sexta-feira, 9 de maio de 2008

BASTIDORES DAS ELEIÇÕES EM DNO: MARCELISTAS E SIQUEIRISTAS



A discussão sobre a sucessão em DNO tem ganhado destaque na imprensa tocantinense nos últimos dias, e mais especificamente no site do jornalista Cleber Toledo (www.clebertoledo.com.br), o maior site sobre política no Tocantins. Foram feitas três matérias, uma abordando o lado governista e "marcelista", outro revelando o que pensam membros da União do Tocantins e uma última matéria com o atual prefeito Zé Salomão. Pelo jeito, o ambiente político que andava nebuloso vai sendo clareado e as articulações parecem já começar a se definir. Abordarei primeiramente os bastidores da política dianopolina no que se refere aos dois pólos antagônicos do estado: UT e Aliança da Vitória(governo).

PMDB I e PMDB II:

Começando pelo PMDB, podemos constatar uma forte divergência partidária entre dois de seus principais representantes, o atual presidente municipal da sigla, o vereador Robinson Rodrigues, e outro vereador peemedebista, Osvaldo Baratins. Enquanto o primeiro não descarta uma aliança com o prefeito do PT, tendo inclusive já sido procurado por este, o segundo descarta inicialmente os entendimentos, embora deixe uma "brecha" para uma eventual conversa. Também há a disposição de Robinson de se colocar como pré candidato, ou seja, apesar de não estar articulando a candidatura está a disposição do partido, uma velha frase dos políticos nessa época eleitoral. Já Osvaldo encontra-se em campanha há algum tempo para tentar se viabilizar, visto que, segundo comentários governistas, quem estiver melhor nas pesquisas seria o candidato. Tal critério será usado pelos marcelistas em todo o estado, segundo o secretário e articulador político do governador, Manuel Bueno. Conclui-se com tudo isso que o PMDB de Dianópolis parece ser a imagem e semelhança do PMDB em nível nacional, havendo claras divergências internas e de posicionamento por enquanto. Resta saber como pensa o grosso do diretório municipal, visto que este sim tem o poder de dar legitimidade à algum direcionamento político.

Há ainda mais um ponto de atrito entre os dois vereadores do PMDB. Enquanto o presidente do partido rejeita peremptoriamente a coligação com a UT siqueirista, que segundo ele é o único grupo que não é possível coligação, o vereador Baratins afirma ter mantido conversas com Régis, pré candidato do PSC, partido integrante da coligação utista. A justificativa para a união entre governistas e utistas, segundo Baratins, seria a força do prefeito José Salomão. “Se não unificar [UT e base], ele [prefeito] ganha”, presumiu.

PDT:

Já o PDT de Dianópolis tem sua pré candidata, a ex secretária de Ação Social e mulher do ex prefeito Joir Valente, Maguinha. Seu marido administrou a cidade entre 1997 e 2000, não deixando um legado muito louvável e com pouca aprovação popular, apesar de ser uma pessoa afável no trato pessoal. Mas ele parece ter se afastado do meio político nos últimos anos, pelo ou menos em termo de mandatos eletivos. A pedetista reafirmou sua disposição em disputar o pleito e pregou a união oposicionista para derrotar José Salomão. A pré candidata já encontra-se em franca campanha política pelas ruas da cidade para tentar ser o nome ungido pelo clã dos Miranda como candidata governista.

Vê-se com tudo isso que existem vários "candidatos a candidato" na base marcelista, porém não existe uma definição em absoluto. São pelo visto muitos interesses e conflitos para serem administrados entre pessoas até certo ponto antagônicas. Mas como em política é possível "casamento de raposa até com galinha", ou seja, é quase tudo possível e permitido, não duvido que no final das contas todos possam se unir eleitoralmente falando. Mas mesmo se isso ocorrer há ainda o risco da militância não engolir o candidato oficial e haver da mesma forma uma divisão da base de Marcelo Miranda.

União do Tocantins(UT):

Ainda de acordo com notícias veiculadas ontem e hoje em um site de grande repercussão política da imprensa tocantinense, tem-se as articulações do outro lado, o lado "siqueirista" de Dianópolis. Neste contexto três pontos podem ser destacados. Primeiramente, de acordo com uma fonte utista, a cúpula da União do Tocantins não aceitaria que o grupo ficasse contra o prefeito José Salomão nas eleições, e que este não seria um "mal a ser derrotado,e sim os marcelistas locais". Segundo a mesma fonte ouvida pelo site do Cléber Toledo, "Salomão é um homem sério, um grande administrador e conta com a admiração da cúpula da UT". O segundo argumento de distanciamento dos governistas por parte dos utistas seria a forma como Siqueira foi tratado nas últimas eleições. Um bom exemplo do posicionamento utista pode ser verificado em comentário dado no site pelo presidente do PR/DNO, Ítalo Marcel, ex vice prefeito e vereador da cidade. Ele escreveu o seguinte: “Eu como Presidente do PR, partido da UT , não faço parte desse acordo com a base do Governo. Principalmente pela forma desrespeitosa que os Marcelistas atacaram Siqueira na ultima campanha. Posso até ser voto vencido, mas com os mirandas eu não vou." Já o terceiro ponto utilizado para uma eventual aproximação com o prefeito seria de que partidos da UT, como o PV e PSDB, já fariam parte do governo municipal.

Portanto, com todos esses argumentos e posicionamentos de vários membros partidários, nota-se que há uma disposição para o diálogo de um ou de outro, mas o que prevalece ainda é o resquício da última batalha eleitoral muito acirrada entre Siqueira e Marcelo em 2006, vencida por este último no estado mas perdida em DNO por mais de 1200 votos. Parece ser muito difícil a união dos dois lados e o que há é uma briga política de lados opostos como em épocas passadas em que duelavam o velho MDB contra a ARENA. Fazendo um paralelo com o futebol, seria a mesma coisa que tentar fazer um vascaíno como eu torcer para o Flamengo, ou seja, isto seria impossível de acontecer. Mas como não se trata de futebol, mas de acordos políticos, continuo a ficar com um pé atrás e não duvidar de mais nada daqui por diante.

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