quarta-feira, 14 de maio de 2008

A UT e a indicação do vice



A questão da articulação política envolvendo a UT e a indicação do vice do PT em Dianópolis ganhou destaque na imprensa, através do site do Cleber Toledo (www.clebertoledo.com.br). A pendenga se deu devido a uma reunião em que membros do PR não se entenderam com o restante dos representantes da UT . O desentendimento se deu por causa dos critérios utilizados para a escolha do vice, dizem os membros do PR. Estes defenderam a pesquisa e os outros, membros do PP,PV e PSDB, uma decisão tomada pelas direções partidárias. Já eu penso que deveria haver um meio termo entre as duas pretensões. Além desses dois pontos mais objetivos a serem levados em consideração, também existe outro, mais subjetivo, a ser observado: a compatibilidade e compromisso do postulante com o projeto de governo atual, para que não se tenha um desvio de percurso ou rompimento futuro e para que as bases do acordo não se dêem em torno de projeto de poder mas de projeto de governo principalmente. Portanto, a coligação deve se embasar em projeto futuro de governo e sua respectiva continuidade para não descambar para uma coligação que só se preocuparia com o poder futuro em torno de algum cargo.

Litígios políticos devem ser resolvidos logicamente na base do consenso, do diálogo, sem decisões precipitadas e inconseqüentes. Faz-se necessário aparar arestas, este é o mandamento básico a ser seguido. A política é a arte do consenso. Isto é algo tido como óbvio em se tratando de acordo político. Como disse o prefeito Zé Salomão: “Todo acordo (alguém) tem que ceder em alguma coisa”.

Vejo que é necessário deixar rixas e picuinhas pessoais ou partidárias de lado. Isto é básico. Partido A ou B não podem ser mais importantes que o todo, isso é pequenez política. Na minha opinião, a disputa por uma vaga de vice não deveria ser necessária e sim um processo natural visto que o mais importante é o projeto de continuidade dos rumos da atual administração, que vem sendo aprovada pelo povo, com índices entre 60% e 70% de ótimo ou bom.

Outra observação quanto a indicação na cabeça de chapa do prefeito Zé Salomão, e para que a escolha seja legítima, é a utilização do princípio da vontade da maioria. Seguindo essa idéia poderia haver um debate e os critérios seriam estabelecidos, a maioria decidiria e a minoria seguiria os rumos daquela. É como numa eleição majoritária. A maioria do povo decide e a minoria mesmo assim se submete ao novo governo democraticamente eleito. A não obediência a tal princípio na hora de fazer escolhas partidárias seria ir contra aos preceitos democráticos mais legítimos.

Em política não podemos ser sectários e sim “aparar arestas”. É lógico que em toda coligação partidária existem interesses de cada partido em jogo. Todo partido quer crescer em representatividade na cidade e isto é legítimo. Mas cada um tem que saber que política não é imposição mas diálogo. O PP, PV e PSDB, partidos integrantes da UT, já tem um compromisso de apoio ao atual prefeito e participam do governo efetivamente. Isto é fato e irreversível. Os demais partidos principais da UT em Dianópolis seriam o PR e o PSC. Este último tem um pré-candidato mas não o apoio de toda cúpula siqueirista. Não é conveniente no futuro próximo para os interesses maiores de tal coligação sair dividida. Isso seria um reforço para Marcelo Miranda em 2010 e contra a estratégia siqueirista, embora eu seja petista de carteirinha e não tenha nada a ver com isso. Esta briga é interna da UT e não tem nada a ver com o prefeito, visto que a responsabilidade da decisão foi dada aos partidos, o que é mais correto e torna a mesma menos centralizada.

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