segunda-feira, 26 de maio de 2008

CENÁRIO POLÍTICO NAS PRINCIPAIS CIDADES DO TOCANTINS



A menos de vinte dias para o início das convenções partidárias - de 10 a 30 de junho - aumenta a agitação nos municípios por conta das eleições. As pré-candidaturas vão se consolidando ou se alinhando a outras, de forma a evitar que adversários históricos ou recentes ocupem as prefeituras. Em dez dos 20 principais colégios eleitorais do Estado há de tudo, desde disputas acirradas entre partidos da base da Aliança da Vitória, conversas e coligações entre partidos de apoio e de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, até mesmo, coligações extra-oficiais entre Aliança e União do Tocantins (UT).

Cisão:

Em Araguaína, tudo pode acontecer. Ronaldo Dimas, pré-candidato pelo PSDB, não tem o apoio da atual prefeita Walderez Castelo Branco (PR), mulher do deputado federal Lázaro Botelho (PP), que, como ele, são da UT. Dimas afirma que não se trata de uma eleição da UT contra a Aliança da Vitória. “É uma eleição do município”, destacou, informando que está conversando com todos os partidos, inclusive com o PMDB.
Célio Moura, do PT, confirma as conversas, mas ressalva que qualquer acordo com o PSDB dependerá da chancela dos diretórios nacional e estadual e que não há possibilidade de nenhuma aliança apenas com o DEM. Acredita que tem uma boa chance de vitória, pois em 2004 recebeu 49% dos votos, quando a UT ainda tinha Marcelo Miranda e Siqueira Campos.
O secretário estadual de Esportes, Palmeri Bezerra (PMDB) e o deputado Valuar Barros (DEM) disputam o apoio dos demais partidos da Aliança e também do Governador. “Até 30 de junho temos de definir quem sai como cabeça-de-chapa”, disse Palmeri. “Sou deputado e não sairia (da Assembléia) para disputar como vice”, rebateu Valuar.
Pela UT, há ainda dois pré-candidatos, Cabral Gonçalves e Eduardo Medrado, do PR, e pela Aliança, Walfredo Reis (PPS). A assessoria de imprensa de Walderez disse que a prefeita aguardará uma definição da UT para se posicionar e não descarta nem nesmo o apoio ao PT.

Indefinida:

Em Augustinópolis, o prefeito Nilo de Melo (PR) não será candidato à reeleição, por decisão da UT, explicou. Melo disse que vai apoiar o ex-prefeito Antônio do Bar (PSDB), que também faz parte do grupo. Só que o tucano, prefeito em três legislaturas, ainda não resolveu se vai concorrer ou não. “Vou decidir até 10 de junho”, informou.
Pelo PMDB, a pré-candidata Dona Carmem acha que poderá contar com o apoio do PT, do PPS, do PSB e do PMN para vencer o grupo adversário. Carlinhos do PT, também pré-candidato e presidente do partido na cidade, disse que a decisão final depende do deputado Manoel Queiroz (PT), de quem é assessor. Queiroz pertence à base do Governador e ainda não se manifestou. “Se nos unirmos, temos condições de ganhar a eleição”, acredita Carlinhos.

Expectativa:

Em Colinas, o PT já definiu que o candidato será o ex-deputado estadual e ex-prefeito por dois mandatos José Santana. Falta definir o nome do vice, que pode ser do próprio PT ou dos partidos com quem conversa. Outra candidatura forte é da prefeita Maria Helena (PP) que vai tentar a reeleição com apoio de seu grupo: PR, PSDB e o PTB.
O PMDB, que começou o ano com três postulantes, Washington Aires, Sargento Ajuri e o vice-prefeito Getúlio Rabelo, elegeu este último, após tentar articular um bloco suprapartidário, projeto que pode não vingar, embora Getúlio e dirigentes peemedebistas sigam defendendo que o melhor colocado em pesquisa deve receber apoio dos demais partidos.
Buscando candidatura alternativa está o PSB que aposta no nome do presidente da Câmara, Raucil, e conversa com o PMDB, o PTC, PRP, PSOL e DEM. Se o projeto não se sustentar, pode coligar tanto com o PT ou PP. Na mesma situação está o PV que lança Bira Boiadeiro e tem encontro marcado dia 1º de junho para definir qual rumo seguirá: se seguirá sozinho ou buscará composição com o PT ou o PP. Na cidade ainda há o pré-candidadato do PDT, José Gaspar.

Icógnita:

Dianópolis conta com muitos pré-candidatos e ainda poucas definições. O atual prefeito José Salomão (PT) disse que a única coisa certa é sua adversária Maguinha (PDT), que teria o apoio do Governador. Salomão informou que há conversas com a maioria do partidos, menos com o PDT, o PTN, o PRB e o PPS, que devem apoiar Maguinha. Da UT, tenta acordos com o PP, PV, PHS e PSL. Salomão considera uma incógnita o PSC, do vereador Régis, também pré-candidato ligado à UT, mas acredita que pode vir a compor com o PT. “Não temos uma decisão. Vamos reunir o partido e o nosso grupo”, disse Régis.
Quanto ao PMDB, o prefeito não vê, da parte do diretório municipal, tendência em apoiar a pedetista Maguinha. Mesmo porque o vereador Osvaldo Baratins (PMDB) também se lançou pré-candidato. Em quarto mandato, Baratins considera o prefeito o único adversário, mas não vê problemas em futuramente formarem coligações ou alianças. “Não temos veto a ninguém”, garante o ex-presidente municipal do PMDB, Hercy Ayres. “Acho que esta semana é hora de bater o martelo”, considerou José Salomão.


Domínio utista:

Em Formoso, a UT permanece unida em torno do prefeito Pedro Rezende (PTB) que também busca o apoio do PSB, do pré-candidato Chico da Codeg. “Os demais têm um perfil bem diferente, sem condições de coligar”, afirmou o prefeito.
Já o vereador Ronison Parente (PPS) diz que, primeiro, a Aliança tem de buscar a unidade. Para tanto, existem conversas com todos os partidos, inclusivo com o PT. “Mas não há nada fechado”, ressalvou. “Com o DEM, do ex-prefeito Hermes, o diálogo não é tão fluído como com os demais”, informou o vereador que pretende procurar a senadora Kátia Abreu (DEM), quando ela for à cidade. Ronison informou, também, que Domingos Pereira (PMDB) desistiu da pré-candidatura e que o PMDB ainda não teria decidido se lançará um nome do partido ou se apoiará o PPS.

DEM x DEM:

A situação em Goiatins não poderia ser mais desconfortável para o prefeito e pré-candidato a reeleição, Olímpio Barbosa (DEM). Seu partido apóia a pré-candidatura da vereadora Genelice (DEM) que conta, também, com o aval do homem-forte do PMDB na cidade, Dagmar Porto, superintendente de Operações do Departamento de Estradas de Rodagem (Dertins).
Cogitado para concorrer à prefeitura, Porto disse que não pode deixar sua posição no Dertins, em função das obras executadas na região, como a ponte ligando o Tocantins ao Maranhão e que deve ser inaugurada no próximo mês. Sobre o prefeito, explicou que o índice de rejeição de Barbosa é muito grande na cidade, inclusive entre os líderes do DEM e de outros partidos. Quanto aos demais candidatos - Neodir Saorin (PSDB), Antonio Luiz (PR) e José Oneide - é taxativo: “Não temos medo de concorrer com ninguém.” Oneide também se mostra confiante. “Acho que vou disputar novamente com Barbosa”, disse, lembrando que ambos já tiveram três embates.
O PT já fechou aliança com o PSC, PDT e PCdoB e está conversando com PRN, PRB e PSB. Contatado pelo Jornal do Tocantins para falar sobre a sua reeleição, o prefeito ficou de retornar o telefonema, mas não o fez até o fechamento desta edição.

DEM x PT:

Embora conste na lista de pré-candidatos em Guaraí, o secretário estadual de Governo, Manoel Bueno, oficialmente ainda não se definiu. O prefeito Padre Milton (PT) já se articula para enfrentar a disputa, buscando o apoio dos partidos da base da UT e do presidente Lula, como o PR e o PRB.
E, enquanto Bueno não se decide, o pré-candidato do DEM, Genésio Ferneda, presidente do Sindicato Rural da cidade, trabalha junto à comunidade para ter o apoio do Governador. “Gostaria muito que me dessem a oportunidade de administrar Guaraí”, disse Ferneda, que considera estar a cidade preparada para receber a industrialização e quer estar à frente deste processo. Se a possibilidade de coligar com o prefeito? “Em nenhuma hipótese”, respondeu.

À espera de Marcelo:

A situação em Palmas pode começar a ser definida a partir da próxima semana, quando estarão na Capital a senadora Kátia Abreu (DEM) e o presidente regional, João Oliveira. Na semana passada, em reunião em Brasília com o deputado federal Moisés Avelino (PMDB) combinaram que tentarão acertar o discurso com a base do governador Marcelo Miranda (PMDB). A dúvida é quem ganhará o tão desejado apoio de Marcelo: Nilmar Ruiz (DEM), Edna Agnolin (PDT), Eli Borges (PMDB), o Sargento Aragão (PPS) ou o Abraão Lima (PPS)? Ou, quem sabe, o prefeito Raul Filho (PT)? Raul, que não ficou ao lado do Governador em 2006, conta com o apoio de oito dos nove integrantes da base governista da Câmara Municipal que, semana passada, iniciaram intensa mobilização para participar do processo de decisão sobre o candidato da Aliança da Vitória e para ampliar o grupo a outros partidos, como o PT, PSB e PRN.
O presidente da Casa, Carlos Braga, e os vereadores Evandro Gomes (PMDB), José Alberto Guimarães Gordo (PT), Ivory de Lira (PT), Rilton do PT, José Damaso (PDT), Wanderlei Barbosa (PSB) e Jucelino Rodrigues (PRN), pressionaram o prefeito, que manteve sua decisão de só dar uma resposta sobre reeleição em 2 ou 3 de junho, e decidiram procurar o Governador. “Cansamos de ser coadjuvantes. Agora, queremos ser diretores”, afirmou Gordo. E, como disse o próprio Raul, sem Marcelo Miranda, a vitória é possível, mas muito difícil.
A UT também deve fechar esta semana o apoio a apenas um nome. O ex-governador Siqueira Campos (PSDB), segundo pessoas próximas, mantém-se decidido a não ser candidato. O legado iria, então, para Marcello Lelis (PV), por enquanto, o nome mais cotado da UT, que inclui o veterano deputado federal licenciado Eduardo Gomes (PSDB). E Antonio Jorge, do PTB, cuja pré-candidatura não decolou, deverá unir-se a Lelis, bem como o ex-vice-governador Raimundo Boi (PP).

Confusão:

Em Porto Nacional, o prefeito Paulo Mourão (PT) está com tudo a seu favor, mas continua dizendo que não disputará a reeleição. Premiado pelo Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae-TO), como Prefeito Empreendedor pela segunda vez, foi o único prefeito a integrar a comitiva estadual nas viagens à China e aos Estados Unidos.
Maria Deuselice Vitorino, presidente do PMDB local, defende candidatura própria, embora se mantenha no cargo como numa corda bamba desde que foi eleita. Otoniel Andrade (PR) é bem capaz de manter a candidatura de oposição, mas o mesmo não se aplica a Merval Pimenta (PRB), Tereza Martins (PDT) e Edgar Mascarenhas (DEM) que devem marchar para o lado de Mourão.Há ainda Carlinhos Braga (PSB) e coronel Aberlado (PSL)que embora mantenham seus nomes, não descartam composição com outros pré-candidatos.

Viúva cobiçada:

Taguatinga tem outro prefeito em primeiro mandato, Jocy Deus de Almeida (PSC), que desistiu de tentar a reeleição. Almeida, que já fora prefeito da cidade na década de 80, informou que não buscará novo mandato por questões familiares. “Minha família acha que já demos a nossa colaboração”, afirmou. Quanto a quem pretende apoiar, o prefeito disse que a decisão será do grupo (UT).
Marido da pré-candidata Zeila (DEM) e ex-prefeito da cidade, o deputado estadual Paulo Roberto (DEM) acredita que Jocy ficará mesmo fora da disputa.
Rocha do PT também confia na vitória, apoiado nos cerca de 1,2 mil filiados do partido nas regiões urbana e rural. Representando os movimentos sociais, lamenta o fato de o PT sair com uma chapa puro-sangue. “A cidade tem tradição de ser governada por oligarquias, mas estamos abertos a coligações.” A convenção do partido será em 13 de junho, dia de Santo Antônio “para casar com a viúva”, explica. E a viúva desejada da cidade é a prefeitura.
Além de Zeila e de Rocha, disputam indicações Eronildes (PSDB), Cidinho da Cerâmica (PSB), Miranda (PR), Geli (PP) e Ailton de Brito (PSDB).

FONTE: JORNAL DO TOCANTINS - DIA 25/05/2008

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