domingo, 4 de maio de 2008

Toda a arte de governar consiste na arte de ser honesto (THOMAS JEFFERSON (1743-1826) por Mário Sérgio



Além de ser um ano de Olimpíadas estamos também em mais um ano eleitoral, e por mais divergente que seja as opiniões das pessoas, falar sobre esporte no Brasil sempre é mais maleável. Agora, quando se fala em “política”, em especial nesse período, nunca é fácil. No Tocantins o assunto está praticamente em tudo, já em Dianópolis-TO, a coisa sempre é levada para o lado pessoal. Ao criticar ou elogiar um “político” você pode correr o risco de agradar ou desagradar toda a família e os militantes do referido político.
Quantas famílias hoje não estão divididas por esta velha cultura de “cultuar o poder”. Quantas pessoas, muitas vezes ditas “amigas”, após um processo político viram a cara para você sem motivo aparente. Quanto às perseguições nem vou perder meu tempo... Mas entendo que de certa forma, cultuar o poder é inevitável, até porque é isso que geralmente encoraja o “ser político” a seguir em frente. Agora, o político não pode esquecer que tudo aquilo é transitório e as pessoas e os eleitores não são. Ao utilizar a frase supracitada como um título, eu quis resumir o que acho necessário para o cidadão se tornar um bom político aos olhos da crítica e aos olhos do povo.
Em 2002 o Brasil iniciou um processo radical de mudança de ordem partidária. No Tocantins permanecia a hegemonia. No ano de 2004 em Dianópolis, além de alteração partidária, sofremos uma drástica mudança de perfil político. O povo apostou em um novo perfil, uma nova alternativa para mudar a situação da cidade. Hoje vemos que alguns municípios não obtiveram tanto êxito com esta mudança, mas Dianópolis, em especial, obteve melhorias. Não foi só a cor das fachadas dos prédios públicos que mudaram, a forma de atuar também mudou. É incontestável que não tenha mudado para melhor. Mais transparência com a coisa pública e a economia que gera mais investimentos.
O povo em geral costuma dar muito valor ao que é visível, palpável e concreto. Já eu dou muito valor quando um gestor consegue nos mostrar durante sua gestão, aquilo que muitas vezes não podemos ver nem tocar, a “honestidade” e a “transparência” no lidar com a “coisa pública”. O atual prefeito José Salomão tem cumprido com o seu papel, agradando ou desagradando, percebe-se que o povo e até mesmo uma parte da oposição o elogia. Não podemos deixar de elogiar uma coisa tão rara nos dias de hoje, mas também entendo, que não é preciso aparecer em concursos que elegem as melhores prefeituras e os melhores prefeitos, basta que o gestor agrade ao povo e a sua própria consciência.
Mas infelizmente, ao redor de bons exemplos como este é comum encontrarmos a velha prática daqueles que jamais se ouve uma opinião, um ponto de vista estratégico, uma intervenção critica modeladora. Geralmente, encavalitam-se nas opiniões daqueles que intervindo se expõem, assumindo riscos e potenciando rupturas, tornando-se seus apaniguados de véspera e traidores do dia seguinte, sempre em função do lado em que o seu “interesse” se encontra.
Nos bastidores, vão provocando dissensões, vão atirando pedras para dentro de muitos sapatos, mas a verdade é que estão sempre presentes nas diferentes iniciativas, independentemente de quem as organiza, desde que o poder esteja volátil, desde que não esteja seguro nas mãos de ninguém. Porque se o estiver, apóiam logo quem o detiver, incondicionalmente.
Dianópolis com o seu povo e sua cultura são muito maiores que a “política” ou um “político”. Elogio ou critica é algo que o homem público deve se acostumar a receber, e seus parentes, também, devem saber que além daquilo tudo ser transitório, existem grandes diferenças entre “grupo de amigos” e “grupo de militantes”. O povo dianopolino tem que saber diferenciar as coisas. “Coligação partidária” não é “uma família” e o puxa-saquismo à um candidato a cargo eletivo não vai torná-lo mais parente ou mais amigo. Besteira isso!
Vamos exercer nossa cidadania com consciência, lealdade e “sabedoria”. A democracia é um instrumento que nos dá a oportunidade de expor nossas vontades e não de separar as pessoas de uma cidade.

Fonte: Blog ENVERGADURA MORAL (www.dnoto.blogspot.com)


Comentário by Kiko:
Concordo pricipalmente com a idéia majoritária do artigo: toda a arte de governar consiste na arte de ser honesto. A honestidade deveria ser uma obrigação de todo político e não ser tratada como exceção à regra do jogo. O atual prefeito de DNO, neste aspecto específico, é um homem público já caracterizado até mesmo no meio político por sua honestidade e transparência. É claro que todos que foram chefes do executivo em Dianópolis contribuíram mais ou menos para o desenvolvimento da cidade. Alguns fizeram mais obras e realizações, outros não tiveram a mesma desenvoltura e sucesso, contribuindo para a estagnação econômica e estrutural da cidade. Mas o político Zé Salomão parece ser um divisor de águas neste sentido. Além do aspecto físico e palpável de sua administração, ou seja, as obras presentes e futuras, ele vêm a somar mais um quesito de referência para futuros pretensos gestores: a honestidade no trato com a coisa pública.
Mas ao lado de bons exemplos, como afirma o autor, existem aqueles de quem nunca se houve uma opinião estruturada sobre o futuro da cidade, por exemplo. Estão mais interessados em buscar fazer carreira e utilizam a política como meio. Primeiro que política não deve ser encarada como profissão e sim como missão. E quem são essas figuras? Os famosos políticos clientelistas: os políticos-velório, políticos-ambulância e políticos-cesta básica. Eles estão mais interessados em obter status pensando em curto prazo para obter ganhos para sua vida privada, ou seja, querem na maioria das vezes enriquecer com a política. Entretanto, ao misturar interesses privados com o interesse público, o resultado é trágico e quem sai prejudicado é o povão. O objetivo da política deve ser um só: o famoso bem comum. Portanto, para atingir tal objetivo, devemos usar o voto e eleger pessoas que não visem o interesse particular mas sim o oposto disto. Por isso o voto é tão importante. Ele é como uma bifurcação que encontramos na estrada: ou fazemos a escolha certa e chegamos ao nosso destino que é nosso maior objetivo; ou fazemos a escolha errada, e no caso tanto da estrada quanto da política, somos obrigados a retroceder e começar tudo de novo.

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