domingo, 18 de maio de 2008

Fase de aparar arestas e de tentar entendimentos



Casamento do PMDB com o DEM pode acabar se o governador Marcelo Miranda apoiar Raul Filho (por GILSON CAVALCANTE - Jornal Opção)

O campo da sucessão municipal em Palmas começa a ficar minado. Pré-candidatos e lideranças partidárias começam a pisar em cascas de ovos. Qualquer tentativa de salto maior que as pernas pode provocar um acidente político sem condições de reparos e deixar o postulante ao cargo de prefeito da capital impedido de prosseguir a caminhada rumo às urnas.

O Democratas da senadora Kátia Abreu e do deputado federal João Oliveira entrou na "guerra" para defender a candidatura da deputada Nilmar Ruiz com unhas e dentes de uma possível aproximação do PMDB com o PT do prefeito Raul Filho. Que por que quer o apoio do governador Marcelo Miranda. A batalha entra numa fase melindrosa e tem gente apostando que o "casamento" do DEM com o PMDB pode acabar no decorrer da campanha eleitoral deste ano, se o governador decidir apoiar a reeleição do prefeito Raul.

Para demarcar seu território, o PMDB cuidou logo de ratificar a candidatura do deputado Eli Borges. Realizou uma reunião da executiva do partido no início da semana passada e anunciou a retirada da pré-candidatura do vereador Evandro Gomes. Uma estratégia para evitar o avanço da força política da senadora Kátia Abreu não só em Palmas, mas também em outras cidades importantes eleitoralmente, o que a fortaleceria para a sucessão de 2010.

A reunião, segundo o presidente regional do PMDB, deputado Osvaldo Reis, foi para avaliar o quadro sucessório em Palmas. "Não se decide tudo em uma reunião só; vamos ver as pesquisas realizadas para ver qual o norte que o partido deve tomar. A única decisão foi a retirada da pré-candidatura do vereador Evandro Gomes", frisou Reis.

Pelas pesquisas internas, Eli Borges está apenas com 8 por cento da preferência do eleitorado. O presidente do partido reconhece que não é desempenho animador para o embate político na capital e, por isso, disse que vai discutir junto com representantes dos partidos da base aliada qual será a melhor decisão.

Eli Borges bate o pé e sustenta que tem de ser o candidato da base aliada. Mas pondera que a decisão deve passar pelo entendimento entre os partidos que compõem a Aliança da Vitória. Eli, que quer que o governador entenda que tem a firmeza necessária para disputar a Prefeitura de Palmas, avalia que a retirada da pré-candidatura de Evandro Gomes pode reforçar sua pré-candidatura.

No decorrer da semana passada, especulava-se que Eli Borges poderia ser candidato a vice de Raul Filho. Os comentários deixaram o deputado irritado a ponto de divulgar uma nota contestatória. "Nesses dias que antecedem as convenções partidárias não tem um pré-candidato a prefeito mais bombardeado do que eu. Deixo claro que sou candidato a prefeito de Palmas", reagiu. Disse que não nasceu para ser vice, mas para administrar. "É isso que farei frente ao governo municipal depois das eleições." Depois provoca: "Se o PT quiser indicar meu vice, ótimo, estou aberto para isso, pois tem muita gente boa no PT da capital".

Osvaldo Reis avisa que o PMDB não fez nenhum acordo com o Democratas para as eleições municipais deste ano. Ele sugere que a tentativa de avanço do DEM deve ser contida para evitar problemas mais na frente. Municiado com números de pesquisas de consumo interno, manda um recado curto e grosso para os democratas: "Nos municípios nos quais estamos à frente não aceitaremos a candidatura majoritária deles". Na sua avaliação, em 47 municípios já está decidido que o PMDB terá candidatura própria. Reis observa que, dentre municípios, os pré-candidatos do DEM aparecem em terceiro lugar em 11 cidades.

Em alguns municípios, o PMDB já decidiu por apoiar o PT e, em outros, a situação será o contrário. Sobre a sucessão em Palmas, Reis admite que o seu partido pode, sim, fazer uma aliança com o PT.

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