domingo, 18 de maio de 2008

Um novo time está formado, e o DEM nem na reserva ficou



As articulações políticas no Estado avançam em proporções geométricas, apesar do aparente silêncio que publicamente se nota. Nos preparativos para o grande jogo do ano, o time do governo Marcelo Miranda (PMDB) está praticamente formado e o DEM, principal artilheiro marcelista de outros tempos, parece que não foi convocado nem para a reserva. A conclusão não é minha, mas de gente importante, que acompanha de ponto privilegiado as movimentações dos "técnicos".

Uma fonte insuspeita acompanhou os primeiros quilômetros da viagem experimental pelo rio Tocantins, nessa sexta-feira, 16, e ficou estupefata com o "gelo" que a senadora Kátia Abreu (DEM) recebeu do governador Marcelo Miranda, do vice-governador Paulo Sidnei (PPS) e demais aliados importantes do governo do Estado.

Eu mesmo reparei que o discurso do governador, em Pedro Afonso, teve um tom estranho. Ele cumprimentou com ênfase o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), principal adversário do DEM na Capital, se referiu ao prefeito de Porto Nacional como "meu amigo Paulo Mourão (PT)", deu todo destaque ao vice Paulo Sidnei e, quando se referiu aos senadores, o destaque maior ficou por conta de "Leomar de Melo Quinanilha" (PMDB) - como Marcelo se referiu a ele -, com todos os elogios possíveis. À Kátia, Marcelo dirigiu um simples "senadora Kátia Abreu".

Essa fonte, então, me contou o que viu dentro da barcaça, na sala VIP das autoridades, onde não pude acompanhar. Marcelo dividiu as equipes. Para o seu time escalou Raul, Paulo Mourão, o deputado federal Laurez Moreira (PSB), arquiinimigo de Kátia, e Paulo Sidnei, novo adversário da parlamentar. O governador, então, ignorou solenemente a presença da senadora, que ficou mais afastada, sem que ninguém lhe dirigesse palavra. Paulo Sidnei, por exemplo, não falou uma só sílaba para Kátia, sequer se aproximou dela.

Conforme essa fonte, em posto de observação privilegiado, parece que num ato de solidariedade, o deputado federal Moisés Avelino (PMDB) e o secretário estadual de Indústria e Comércio, Eudoro Pedroza (PMDB), se aproximaram de Kátia e os três ficaram lá, conversando, junto com o pessoal da cooperativa Agroindustrial de Pedro Afonso (Coapa).

Vez e outra, essa fonte disse que via cochichando Marcelo e Paulo Mourão, Marcelo e Raul, Marcelo e Laurez; e também Paulo Sidnei e Raul, Sidnei e Mourão e Sidnei e Laurez.

Lembrando de alguns indícios importantes dos preparativos do jogo nas últimas semanas: 1) foi Paulo Sidnei quem articulou o encontro de Raul com Marcelo, na residência do governador, um dia antes da viagem dele para a China; 2) Kátia não foi convidada para a viagem ao exterior, mas Paulo Mourão e Laurez foram com Marcelo. Paulo Mourão extremamente prestigiado.

A insatisfação do governo com Kátia vem da campanha dela contra a CPMF. Nos bastidores e conforme essa fonte governista mais do que influente, o governo chegou a pedir para a senadora entregar a relatoria do finado "imposto do cheque" no Senado, o que ela não aceitou.

Também é público e notório que o PMDB e Kátia fizeram uma união de conveniência em 2006, cujo objetivo era só um e exclusivo: derrotar Siqueira Campos (PSDB). Fora isso, nada os aproxima - nem as circunstâncias, nem as pessoas. Com o PPS, a ala ligada a Paulo Sidnei, não é diferente.

Bem, como já dissemos esta semana, começaram as eleições de 2010. Kátia tem dito que não é hora de falar de 2010. Mas todas as jogadas estudadas pelo governo para jogo que começará em junho, com as convenções, têm como ponto de partida as eleições de governador que acontecerão dentro de dois anos.

Para o jogo de 2010, Kátia Abreu já é mais do que vista como time adversário. Segundo essa fonte garantiu, a senadora já sentiu e começa a preparar seu time.

E, olha, com uma artilheira dessa, as partidas que acontecerão até lá só serão Fla-Flu.

Quem viver, verá!

FONTE: www.clebertoledo.com.br (Blog)

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