Os dez anos de governos
liderados pelo Partido dos Trabalhadores marcam a incorporação de uma nova
agenda para o Brasil.
O combate à desigualdade
social passou a ser uma política de Estado, e não mais uma ação emergencial. Os
governos do presidente Lula e o meu priorizaram a educação, a saúde e a
habitação para todos, a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura e
a competitividade da economia.
Na última década, raros são
os países que, como o Brasil, podem se orgulhar de oferecer um futuro melhor
para os seus jovens. A crise financeira, iniciada em 2007, devastou milhões de
empregos e esperanças no mundo desenvolvido.
No Brasil, ocorreu o
contrário. Cerca de 40 milhões de pessoas foram incorporadas à chamada nova
classe média, no maior movimento de ascensão social da história do país. A
miséria extrema passou a ser combatida com uma ação sistemática de apoio às
famílias mais pobres e com filhos jovens.
Através do programa Brasil
Carinhoso, somente em 2012 retiramos da pobreza extrema 16,4 milhões de
brasileiros. Entre 2003 e 2012, a renda média do brasileiro cresceu de forma
constante e a desigualdade caiu ano a ano. Nesta década, foram criados, sem
perda de direitos trabalhistas, 19,4 milhões de novos empregos, sendo 4 milhões
apenas nos últimos dois anos.
Reconhecer os avanços dos
últimos dez anos significa também reconhecer que eles foram construídos sobre
uma base sólida. Desde o fim do regime de exceção, cada presidente enfrentou os
desafios do seu tempo. Eles consolidaram o Estado democrático de Direito, o
funcionamento independente das instituições e a estabilidade econômica.
Acredito que os futuros
governos tratarão como conquistas de toda a população nossos programas de
educação –como o Pronatec, de formação técnica, o ProUni e o Ciência Sem
Fronteiras– e de eficiência do Estado –como os mecanismos de monitoramento de
projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a transparência na
prestação de contas da Lei de Acesso à Informação.
O Brasil que emerge dos
últimos dez anos é um país mais inclusivo e sólido economicamente. O objetivo
do meu governo é aprofundar estas conquistas.
O desafio que se impõe para
os próximos anos é, simultaneamente, acabar com a miséria extrema e ampliar a
competitividade da nossa economia. O meu governo tem enfrentado estas duas
questões. Temos um compromisso inadiável com a redução da desigualdade social,
nossa mancha histórica.
Ao longo de 2012, lançamos
planos de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, que abrem as
condições para um novo ciclo virtuoso de investimento produtivo. Reduzimos a
carga tributária, ampliamos as desonerações na folha de pagamento e, em 2013,
iremos baratear a tarifa de energia.
São medidas fundamentais
para aumentar a competitividade das empresas brasileiras e gerar as condições
de um crescimento sustentável.
Iremos aproveitar a
exploração do pré-sal para concentrar recursos na educação, que gera
oportunidades para os cidadãos e melhora a qualificação da nossa força de
trabalho.
É a educação a base que irá
nos transformar em um país socialmente menos injusto e economicamente mais
desenvolvido. Um Brasil socialmente menos desigual, economicamente mais
competitivo e mais educado. Um país que possa continuar se orgulhando de oferecer
às novas gerações oportunidades de vida cada vez melhores. Um país melhor para
todos.
Tenho certeza que estamos no
rumo certo.
DILMA
ROUSSEFF, 65, economista, é presidente da República desde janeiro de 2011
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