sexta-feira, 2 de maio de 2008

Entrevista com o Prefeito de Dianópolis, José Salomão (PT), concedida ao Jornal Sudeste Hoje

“Com os democratas não tem como” . Sudeste Hoje - Prefeito estamos a pouco mais de dois meses para o início da campanha eleitoral, como o senhor vê o quadro político em Dianópolis? Salomão - O que a agente percebe é que a situação ainda está um pouco indefinida, um pouco nebulosa. O governo não sinalizou nada. O Governo Estadual é do PMDB, partido da base de sustentação do presidente Lula. Direta ou indiretamente nós temos alguma relação com o PMDB, nós estamos abertos ao entendimento, não afastamos a possibilidade de entendimento, de apoio, de coligação, com exceção do DEM (Democratas). Com os democratas não tem como. É um partido de oposição muito feroz , que está na contra-mão da história. É um pessoal que não absorveu que estamos vivendo um novo tempo. O que “eles” não fizeram em 500 anos, nós fizemos em oito. Como é que se pode coligar com esse tipo de gente?
Sudeste Hoje -O vereador Oswaldo Baratins, falou, através do site do Cleber Toledo, que a oposição em Dianópolis não será mero coadjuvante no processo eleitoral. Como o senhor analisa essa declaração? Salomão - Eu vejo com muito respeito a opinião dele porque está defendendo o direito, como cidadão, e filiado a um partido, de pleitear a vaga de prefeito. E se ele for o candidato indicado pelo partido, nós o enfrentaremos com o maior respeito, e sabendo dos valores que ele tem como vereador atuante. Nós temos um projeto que não pode ser interrompido. Dianópolis está num processo de desenvolvimento que não pode retroceder mais.

Sudeste Hoje - Andando por Dianópolis nós vemos as obras executadas pela sua administração. A cidade quase toda asfaltada. O trabalho social desenvovido. Quais são suas propostas para a continuidade de sua administração? Salomão - Tem muita coisa para ser feita. Nós ficamos até angustiado com as cobranças da população, que são justas. A nossa participação no bolo federativo é muito insignificante. E isso às vezes engessa a administração. O poder aquisitivo de nosso povo é muito baixo. É difícil, apenas com os tributos municipais, fazer as obras que a população precisa. A maior parte das obras executadas no município foi com recursos de Brasília. Nós temos demandas cada vez mais crescentes: na área da habitação, na área de saúde, na área de pavimentação. Com a implementação do projeto Manuel Alves a tendência é que a população dobre, em poucos anos. E corremos o risco de estrangulamento. Nosso déficit habitacional é de 2 mil casas. O Hospital Regional, que é mantido pelo estado, está sobrecarregado. São demandas que precisam de solução urgentes, tanto do governo do estado como do governo federal.

Sudeste Hoje - Mesmo com todas as dificuldades, como o senhor diz “com o pires na mão”, a administração continua investindo no município, fazendo obras, pagamento dos funcionários no dia certo, sem atraso. O que não acontece em muitos municípios. Alguns chegam a atrasar quatro, cinco meses, além de não efetuarem, praticamente, nenhuma obra em suas cidades. Qual é a “mágica” da sua administração? Salomão - Não existe segredo. O que existe é um governo comprometido com a austeridade, com a transparência, e com a boa aplicação dos recursos públicos. Se o administrador faz isso a tendência é dar certo. Você não pode colocar o chapéu onde a mão não alcança. Mas é bom que se diga, que nesse período estão acontecendo algumas obras no município de Dianópolis. Obras com recursos do Governo Federal, que gera um recurso extra de ISSQN, que nós estamos recebendo, que bem ou mal, reforça nosso caixa. Nós continuaremos a fazer as coisas de acordo com o possível.

Sudeste Hoje - O senhor é conhecido como um dos políticos mais éticos e honestos do Tocantins. O que leva a manter o senhor nesse caminho, sem se corromper? Salomão - Eu faço questão de deixar bem claro que quando eu resolvi participar da vida pública foi pra mudar as coisas em Dianópolis e, quem sabe, a gente tem que sonhar, até no Tocantins. A gente quer continuar e não tem como ser diferente. De fazer as coisas seguindo uma linha reta. Temos que disseminar esse tipo de comportamento para que os eleitores, a comunidade, estabeleça uma divisão, do que é o certo e o que é errado. O que a gente observa são os politiqueiros, os assistencialistas e oportunistas, que vivem explorando a boa-fé de nossa população. Tem que acabar com isso, político-velório, político-ambulância, que ficam ludibriando a fé das pessoas num momento mais sensível, na hora que a pessoa está passando por dificuldades, chegar oferecendo, enganado as pessoas. Precisamos acabar com essa politicagem assistencialista. A gente tem que procurar esclarecer a população sobre a política da seriedade..

Sudeste Hoje - Até hoje não se conhece nenhum candidato de oposição para enfrentar o senhor nas urnas. Existe a possibilidade de ser candidato único? Salomão - Nós não podemos nos acomodar e achar que a disputa está definida. Não existe eleição fácil, e candidatura única é um sonho. Vai haver disputa e nós estamos preparados e otimista com relação ao resultado, porque a gente percebe uma tendência da população de apoiar o nosso projeto e dar continuidade. Queremos é intensificar as obras para que a população seja atendida, na medida do possível, com a maior rapidez possível.

Sudeste Hoje - Com relação a ferrovia Norte-Sul. Está se falando de um possível desvio. Em vez de passar por Dianópolis, passará por Taguatinga.Já existe alguma definição? Salomão - Pra surpresa nossa, constatamos que um parlamentar aqui da região, do municípo de Taguatinga, fez uma movimentação querendo desviar o foco que estava em cima dele, porque ele já foi cassado, não foi afastado ainda não sei porque? Ele tem 12 processos por improbidade administrativa, e já tem uma sentença da Justiça Federal cassando seu mandato. Ele fez publicar num jornal da região, que é patrocinado por ele, uma matéria usando a figura do presidente da Valec, querendo demonstrar que ele está fazendo esse movimento para marcar uma posição.Aqui é onde está a produção. Se por uma infelicidade acontecesse esse desvio, o custo seria dez vezes maior. Mas essa história de desvio é apenas para amenizar um pouco a situação dele, deputado, que é irreversível. Ele vai terminar sendo cassado, para o bem da população do Tocantins.

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