisão dos recursos
baseados na população, nós temos municípios com mil e poucos habitantes com 0.6
e outros com 9 mil habitantes também com 0.6, quer dizer, precisava haver uma
reformulação geral, então eu acho que é uma questão que tem que ser levada a
discussão, o Congresso tem que ter atitude e mudar esse quadro, não se
justifica mais isso hoje.
O sr., que está lá na ponta,
que resultado tem efetivamente uma emenda parlamentar, ela chega ao município e
como fazer para apressar a sua tramitação?
Cada parlamentar hoje, tanto
deputado federal quanto senador, tem direito a R$ 13 milhões em emendas
individuais, agora imagine quanto disso é disponibilizado. Às vezes o parlamentar
destina um recurso através de emenda de sua cota pessoal, e esse recurso nunca
chega ao município por causa da burocracia oficial. Você lidar com a Caixa
Econômica Federal hoje é uma penúria, um sofrimento, porque depois que destina
o recurso, você tem de empenhar o recurso, até você aprovar o projeto, é outro
caminho tortuoso, a burocracia emperra tudo, então é um sofrimento lidar com
esse assunto, o desgaste, e ainda tem mais um detalhe: depois que você empenha,
que aprova o projeto depois de uma longa tramitação na Caixa Econômica, você
depende de medição, no caso do Ministério das Cidades, que é outro problema
sério, eles não liberam recursos. Aí desmoraliza o parlamentar que destinou a
emenda, desmoraliza o prefeito que iniciou a obra, e quebra a empreiteira
porque o dinheiro não chega. Então tem que acabar com esse negócio de emenda
parlamentar, o município tem que ter autonomia financeira. Nós não podemos mais
ficar dependendo de favor de parlamentar, nem no âmbito estadual nem no âmbito federal.
O municipalismo tem que brigar por isso, acabar com essa excrescência que são
as emendas parlamentares.
Como o sr. vê o
distanciamento da sociedade em relação a esses temas que são fundamentais para
o desenvolvimento regional?
Infelizmente, o grosso da
população não entende esse mecanismo e às vezes confunde as coisas, porque
quando o parlamentar destina os recursos, minguados recursos, ele informa a
todo mundo, e cria expectativa. O deputado fulano de tal mandou tanto para o
município, mas onde é que está esse dinheiro? E isso é só o começo de uma
novela e o povo não entende. Infelizmente nós temos essa dificuldade, e até a
gente explicar pra população toda essa parafernália, todo esse imbróglio, já
acabou o mandato, você não consegue fazer quase nada, é muito difícil. Você não
imagina a angústia que a gente sofre de estar lidando com esses Ibamas
[Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] da
vida, Naturatins da vida, Caixa Econômica da vida. Tem que ter muito sangue de
barata para suportar esse sofrimento, porque eles travam tudo, complicam tudo.
Tem uns funcionários esquizofrênicos, que procuram dificuldade para vender
facilidade. É um desabafo mas é o que estou sentindo na pele durante esses sete
anos, por isso eu sou contra a emenda parlamentar, eu sou contra essa
triangulação de recurso da União pelo Estado, por que não fazer direto para o
município? Por que essa triangulação de recursos através do Estado? Os recursos
têm de passar direto, fundo a fundo, como é o caso de muitas coisas que
acontecem na saúde hoje, nós temos aí uma teia de fiscalização. São tantas as
peneiras e tantos os fiscais, qualquer fiscal de ministério chega me ameaçando
no município hoje.
Esse argumento de dizer que
normalmente a prefeitura não tem aparato técnico para elaborar projetos é uma
falácia de Brasília?
Em parte é verdade, porque
com os parcos recursos de que dispomos, não temos como recrutar mão de obra
qualificada. Então você fica refém de profissionais, de engenheiros que têm 10
mil empregos, que atendem não sei quantas prefeituras, e termina frustrando as
nossas chances de obter alguma coisa. E ainda tem o custo disso para o
município. Então é muito difícil essa engrenagem, essa burocracia toda, você
depender de engenheiro para estar fazendo projetos, prazos, e ameaças de, como
eu já tive vários, contratos cancelados porque o engenheiro não deu conta de
fazer o projeto, não cumpriu os prazos, não cumpriu as pendências da Caixa,
porque ela cria problema com tudo. Então você não imagina, eu tenho vários
companheiros prefeitos que saíram do Legislativo e estão arrependidos hoje.
Quem vai querer ser prefeito, ainda mais um cidadão de bem, em uma situação
dessas com ameaças diuturnas, com terrorismo permanente, e a gente lamenta muito
isso porque como cidadão de bem, todo cidadão de bem tem que assumir essa
posição de fazer política, porque só de dizer que não gosta de política, você
já está fazendo política. E se os homens de bem não quiserem assumir, não
quiserem se candidatar mais a prefeito, quem vai assumir? São os bandidos que
estão aí, querendo essa oportunidade. Mas se não mudar esse quadro, não acabar
com essa burocracia e esse terrorismo, daqui a pouco ninguém mais vai querer
ser candidato a prefeito, ninguém mais vai querer ser prefeito, é o que eu
imagino.
O sr. foi um militante do
PT, militante de base, ideológico, orgânico, como os petistas dizem, e que
tinha uma fé enorme no partido, sobretudo na sua capacidade de promover
transformações. Com esse relato que o sr. fez, não se decepciona também com a
incapacidade do PT de mudar o Brasil?
Acho que é preciso muito
mais, acho que o PT a partir de 2003 com a eleição de Lula, fez uma verdadeira
revolução. Lula é um fenômeno. Agora, o PT não governa sozinho, o governo não é
do PT, é um governo de coalizão. Percebe pelo que tem acontecido nos
ministérios, quem é que tem sido afastado dos ministérios, são os petistas? A
não ser o (Antonio) Palocci, com quem houve um problema, porque também o PT não
é um partido de seminaristas, não é um convento, todos somos imperfeitos. E a
presidente Dilma Rousseff tem dado exemplos de que está agindo corretamente,
procurando fazer o que é possível em matéria de combate à corrupção, Lula fez o possível, mas o ser humano é isso,
as coisas acontecem independente da vontade de quem é gestor, de quem está
dirigindo, de quem lidera. Todos nós temos nossas deficiências e dependemos de
outras pessoas também, então eu acho que em relação ao partido, o PT fez o
possível e continua fazendo o possível, com os avanços, com o que nós
conseguimos de progresso e desenvolvimento nesses últimos oito, nove anos que
faremos agora. Os números não mentem, tanto é que, só na questão social por
exemplo, o que Lula conseguiu fazer, tirando da linha de pobreza 40 milhões de
brasileiros, é um número muito significativo de pessoas que ascenderam à classe
média. Mas essa questão da corrupção é um câncer que dificilmente você vai
erradicar, porque é uma questão do ser humano, só Freud para explicar.
Como o sr. avalia a posição
do PT que, de certa forma, busca uma aproximação com o governo Siqueira, seu
adversário tradicional?
Isso é a dinâmica da
política, situações que existem tanto no âmbito estadual como no municipal. Eu
falo da minha experiência própria, o governador Siqueira Campos me apoiou. Nós
fizemos uma coligação de oito partidos, incluindo o PSDB. São peculiaridades da
política local, e no momento eu acho que o partido acertou nessa aproximação,
porque foi uma avaliação feita pela direção regional, e que eu, por exemplo,
concordei com ela. Falo assim porque na experiência que eu tive no primeiro
mandato, coincidentemente com o PMDB do ex-governador Marcelo Miranda, nós
fomos hostilizados em Dianópolis, no entanto eram nossos companheiros,
inclusive meu vice-prefeito é do PMDB, então para você ver como a política tem
particularidades que diferenciam muito de local para local, de região para
região. A questão do PT metropolitano de Palmas por exemplo, ninguém entende
essa confusão que criaram, dessa disputa de uma ala com a outra. São coisas
típicas da política, e essa convivência e esses acertos pontuais fazem parte do
processo político.
O sudeste antes da criação
do Tocantins foi chamado de corredor da miséria. A região tem problema de
estiagem. O Estado tem tratado a região com a devida importância que merece?
Esse assunto é do
conhecimento de todos quantos passaram pelo governo, e parece que não houve
ainda uma decisão política de pelo menos amenizá-lo. Agora mesmo, no âmbito da
Secretaria das Cidades, existe um estudo muito interessante para amenizar essa
situação, eu tive acesso a essa proposta, e acho que o governo atual tem tido
essa preocupação. Possivelmente nós teremos uma solução para essa situação que
aflige a nossa população, principalmente do sertão, eu não digo só de
Dianópolis, mas de todo sudeste como mencionado. Mas nós temos problemas nos
municípios de Paranã, de Arraias, que são críticos. E parece que já existem
estudos pra combater esse problema da seca, e eu acho que só depende mais da
boa vontade e de uma decisão política do governo.
O projeto Manuel Alves é uma
realidade para o sudeste, para Dianópolis, está na direção correta de resolver
a estiagem com a perenização dos rios ou é mais um grande projeto que o Brasil
não dá conta de levar a cabo?
É um grande projeto, e eu
acho que a esperança de redenção do sudeste. Existem alguns empecilhos, e aí
vem a questão que nós não entendemos bem o por que de alguns entraves da parte
do próprio Ministério Público, da parte dos órgãos do meio ambiente, isso tudo
dificulta para que esse projeto possa deslanchar. Mas ele está caminhando. O
governador Siqueira Campos colocou esse projeto como uma das prioridades do seu
governo, já tive oportunidade de, em audiência com ele, inclusive quando se
discutia o PPA em Dianópolis ele falou que o projeto Manuel Alves é prioridade
do governo dele, e a gente percebe que já existem alguns sinais nesse sentido,
uma atenção especial. O projeto já está produzindo, não como deveria, porque
teve um momento de paralisia nessa mudança de governo e isso não deixa de
prejudicar o andamento de uma obra daquela magnitude. Mas nós temos uma
expectativa muito grande em relação a esse projeto, que vai gerar inúmeros
empregos e renda pra nossa população, imagine que um hectare irrigado gera em
torno de quatro empregos, imagine que lá são 20 mil hectares. Então não se
imagina o tamanho de um projeto desses pra uma região que antes era corredor da
miséria e hoje é corredor da esperança, porque não é só o projeto Manuel Alves,
nós temos outros projetos lá, na área de piscicultura, porque na esteira desse
projeto ele gera um efeito multiplicador muito grande. Então essa é nossa
esperança, esse projeto Manuel Alves, porque muitos recursos foram investidos
ali.
Qual é a meta do PT para
2012?
Eu tenho a esperança de que
nós devemos ter uma performance muito boa nas próximas eleições, mesmo porque o
partido vem crescendo e a eleição de Dilma sinaliza nessa direção. No caso
específico do Tocantins a situação é um pouco diferente, nós temos hoje só 12
prefeituras, já tivemos 16 quando fui eleito a primeira vez. A nossa
expectativa hoje é de pelo menos dobrar esse número de prefeituras. É possível
que isso aconteça, é um trabalho difícil, a disputa é renhida e imagino que a
gente possa fortalecer o partido nas próximas eleições. Eu não sei o caso da
Capital, porque parece que com disputa interna dessas facções do partido isso
prejudica a sucessão do atual prefeito. Mas no interior nós temos
possibilidades muito boas de fazer várias prefeituras, inclusive a de
Dianópolis, nós já temos quatro pré-candidatos do PT e nós queremos reeditar a
coligação que me reelegeu, agrupando mais partidos para que a gente possa dar
continuidade a esse projeto que iniciamos em 2005.
O senhor está chegando ao
final do segundo mandato, qual o seu projeto político de futuro?
Eu vou ficar por dois anos
analisando e, como disse um político famoso da República, o futuro a Deus
pertence, mas logicamente que a gente está envolvido na política e temos
pretensão de dar continuidade a esse projeto disputando uma vaga na Assembleia
(Legislativa). Quem sabe numa expectativa mais otimista, dependendo do quadro,
até para deputado federal, mas vai depender muito do que acontecer nesses
próximos três anos. Depende do partido, depende da conjuntura e eu estou à
disposição do partido, sou um soldado.
O sr. não colocaria o seu
nome nas opções do PT para disputar o governo do Estado?
Até isso é possível. Se eu
for convocado e o partido achar conveniente eu não sou de recuar, de esmorecer,
e estou pronto para a luta, para o que for convocado.
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