terça-feira, 24 de abril de 2012

Palmas para o Maestro: Felipe faz a diferença e decide contra o Fla

Camisa 6 mostra dedicação, balança a rede duas vezes e é o grande nome da semifinal. Na entrevista, ironiza rivais e sua falta de gols: 'Por isso é feriado'



Bola debaixo do braço. Chamando a responsabilidade para si, faz sinal negativo para Diego Souza. Os instantes que antecederam a cobrança do pênalti marcado a favor da equipe vascaína, no início do segundo tempo, resumiram a atuação de Felipe na semifinal da Taça Rio entre Vasco e Flamengo. O camisa 6 assumiu a postura de líder e comandou o time na vitória por 3 a 2 sobre o rival. Dois desses gols foram marcados pelo Maestro, um no pênalti que fez questão de bater, mesmo não sendo o cobrador oficial, e outro em um chutaço de fora da área, que bateu na trave antes de entrar. Em ambos, fez questão de correr em direção à torcida, bater no peito e beijar o escudo cruz-maltino.


- Em um clássico, é importante exercer a liderança em prol do grupo. A dedicação de todos é o que conta, como o sacrifício do Alecsandro em ajudar na marcação, por exemplo. O Vasco tem um elenco muito forte. O Juninho ficou no banco porque era o melhor para o grupo. O Vasco é uma família muito unida. Eu fui um pouco mais importante do que outros nesse jogo, mas na próxima partida vai ser outro. É assim que se ganha títulos – disse o meia.


Além dos gols, era dos pés do meia que saíam as melhores jogadas do time. Por várias vezes, o camisa 6 deixou seus companheiros em boa situação para finalizar. Isso até ser substituído, aos 25 do segundo tempo. Cansado depois de ter ajudado na marcação durante todo o tempo em que esteve em campo, o jogador de 34 anos foi ovacionado pela torcida, que reconheceu seu esforço. No banco, sofreu com o resto da partida e, nos minutos finais, foi para a beira do gramado pedir o fim do jogo. No apito final, abraçou o técnico Cristóvão Borges e entrou no campo para cumprimentar um a um seus companheiros.


Os números da partida mostram a importância do meia. Além de ter marcado dois gols, finalizou mais quatro vezes - no rebote de uma delas, Eder Luis fez o outro gol do time. Dos 18 passes que deu, apenas um não foi executado corretamente. O jogador ainda roubou duas bolas que ajudaram a puxar contra-ataques. E, embora tenha se posicionado na maior parte do jogo bem na faixa central do meio-campo, percorreu 7,2 km - quem mais correu no Vasco foi Romulo (9,5 km), que atuou os 90 minutos.

- Felipe é um jogador experiente, com qualidade técnica muito grande. Era o articulador do nosso time. Montamos o time de uma forma que ele organizasse a equipe. Ele assumiu a responsabilidade, o que não é grande coisa para ele, que já está muito acostumado com isso. A equipe deu um suporte muito grande para ele – afirmou o técnico Cristóvão Borges.


Na entrevista coletiva, brincadeiras e ironias a Love


Mas não foi só dentro das quatro linhas que Felipe se destacou neste domingo. Na entrevista coletiva após a partida, o jogador arrancou risadas com as tiradas inteligentes e a resposta a Vagner Love. Ao adversário, que havia dito que queria o time do Vasco inteiro para “depois não ter desculpa”, o meia respondeu:

- As partidas se ganham dentro de campo e não fora. Agora posso responder ao Love. Ele tem 28 dias para descansar e se preparar para o Brasileiro. Futebol se ganha dentro de campo. Quem ganha a vida com a boca é cantor. Agora ele vai ter muito tempo para curtir com a família e, no domingo, às 16h, nos assistir na final.

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